Curiosidades

É possível induzir alucinações sem usar drogas, diz estudo

0

Milhões de pessoas, ou até mesmo bilhões, usam drogas de todos os tipos. Entre drogas ilegais e provindas do submundo, até chegar no cafezinho de cada dia. As drogas podem causar diferentes efeitos para o nosso corpo. Justamente por esses efeitos que elas causam que elas são bastante estudadas, principalmente como forma de tratamento para condições mentais.

Contudo, para que uma pessoa tenha alucinações nem sempre é preciso o consumo de droga. Bom, pelo menos é isso que descobriu um novo estudo. De acordo com ele, é possível induzir a alucinação nas pessoas de diferentes maneiras sem que elas usem qualquer tipo de droga.

Para provar isso foi feito uma simulação em laboratório onde foram feitos movimentos repetidos até que os voluntários perdessem um pouco da sua conexão com a realidade.

Segundo o site Medical Xpress, alguns anos atrás, pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausana, na Suíça, descobriram que era possível induzir as respostas sensoriais sem o uso de drogas.

Então, eles pegaram voluntários e pediram a eles que ficassem sentados em uma cadeira e apertassem um botão. Depois de apertar tinha uma pausa rápida e os pesquisadores cutucavam os voluntários nas costas com uma vareta pequena.

Depois de fazer esse movimento várias vezes, os voluntários começaram a achar que tinha alguém atrás deles. Como conclusão, o estudo mostrou que a percepção é por conta de uma desconexão entre a ação feita, no caso apertar o botão, e a consequência no lapso de tempo entre elas.

Alucinações sem droga

Olhar digital

Os mesmos pesquisadores foram ainda mais além em um novo estudo. Dessa vez, as alucinações que eles criaram foram auditivas. Para esse estudo eles pegaram 48 voluntários e fizeram o mesmo procedimento. Ou seja, os sentaram em uma cadeira, mandaram eles apertarem um botão e os cutucaram nas costas depois de um tempo maior.

O resultado obtido foi o mesmo com os voluntários achando que tinha alguém atrás deles. Contudo, nesse experimento os pesquisadores usaram uma variável nova. Eles colocaram fones de ouvido nos voluntário que tocavam um ruído branco e, em momentos raros, tocavam gravações da voz dos próprios voluntários ou de terceiros.

Então, os voluntários foram perguntados se ouviram alguma voz no fone. Como resultado foi visto que, quando um voluntário começava a sentir que tinha uma pessoa atrás dele, ele também começava a ouvir vozes que não estavam sendo reproduzidas.

Por conta disso, os pesquisadores concluíram que eles estariam inventando voz como parte da “pessoa” que estava atrás deles.

Os pesquisadores também fizeram um experimento onde não tinha pausa entre o aperto de botão e a cutucada. Com isso, por mais que os voluntários não tenham sentido a presença de uma pessoa atrás deles, eles escutaram as vozes.

Droga sem alucinação

Gracinda e a psicologia

Como dito, as drogas são bastante estudadas como uma opção de tratamento. Contudo, as alucinações acabam sendo um efeito colateral não desejado. Mas cientistas descobriram uma droga psicodélica que promete produzir efeitos antidepressivos bem rápidos e duradouros em camundongos e sem ter nenhum efeito de alucinação.

A molécula chamada AAZ-A-154 atua nos mesmos receptores de serotonina no cérebro, assim como as drogas antipsicóticas e psicodélicas. Isso promove o crescimento neuronal e produz comportamentos que são benéficos nos roedores depois de uma única dose.

Segundo os pesquisadores, esse tratamento é comparável com a natureza de ação rápida da cetamina, que surgiu recentemente como uma droga promissora para condições como depressão, abuso de substâncias e transtorno de estresse pós-traumático.

Contudo, algumas drogas psicodélicas que estão sendo estudadas, como por exemplo a psilocibina, geralmente, que desencadeiam alucinações. Isso quer dizer que elas devem ser usadas só como tratamento sob a orientação e supervisão de especialistas.

Então, encontrar uma alternativa segura e sem o risco de alucinações seria uma coisa extremamente útil. Contudo, a questão é que os pesquisadores ainda não sabem se esses efeitos alucinógenos são necessários para realmente conseguir remodelar o cérebro.

Para analisar mais detalhes, os pesquisadores da University of California, Davis (UC Davis) codificaram geneticamente uma proteína fluorescente verde em uma espécie de receptor de serotonina específico que é responsável por desencadear alucinações. Isso deu a eles a possibilidade de observar os receptores sendo ativados nos tecidos vivos.

Os pesquisadores aplicaram esse novo sensor a 34 compostos com estruturas extremamente parecidas, mas com potenciais alucinógenos desconhecidos. Com isso eles encontraram uma molécula particular, a AAZ-A-154, que mostrou uma seletividade alta para o receptor e com poucos efeitos colaterais.

Quando o composto foi administrado nos camundongos ele produziu efeitos parecidos aos dos antidepressivos em somente 30 minutos e não causou nenhuma contração muscula. Isso foi um indicador de que esse composto causaria alucinações em humanos. Esses resultados pareceram os mesmos em doses relativamente altas, com os benefícios cognitivos durando mais de uma semana.

Segundo os pesquisadores, essa é somente a segunda droga não alucinógena que eles descobriram e que mostra benefícios clínicos parecidos com os psicodélicos.

Um outro composto descoberto foi o Tabernanthalog (TBG). Ele foi desenvolvido no ano passado por alguns dos mesmos pesquisadores. E por mais que tenha aumentado a ramificação dos neurônios dos camundongos de forma parecida co a cetamina, LSD, MDMA e DMT, parece que o AAZ-A-154 tem efeitos antidepressivos mais fortes.

Até o momento esses compostos só foram testados em ratos. Então, os pesquisadores ainda não sabem como eles realmente irão funcionar nos humanos. Por isso pesquisas são necessárias para entender os mecanismos subjacentes.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Olhar digital, Gracinda e a psicologia

Mudanças climáticas afetam sabor e preço das cervejas

Artigo anterior

Jamais pense pequeno: as dicas de Schwarzenegger para alcançar objetivos

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido