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Conheça o periquito que gosta de ficar bêbado anualmente

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Na Austrália, durante a estação chuvosa, os moradores da Tanami East, no norte do país, preparam-se para a invasão dos pequenos, barulhentos e coloridos periquitos-arco-íris, também lóris-arco-íris (Trichoglossus haematodus), que possuem um comportamento próprio de bêbado.

O animal possui sinais de alcoolismo, incluindo súbita falta de coordenação, queda de árvores e uma ressaca cruel. Isso acontece porque o pássaro provavelmente consome as frutas fermentadas de Schotia brachypetala, mais comumente conhecida como “árvore-do-papagaio-bêbado”.

Enquanto cientistas têm medo de que exista um vírus afetando as aves também (coriza, bronquite, asma e aerossaculite são algumas das doenças respiratórias em aves como os psitacídeos australianos), outros apontam que a bebida dos periquitos é parte do problema.

Os problemas

Foto: Reprodução/ MDIG

O periquito-arco-íris parece ter esse problema somente durante a estação chuvosa da Austrália, entre outubro e novembro. Fofos e amigáveis ao longo do ano, esses pássaros se tornam desajeitados e sem medo de predadores nesta época.

Depois de alguns dias de comportamento de fraternidade, os pássaros ficam doentes, com os sinais típicos de ressaca. Por causa disso, os especialistas tentam colocar em quarentena e cuidar do maior número possível, mas muitos deles acabam morrendo.

Mesmo que seja divertido imaginar os periquitos tropeçando uns nos outros e arrastando suas canções de papagaio bêbado, esse é um mistério preocupante para os especialistas locais.

Os sinais de que há um vírus incluem problemas respiratórios e secreção de muco, assim como as “ressacas” que duram mais do que o esperado.

Enquanto o mistério sobre a doença não é revelado, a recomendação é que os cuidadores de animais reúnam os periquitos e forneçam um local seguro para que eles se deitem até que os efeitos passem. Em seguida, eles devem ser soltos de volta na natureza.

Veja abaixo como esses pássaros ficam quando estão “bêbados”:

Periquito ameaçado de extinção volta à natureza 

Foto: Fábio Nunes

Já no Brasil, uma novidade sobre os periquitos é que o cara-suja conseguiu voltar à natureza devido a um projeto ambiental no Ceará. “Os resultados positivos do nosso projeto são consequências de um tripé, que há 14 anos está sendo montado”, afirma o biólogo Fábio Nunes, coordenador técnico do projeto Cara Suja mantido pela ONG cearense Aquasis.

De acordo com o cientista formado pela Universidade Federal do Ceará, o retorno da espécie pode ser explicado pelo engajamento da sociedade, o suporte financeiro contínuo e a capacidade técnica desenvolvida pela equipe.

“Estamos falando de um dos dois projetos que conseguiram recuperar a população de uma espécie de ave no Brasil. O outro é o da arara-azul de lear na Bahia”, afirma Nunes.

No caso do cara-suja, também é necessário um “pacote ecológico” para trazer a ave de volta. O crescimento da população das aves, especialmente na Serra do Baturité, no interior do Ceará, tem relação com a maior preservação da mata, dentro de uma unidade de conservação.

Quando a mata está preservada, o ciclo se completa. Isso porque há mais água potável de nascentes e mais ar limpo, elementos essenciais para o futuro do planeta em tempos de mudanças climáticas.

“Além do tráfico de animais, o grande problema em termos de reprodução é a falta de cavidades naturais para os animais se reproduzirem. Esse periquito usa, por exemplo, espaços ocos feitos por pica-paus e outros animais”, explica o biólogo.

Para lidar com essa dificuldade, resultado do desmatamento das matas do Nordeste do Brasil inseridas no bioma Mata Atlântica, os pesquisadores criaram um método considerado relativamente simples e que, atualmente, é visto como um dos mais bem sucedidos do mundo em relação à reprodução de aves em ambiente natural, explica o especialista.

Fonte: MDIG, Terra

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