Curiosidades

Criptozoologia: a “ciência” dos animais que não existem

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Quando se fala de animais que não existem várias lendas e criaturas do folclore vem à mente. Por mais que essas criaturas não existam, muitas pessoas pensam que elas foram baseadas em animais que realmente caminharam pela Terra, ou então realmente existem e ainda não foram descobertos. E a pesquisa sobre esses animais é tão incessante que existe até um nome para essa “ciência”: criptozoologia.

Um caso dessas pesquisas foi o do missionário e cientista Thomas Savage que estava procurando provas materiais das histórias que ouvia nas florestas úmidas da África Central. Os moradores da República de Gabão contavam a respeito de um “monstro negro” que eles tinham visto e que se parecia com um “macaco gigante” e poderia até ser um “homem-símio”.

Em 1847, depois de uma década de buscas, ele encontrou somente alguns ossos e dentes suspeitos. Mesmo assim, ele publicou o primeiro artigo a respeito desse animal que até então era desconhecido na comunidade científica, e ele era o gorila. O que o artigo de Savage e os outros estudos tinham em comum eram os testemunhos das pessoas locais, já que nenhum cientista tinha visto um gorila.

Contudo, antes desses relatos africanos do século XIX, o gorila já tinha sido tema de outras histórias. No livro romano “Historia Naturalis”, escrito em 77 d.C., é possível acompanhar a jornada de Plínio, autor da obra, pela Índia e leste da África. A obra fala de vários animais que até o momento eram desconhecidos para os romanos, como por exemplo, leopardos, moscas tsé-tsé e gorilas. E o autor também descreveu espécies que até hoje a ciência não encontrou. Um exemplo é o Cinocéfalo, um ser humano com cabeça de cachorro. 

Essa curiosidade vista na obra a respeito do que existe ou pode existir para além dos limites da geografia e visão é um dos primeiros registros da chamada criptozoologia. Essa ciência mistura saberes da antropologia, biologia e zoologia e é dedicada ao estudo de animais que não são reconhecidos pela ciência formal. Tanto que, toda criatura vista em lendas, mitos ou folclore é chamada de criptídeo, que é um animal de existência desconhecida.

A “ciência”

Bestiário tradicional português

Mesmo que o interesse pela fauna oculta seja milenar, esse termo “criptozoologia” foi criado em 1959, pelos cientistas Bernard Heuvelmans e Ivan Sanderson. O autor escocês, Sanderson, tinha seu interesse principal nos animais misteriosos. Tanto que em seu texto “Talvez haja dinossauros” ele descreveu animais gigantes nas florestas tropicais africanas. Isso fez com que Heuvelmans ficasse curioso pelo assunto.

Os dois pesquisadores defendiam a ideia de que a criptozoologia precisa ser abordada de forma multidisciplinar, mas que deve exigir um rigor científico. Mas a criptozoologia é realmente uma ciência? De acordo com os adeptos dela, sim! No entanto, na visão de zoologistas, biólogos e afins ela é tida como pseudociência.

Entendendo a diferença desses dois termos, a ciência é um método de estudo que reúne dados que são rigorosamente inspecionados e então, a partir deles, propõe algumas explicações lógicas e justificadas sobre determinada coisa. No caso da pseudociência, ela usa dados não tão rigorosos para, muitas vezes, tentar justificar as crenças e opiniões pessoais dos pesquisadores.

Teoricamente, a criptozoologia é uma ciência. Até porque, ela reúne informações de relatos orais e faz a análise através de métodos sustentáveis. Por mais que a criptozoologia e a ciência tenham a possibilidade de levantar hipóteses como algo em comum, os dados que a criptozoologia coleta são bem duvidosos.

Isso porque, uma criatura desconhecida pode, na realidade, ser fruto da imaginação, um delírio, o resultado de uma visão turva, ou uma mentira de alguma pessoa.

Mesmo que a base da criptozoologia seja autocrítica e cética, a principal fonte de dados dessa ciência são as pessoas, que não são testemunhas confiáveis. Contudo, é importante lembrar que vários animais que são conhecidos hoje em dia já foram considerados criptídeos em outras eras.

Fonte: Agemt

Imagens: Bestiário tradicional português

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