O homem sempre teve o sonho de se tornar uma espécie interplanetária, mas para isso acontecer, o amor e o sexo precisam acontecer também no espaço. Mas será que no espaço é possível fazer sexo? É isso que os cientistas chineses querem descobrir.
De acordo com informações do “South China Morning Post”, os pesquisadores do país estão planejando enviar macacos para a Estação Espacial Chinesa para fazer esse experimento reprodutivo. Com isso, eles pretendem estudar as capacidades de adaptação, além do crescimento e reprodução, dos organismos expostos à microgravidade, e esse estudo já fez experimentos com criaturas menores.
No caso desse novo experimento, os animais irão ser enviados para Wentian, o módulo em que se encontram os gabinetes de experiências biológicas da estação. Esses laboratórios são equipados para receber algas, peixes e caracóis, contudo, eles podem se expandir e se reconfigurar para receber os macacos.
Sexo no espaço
Quem conduzirá o estudo são os astronautas da estação. Para isso, eles terão que cuidar de várias coisas. “Os astronautas precisarão alimentá-los e lidar com o lixo”, pontuou Kehkooi Kee, professor de medicina da Universidade de Tsinghua que liderou um experimento com células-tronco em órbita.
Esse estudo, que é liderado por Zhang Lu, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, veio como uma resposta para planos futuros. Dentre eles estão assentamentos em órbita de Marte e da lua. Por conta disso, saber como esses organismos irão se desenvolver nesses lugares é essencial.
No entanto, não são tudo flores para a realização desse estudo. Uma dificuldade que eles encontraram foi justamente a de os macacos cooperarem. Isso porque, tanto a viagem como o local onde eles viveram podem ser fatores de estresse para eles e assim fazer com que o estudo fracasse.
Outro ponto complicado é a dificuldade de eles ficarem perto o suficiente para que consigam fazer sexo no espaço, já que a baixa gravidade torna essa aproximação mais difícil do que se for feita aqui na Terra.
Questionamento
Essa dúvida sobre se o sexo e a reprodução são possíveis ou não no espaço não é uma coisa recente. O questionamento vem desde a Guerra Fria quando a Rússia enviou camundongos para uma viagem espacial. Alguns deles tiveram sinais de gravidez, mas não chegaram a dar à luz.
Em 1992, a NASA também enviou um casal de astronautas para a Estação Espacial Internacional. Contudo, de acordo com a própria agência, nenhum caso de sexo no espaço foi registrado.
Importância do sexo
O foco de agências espaciais como a NASA e empresas privadas que atuam no setor, como a SpaceX, é colonizar Marte e enviar humanos para o espaço em missões de longo prazo. Contudo, para que tudo isso seja possível é preciso saber lidar com a necessidades íntimas e sexuais dos astronautas ou de quem for morar fora da Terra.
Ou seja, se o objetivo é estabelecer novos mundos e continuar a expansão humana no cosmos é preciso aprender como a reprodução será feita com segurança e como construir vidas íntimas agradáveis no espaço.
Amor e sexo são coisas fundamentais para a vida humana. Mesmo assim, as organizações espaciais nacionais e privadas estão avançando com missões de longo prazo para a Estação Espacial Internacional (ISS), para a lua e Marte, mas sem nenhum estudo concreto ou planos de abordar o erotismo humano no espaço.
Claro que a ciência espacial pode levar o ser humano para o espaço, mas são as relações que irão determinar se os humanos sobreviverão e prosperarão como uma civilização espacial.
Por conta disso, acredita-se que limitar a privacidade no espaço pode colocar em risco a saúde mental e sexual dos astronautas. Além, é claro, do desempenho da tripulação e o sucesso da missão.
Enquanto isso, permitir esse erotismo espacial pode ajudar os humanos a se adaptarem à vida no espaço e também a melhorar o bem estar dos futuros habitantes fora do nosso planeta.
Até porque, o espaço é um ambiente hostil, e a vida a bordo de espaçonaves não é a mais convidativa para a intimidade humana. Em um futuro próximo, a vida no espaço também pode limitar o acesso a parceiros íntimos e aumentar as tensões entre os membros da tripulação em um ambiente onde a cooperação é essencial.
O sexo também é procurado para além da reprodução. Ele e o amor são procurados também para diversão. Portanto, a exploração espacial tem que conseguir atender às necessidades íntimas dos humanos de forma honesta e holística, já que a abstinência não é uma opção viável.
Nesse sentido, facilitar a masturbação ou o sexo com o parceiro pode ajudar os astronautas a relaxar, dormir e aliviar a dor, além de também ajudá-los a se ajustarem à vida espacial.
Estudar e abordar essas questões sexológicas da vida humana no espaço também pode ajudar a combater o machismo, a discriminação e a violência ou assédio sexual. Nesse ponto, as organizações espaciais precisam parar de evitar temas sexuais e começar a reconhecer plenamente a importância do amor, do sexo e dos relacionamentos íntimos na vida humana.
Fonte: Olhar digital, BBC
Imagens: Interesting engineering, Medium, Science times
Comentários