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Da Vinci errou? Estudo derruba famosa teoria do gênio sobre árvores

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O pintor Leonardo da Vinci é uma das figuras históricas mais importantes do mundo das artes. Pouca gente sabe, mas além de ser o responsável por pinturas como A última ceia e Monalisa, ele também se destacou como cientista, matemático, engenheiro, arquiteto, poeta e músico.

Ele fez tudo isso entre 1452 e 1519, enquanto viveu. Esse artista era cheio de peculiaridades que, juntas, faziam com que ele fosse esse gênio. Da Vinci deixou, em suas obras, vários mistérios não resolvidos. E ao que parece alguns erros também, como por exemplo, essa regra que ele criou para desenhar árvores.

Os cientistas desbancaram a regra dele dizendo que o método, na realidade, é biologicamente equivocado. O estudo onde isso foi mostrado foi publicado no dia 18 de setembro no periódico “Proceedings of the National Academy of Sciences”. Nele, os pesquisadores da Universidade de Bangor, no Reino Unido, e da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas (SLU) notaram que a chamada “regra das árvores” de Da Vinci é contraditória às estruturas internas das plantas.

Regra errada

Universo racionalista

Essa regra criada por ele foi adotada pela ciência para estudar modelos de árvores e o seu funcionamento. De acordo com ela, “todos os galhos de uma árvore em cada estágio de sua altura são iguais em espessura ao tronco quando colocados juntos”.

O que se acreditava era que isso poderia ser aplicado aos canais que transportam água em uma árvore. Então, seus tamanhos iriam diminuir na mesma proporção conforme os galhos iam ficando mais estreitos.

Contudo, esse novo estudo colocou essa ideia em xeque e mostrou que o modelo não funciona quando é aplicado às estruturas vasculares internas das árvores. Isso acontece porque ele não mantém a resistência hidráulica da planta, o que é vital para que a água e os nutrientes se movam de forma eficaz da raiz até as folhas.

Então, para que uma resistência seja mantida é necessário que os canais da árvore mantenham uma determinada dimensão. E a planta tem que diminuir seu volume à medida que atinge as extremidades, o que cria uma proporção maior de capilaridade com relação à massa vegetal ao redor.

“Embora seja uma ótima ‘dica’ para artistas, que era o que da Vinci pretendia, a regra das árvores de Leonardo não se sustenta no nível micro”, disse Ruben Valbuena, professor da SLU, que fez o estudo junto de seu colega, Stuart Sopp, da Universidade de Bangor.

“Essa nova proporção ajudará no cálculo da captura global de carbono pelas árvores”, disse Sopp.

“Os nossos recálculos também podem explicar por que as árvores grandes são mais susceptíveis à seca e também podem estar mais vulneráveis ​​às alterações climáticas”, concluiu Valbuena.

Da Vinci

Galileu

Como dito, Da Vinci deixou vários mistérios em suas obras e conforme o tempo foi passando, os cientistas conseguiram desvendar alguns deles. Como no caso da pintura “Salvator Mundi”, datada de cerca de 1500 d.C.

Ela não mostra sinais de refração e reflexo da luz, como era de se esperar. A explicação dada pela equipe da Universidade da Califórnia, de acordo com os modelos de computador, é que Jesus está segurando uma esfera oca, ao invés de sólida.

“Nossas experiências mostram que uma renderização opticamente precisa, qualitativamente igual a da pintura, é realmente possível. Usando materiais, fontes de luz e conhecimento científico disponível para Leonardo da Vinci por volta de 1500″, escrevem os pesquisadores no artigo.

A roupa de Cristo que é vista atrás da esfera no quadro não está distorcida ou ampliada. E existem três manchas brancas pintadas na superfície. Alguns historiadores até chegaram a dizer que Da Vinci teria pintado deliberadamente a esfera de uma maneira não real.

Mas usando a renderização inversa, em que os detalhes tridimensionais de uma cena são tirados de uma imagem bidimensional, os cientistas conseguiram recriar o que Da Vinci pintou há centenas de anos.

A equipe fez cálculos e viu que a esfera tinha um raio de 6,8 centímetros e estava a 25 centímetros do corpo de Jesus na pintura. Também como mostra a análise feita, a esfera não podia ter mais de 1,3 milímetro de espessura.

Vendo as sombras na pintura, é possível sugerir que uma forte fonte de luz vinha de cima, bem como uma luz difusa mais geral. Essa pesquisa feita ainda tem que ser revisada, mas a análise de computador bate com o que é visto na tela.

Observando as dobras das vestes de Jesus, atrás da esfera, é possível ver que Da Vinci tinha um conhecimento amplo de como as esferas de vidro funcionavam. O pintor era conhecido por estudar óptica, na época em que pintou o quadro. A maioria das dobras da veste não é distorcida. Mas uma tem uma muda atrás da esfera.

Em 2017, o quadro Salvator Mundi foi vendido por 450 milhões de dólares. Basicamente, foi a pintura mais cara do mundo a ser vendida. A obra de arte tem suas controvérsias, já que muitos estudiosos dizem que Da Vinci teria apenas contribuído com algumas seções da pintura. Ou então que ele não esteve envolvido com nada.

Pelo fato de a esfera ter sido retratada de uma forma tão precisa, dá credibilidade ao dito, que afirmava que Da Vinci realmente teve algo a ver com a pintura, e que ele usou seu conhecimento de óptica e luzes, para reproduzir verdadeiramente as luzes.

“Essa análise sugere que Da Vinci entendeu essas propriedades ópticas das esferas ocas e como evitar distorções ópticas na renderização das dobras da túnica do sujeito”, escrevem os cientistas.

Fonte: Galileu

Imagens: Universo racionalista, Galileu

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