Na geografia física, duna é uma montanha de areia, criada a partir dos processos eólicos. As dunas são sujeitas à movimentação e mudanças de tamanho por causa da ação do vento. E independente de onde elas apareçam, seja na terra ou embaixo d’água, elas normalmente aparecem em grupos grandes. Mas, essas formações naturais também precisam do seu espaço natural de tempos em tempos.
Quando dunas idênticas migram por longas distâncias, os físicos viram que as estruturas mudaram inesperadamente de ritmo e acabaram se espalhando de maneira uniforme. Por causa disso que os físicos especularam sobre como esses montes de areia podem se “comunicar”.
“Eles estão definitivamente se comunicando. Se eu der um empurrão ao meu vizinho, é algo que eu faço. Mas não estamos falando de humanos com cérebro, mas de dunas de areia que se comunicam. Objetos inanimados que comunicam informações”, disse Nathalie Vriend, física da Universidade de Cambridge.
É claro que as dunas de areia não falam. Mas de acordo os pesquisadores, as forças, como vento ou água, afetam as dunas ao redor e fazem com que as estruturas físicas se “comuniquem” entre si.
Isso é o contrário do que vários modelos teóricos supõem sobre a migração das dunas, que acontece de forma lenta e por distâncias tão grandes. E são muito difíceis de estudar. Essas estruturas são vistas como agente autônomos que, às vezes, podem colidir e consumir um ao outro.
Dunas
“Outra teoria é que as dunas podem colidir e trocar massa como bolas de bilhar quicando umas nas outras, até que elas tenham o mesmo tamanho e se movam na mesma velocidade”, explicou o físico teórico, Karol Bacik.
As descobertas novas fazem as duas explicações parecerem inadequadas. O que é sabido é que as pequenas dunas de areia se movem mais rápido, do que as dunas maiores. Isso sugere que as dunas, de tamanho parecido, se moveriam no mesmo ritmo. Mas os novos resultados mostraram que esse nem sempre é o caso.
Ao invés disso, duas dunas de areia com o mesmo volume e formato podem seguir um caminho acelerando ou desacelerando tudo, sem trocar uma grande parte das suas massas nesse processo.
“Descobrimos a física que não fazia parte do modelo antes”, disse Vriend.
A equipe criou um canal rotativo cheio de água, e conseguiu manter duas dunas idênticas girando em círculos por horas a fio. E ao invés de se mover no mesmo ritmo inicial, a duna, que estava na frente, inicialmente deu uma acelerada.
Movimento
Mas depois de ter andado 180 graus para alcançar o lado oposto do canal, a duna principal desacelerou no mesmo ritmo da outra.
“A estrutura de fluxo atrás da duna frontal é como uma esteira atrás de um barco e afeta as propriedades da próxima duna”, explica Vriend.
Até mesmo quando os pesquisadores colocaram dunas de tamanhos um pouco diferentes no canal o efeito foi parecido. Inicialmente, a duna da frente acelerou e conforme ela ficava mais longe da outra ela ficava mais fraca. E foi quando a duna menor começou acelerar.
E eventualmente esse efeito repulsivo de duna-duna equilibrou as duas estruturas de forma que elas viajavam na mesma velocidade. E isso evitava possíveis colisões.
Descobrir como essas estruturas viajam pode dar as pessoas tempo de preparar fazendas, estradas e infraestruturas para receber essa possível colisão.