Depois de mais de 30 anos limitando a caça comercial às baleias, o Japão retornou à atividade baleeira. Nesse período, a caça de baleias era somente para fins “científicos”. Tal política apesar de tentar restringir, ainda assim resulta na morte de centenas de baleia todos os anos. Agora, a nova lei, que permite o abate comercial de baleias, já começou a valer desde o dia 1° desse mês.
A medida de sair da moratória da Comissão Internacional da Baleia (IWC), a qual o Japão fazia parte desde 1988, foi devido à grande pressão da indústria baleeira do país sobre o governo. Eles alegam que a caça às baleias e a carne do animal fazem parte da cultura japonesa. No entanto, embora a permissão permita a caça comercial das baleias, a nova medida estipula algumas regras. Uma delas permite um número limitado de animais abatidos por ano.
Caça comercial
Agora é oficial, o Japão retornou à atividade baleeira comercial no país. Depois de 30 anos limitando a caça somente para fins científicos, agora o país se junta à Islândia e à Noruega como os únicos países que permitem a caça comercial de baleias.
No final do ano passado, o governo japonês anunciou que acabaria com a suspensão da caça às baleias da Comissão Internacional da Baleia. A moratória teve início em 1985, como uma forma de proporcionar às baleias em risco uma chance para se recuperar. E em 1988, o Japão aderiu ao pacto.
Durante mais de 30 anos, o país permitiu caçar baleias apenas para estudos. No entanto, o pacto não teve muito efeito para conter a caça comercial no país. De 1985 a 2017, estima-se que os navios japoneses matam mais de 17 mil baleias. Os animais, que eram usados para estudos científicos, tinham a sua carne vendida em lojas e restaurantes depois do fim das pesquisas.
No entanto, a nova medida inclui regras. Por exemplo, a caça será limitada ao mar territorial e à zona econômica exclusiva do Japão. Esse espaço abrange cerca de 200 milhãs náuticas, o equivalente a 370 quilômetros das costas do país. Enquanto nas águas antárticas a caça será proibida.
A medida
Outra regra importante, nessa mudança no pacto da captura e abate de baleias, é a cota de caça estabelecida pela Agência de Pesca Japonesa. Para o ano de 2019, foi permitida a caça de 227 baleias. Em comparação à atividades de caças em anos passados, esse número é até seguro. Em 2017, por exemplo, os navios baleeiros japoneses capturaram 333 baleias-anãs apenas na Antártica, sendo que destas, 122 delas estavam grávidas. No entanto, essas caças ocorreram em nome da ciência.
Sachiko Sakai é motorista de táxi e trabalha na cidade portuária de Kushiro. Na cidade, vários navios baleeiros saem do porto rumo às caçadas. O motorista se posicionou sobre o assunto. Ele afirma que a carne de baleia é uma parte importante da cultura alimentar japonesa. “O mundo se opõe a matar baleias, mas você pode dizer a mesma coisa sobre muitos dos animais criados em terra e mortos por comida”, disse Sakai.
A saída do Japão do acordo de moratória da IWC foi muito influenciada por anos de pressão da indústria baleeira do país.
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