Curiosidades

Danos causados aos órgãos pelo álcool podem ser prevenidos por esse probiótico experimental

0

Muitas pessoas adoram beber, seja socialmente com os amigos ou até ficarem totalmente bêbadas. Não importa como, por que ou o quanto uma pessoa bebe, uma coisa todos sentem em comum: a ressaca. No entanto, os piores efeitos que o álcool pode causar vão muito além da temida ressaca.

Embora a ressaca e sua desidratação sejam alguns dos efeitos, o álcool também inflama o intestino e pode deixar o corpo com uma variedade de subprodutos tóxicos que, com o passar do tempo podem resultar em problemas sérios de saúde.

Sabendo disso, uma equipe de pesquisadores chineses começaram um estudo para tentar prevenir esses efeitos causados pelo álcool. De acordo com eles, essa proteção está sendo testada em camundongos, mas talvez no futuro, os seres humanos também possam ser beneficiados.

Diminuir efeitos do álcool

Unimed

O estudo é bem importante porque, por conta do uso generalizado, o álcool é um dos principais contribuintes tanto para doenças como para mortes ao redor do mundo. Para se ter uma ideia, ele é o responsável por aproximadamente 5% das mortes que acontecem no ano e cerca da mesma porcentagem em relação às doenças e lesões.

“A ingestão de álcool demonstrou estar associada a uma variedade de doenças, como fígado gorduroso, cirrose, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares e câncer. Portanto, o desenvolvimento de produtos eficazes para reduzir o consumo de álcool está recebendo cada vez mais atenção”, explicou o pesquisador médico Xiaoxiao Jiang da Academia Chinesa de Ciências e colegas no estudo.

Quando o álcool é consumido, quem processa a maior parte dele é o fígado junto com duas enzimas. Uma delas é a álcool desidrogenase (ADH), que rapidamente decompõe o etanol em um composto que seja menos nocivo, no caso, o acetaldeído. Mesmo que isso aconteça, quando uma pessoa bebe muito, os intestinos irão sofrer.

É nesse ponto que o novo estudo foca. Ele usa uma variante natural do ADH, a chamada ADH1B, que é vista principalmente em populações do Leste Asiático e da Polinésia e tem uma atividade maior do que outras formas da enzima. Ou seja, o ADH1B consegue decompor o etanol ainda mais rápido.

A questão é saber uma forma de entregá-lo de forma segura. Então, os pesquisadores usaram o Lactococcus lactis, que é uma bactéria usada na produção de leitelho e queijo, e puseram uma instrução genética extra. Dessa forma, ela foi criada para produzir o ADH1B humano.

Análises

Laboratório Cella

Depois disso feito, os pesquisadores fizeram os testes em camundongos que tinham sido expostos a diferentes níveis de álcool. Como resultado, aqueles ratos que receberam tratamento com o probiótico modificado se recuperaram mais rápido da exposição ao álcool do que os que não receberam tratamento.

Segundo o que acreditam os pesquisadores, isso aconteceu porque o probiótico oral funcionou na metabolização do álcool no intestino fazendo com que a quantidade de álcool que é absorvida pela corrente sanguínea fosse menor.

Outros experimentos feitos por eles mostraram que os animais tratados com o probiótico também tiveram menos sinais de dano hepático agudo e inflamação intestinal, coisas que também são efeitos do consumo excessivo de álcool.

“Nossos resultados mostraram que esse probiótico recombinante pode reduzir a absorção de álcool e proteger o corpo dos danos causados ​​pelo álcool, incluindo ressaca, danos hepáticos e intestinais”, escreveram os pesquisadores.

Outro estudo

CISA

Claro que conseguir produzir um remédio que alivie os efeitos do álcool é uma coisa revolucionária. Tanto é que esse estudo não foi o único a tentar. Em 2022, foi colocado à venda no Reino Unido um probiótico antirressaca com duas bactérias intestinais. A promessa dele era quebrar de forma rápida o álcool no intestino antes que ele chegasse ao fígado.

Contudo, os dados para que se avaliasse os efeitos dele eram bem limitados. Por isso, os especialistas questionaram o quão eficaz ele realmente seria, visto que fatores como peso, sexo, idade, atividade física e ingestão de alimentos mudam a forma como o álcool é absorvido.

Outras formas testadas foram injeções de hormônios na tentativa de reverter a embriaguez e um dispositivo respiratório que ajudasse o corpo a expulsar o álcool.

Entretanto, de acordo com evidências recentes, mesmo o consumo moderado causa efeitos prejudiciais. Por isso que o conselho é limitar o número de bebidas alcoólicas para que o impacto na saúde também seja limitado.

Fonte: Science alert

Imagens: Unimed, Laboratório Cella, CISA

Dirigir um carro novo pode ter uma implicação na sua saúde

Artigo anterior

O que o jejum extremo, com uma refeição por dia, realmente faz no corpo?

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido