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Criança de 6 anos que criou games é aceita em grupo de pessoas com maiores QIs no mundo

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Crianças geralmente gostam de brincar em parquinhos com seus colegas e família ou assistir a desenhos animados enquanto desfrutam de um achocolatado. No entanto, há aquela parcela de crianças que são consideradas superdotadas e preferem gastar seu tempo lendo obras famosas, construindo robôs ou compondo música, por exemplo. Esse é o caso de um menino de Pirajuí, no interior de São Paulo, que agora foi aceito no “clube” das pessoas com os maiores QIs do mundo.

Aos seis anos, antes mesmo de ser alfabetizado, Lorenzo Jayme Tamião Barbi já criou três jogos de videogame e concluiu um curso de 36 horas de robótica. Em março deste ano, uma avaliação neuropsicológica atribuiu à criança um quociente de inteligência (QI) de 134. Entre as crianças da mesma faixa etária, o número tende a ser entre 90 e 109.

Então, no dia 21 de setembro, Lorenzo foi aceito na mais antiga e tradicional sociedade de alto QI do mundo, a Mensa. Esse feito deu a Lorenzo o título de primeiro superdotado do centro-oeste paulista a ingressar na sociedade. No estado, são 73 crianças e adolescentes, o mais novo com quatro anos de idade. O “clube” recebe somente 2% da fatia mais inteligente da população.

Lorenzo só entrou para a sociedade de QI alto no último mês, mas sua mãe, Julia Jayme, conta que a criança apresenta habilidades incríveis desde muito cedo em sua vida.

Primeiros sinais de inteligência

lorenzo QI alto

Julia Jayme/Arquivo pessoal

Lorenzo começou a estudar quando tinha um ano e sete meses. Na época, segundo sua mãe, as professoras já comentavam que ele demonstrava ter mais facilidade para realizar as tarefas propostas em comparação com seus colegas.

Assim sendo, em casa, o pequeno também mostrava essa inteligência prematura para algumas coisas. Por exemplo, certo dia, antes de completar dois anos, ele montou, sozinho, um quebra-cabeça de três mil peças que a mãe havia deixado em cima da mesa.

“Ele olhava, pegava as pecinhas e as encaixava nos lugares certos. Falei: ‘ah, moleque, você vai me dar trabalho!'”, relembra. Desde então, Lorenzo só demonstrou cada vez mais habilidades. Aos três anos, ele aprendeu a escrever o próprio nome, sem ajuda. Na mesma época, montou um Lego de mil peças. Vale ressaltar que, na caixa, havia a informação de que o brinquedo era para crianças acima de oito anos.

Em outra ocasião, Julia filmou uma das cenas que se tornou comum: Lorenzo montando um quebra-cabeças enquanto assistia a desenhos na televisão.

Ajuda

Quando Lorenzo estava no maternal II, Julia foi convocada pela professora da escola porque o menino estava apresentando alguns problemas de comportamento. “Ele terminava as tarefas e ia fazer bagunça, atrapalhando, em certa parte, as aulas”, lembra a mãe.

Então, a pedido da professora, Julia levou o filho a uma psicóloga. Seis meses de acompanhamento depois, segundo a mãe, a profissional disse que Lorenzo poderia ter algum tipo de habilidade de superdotação, mas que somente uma neuropsicóloga poderia confirmar.

“Receber essa notícia foi assustador, porque dá medo. Mas também foi gratificante. Foi um misto de sentimentos”, diz. Portanto, em janeiro de 2020, Lorenzo e Julia se mudaram para Bauru, em São Paulo, em busca de uma neuropsicopedagoga e de uma escola que fosse capaz de atender às necessidades do menino. Ele tinha apenas quatro anos.

Porém, seus planos foram interrompidos por conta da Covid-19, que espalhou-se rapidamente em março do mesmo ano. Logo, Julia e Lorenzo voltaram para Pirajuí, onde o pequeno assistiu aulas online pelos 13 meses seguintes. Somente no começo de 2021 que ele voltou às aulas presenciais. Nessa mesma época, Julia entrou em contato com uma neuropsicóloga para realizar uma avaliação.

Superdotado

Após três meses, veio o resultado: Lorenzo é superdotado. “Eu não aceitava só saber que meu filho era diferente. Eu queria saber o porquê do meu filho ser diferente. Ele tem TDAH, hiperatividade, déficit de atenção? Eu não sosseguei enquanto eu não descobri. Agora, eu posso correr atrás do que ele precisa para poder viver da melhor maneira possível.”

No Brasil, considera-se superdotada a criança que alcança cerca de 130 pontos em testes de QI, métrica usada para mensurar os níveis de inteligência. A medida 134, atribuída a Lorenzo, indica que o menino possui um desempenho intelectual muito superior ao esperado para sua idade e escolaridade, segundo Ana Meatriz Monatssier, a neuropsicóloga que avaliou a criança.

“Receber o Lorenzo foi ótimo. Logo no primeiro contato que tivemos, já o percebi com uma curiosidade acima do esperado para a idade e uma capacidade muito elevada para criar estratégias para conseguir se divertir enquanto respondia aos instrumentos de avaliação, muitas vezes maçantes para as crianças com a capacidade cognitiva como a dele”, diz Ana Beatriz.

Conquistas

Como Lorenzo teve muito contato com tecnologia por conta das aulas remotas, ele começou a ter curiosidades nessa área. “Ele apresentou facilidade com os jogos eletrônicos logo de cara. Hoje, ele ama Roblox e Minecraft”, diz Julia. Inclusive, ele gostou tanto dos jogos que decidiu produzir seus próprios games.

Desde então, ele criou três games, todos por meio de um curso de uma escola de tecnologia da qual ele frequenta as aulas, em Bauru. Além disso, a criança de QI alto concluiu um curso de robótica mesmo sem ser alfabetizado.

“Depois que ele me pediu para fazer o curso, eu achei uma escola, mas ela só recebia alunos a partir dos sete anos. Após algumas conversas com a direção, marcamos uma aula experimental. E então uma das professoras disse: ‘o fato de ele não saber ler nem escrever não atrapalha em nada, ele é uma máquina de fazer coisas'”, diz Julia.

Fonte: G1

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