Por que as cores ficam diferentes em um eclipse solar total?

Eclipse é um evento astronômico que acontece quando objetos celestes em trânsito ficam na mesma posição ou atravessam uns aos outros. O termo é mais usado para descrever um eclipse que envolve o sol, a Terra e a lua. O eclipse solar é o fenômeno que acontece quando a lua fica entre o sol e a Terra. Ela esconde por completo, ou de forma parcial, a sua luz.

Esse ano, irá acontecer novamente um eclipse solar total no dia oito desse mês. O fenômeno aconteceu também em 2017, no dia 21 de agosto. Nessa ocasião, a professora e pesquisadora do Departamento de Geologia da Universidade Estadual de Nova York em Buffalo, Tracy Gregg, estava no parque estadual do Tennessee para observar o eclipse. De acordo com ela, ela presenciou o chamado efeito Purkinje, que é uma mudança na percepção das cores por conta da mudança da luz.

Ainda conforme ela, a luz do sol foi diminuindo de forma rápida durante o eclipse e isso intensificou o efeito Purkinje. Com isso, Tracy teve uma experiência surreal vendo tudo a sua volta se transformar em tons de violeta e lavanda.

Mudança de cor

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Conforme ela descreveu, a cor geral era de “roxo profundo” que durou aproximadamente entre sete e oito minutos lhe dando, e a todos que estavam observando o evento, uma experiência sensorial única.

Agora, o eclipse que irá acontecer no próximo dia oito também dará mais uma oportunidade de as pessoas, que estiverem na rota da totalidade, observarem o efeito Purkinje.

Essa mudança na percepção de cores e tons acontece porque as retinas humanas têm três tipos de cones sensíveis à cor: vermelho, verde e azul. Através de combinações desses tons que as pessoas veem todas as cores do arco-íris em plena luz do dia. Então, quando existe menos luz, os sinais dos cones vermelhos, que são os que conseguem detectar os comprimentos de ondas mais longos e fortes, acabam se perdendo. Enquanto isso, os de comprimentos de ondas mais curtos, no caso o verde e o azul, continuam. Como resultado, os verdes e azuis são visivelmente vibrantes durante o crepúsculo e um eclipse solar.

Eclipse

Diário de Pernambuco

Por mais que eles sejam fenômenos que chamem muita atenção, no futuro eles podem se tornar somente uma memória conforme a lua vai se afastando do nosso planeta.

Para entender melhor o motivo disso acontecer é preciso saber que o diâmetro do sol é aproximadamente 400 vezes maior do que o da lua. Enquanto que o sol está 400 vezes mais distante do nosso satélite solar. Por conta disso é que quando são vistos da Terra, os astros parecem ter o mesmo tamanho, e quando ficam alinhados a lua cobre o sol quase que por completo.

Entretanto, a lua está se afastando da Terra, o que fará com que a proporção não seja mais a mesma. Por conta disso que os eclipses totais não vão mais acontecer.

O afastamento da lua foi descoberto por cientistas por conta de experiências com painéis refletores deixados na lua nas missões Apollo. No decorrer dos anos, um feixe de luz era enviado para esses espelhos e os pesquisadores cronometravam o tempo que a luz demorava para voltar para a Terra.

Ao fazer isso, eles perceberam que o tempo que o laser fazia essa viagem estava aumentando a cada ano, o que mostrava que a lua estava se afastando do nosso planeta.

O motivo disso acontecer é por conta da rotação da Terra e a órbita e rotação da lua que estão interligadas. Por isso que se algum desses movimentos mudar, os outros serão afetado diretamente.

Além disso, o movimento que a Terra faz em torno de si mesmo está desacelerando, aproximadamente em 1,14 milissegundo por século, por conta da força gravitacional da lua. Como forma de compensação, a órbita da lua está ficando maior e fazendo com que ela se afaste.

É acreditado que esse afastamento já aconteça desde que o planeta se formou, há 4,5 bilhões de anos. Por conta disso se imagina que o satélite natural pode, um dia, estar a 24 mil quilômetros de distância da Terra.

No momento em que a distância aumentar mais 25 mil quilômetros, o que acontecerá em 600 milhões de anos, a lua vai estar longe demais para cobrir perfeitamente o sol, tendo como ponto de observação a Terra. Por isso que o que os humanos poderão ver são eclipses anulares.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Olhar digital, Diário de Pernambuco