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Esse fóssil de um bilhão de anos pode ser o animal multicelular mais antigo

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Os fósseis nos ajudam a dar asas à imaginação quando se fala do passado. Eles são recursos que podem transformar os pensamentos sobre como teria sido a vida, ou algum animal, em respostas científicas. Eles são encontrados e estudados há muito tempo. E podem ser encontradas partes do corpo, como ossos e dentes, e até pegadas que deixaram em diferentes lugares do mundo. E alguns fósseis parecem ter sido congelados no tempo de tão bem preservados.

E quando eles são encontrados por equipes especializadas que cruzam diferentes informações, podemos entender muito mais sobre criaturas e civilizações que caminharam sobre o nosso planeta há milhares ou milhões de anos.

E esse fóssil minúsculo encontrado nas Terras Altas da Escócia pode ser o elo perdido na história evolutiva dos animais. O fóssil é datado de aproximadamente um bilhão de anos atrás. Ele mostra evidências de dois tipos diferentes de células e parece pertencer a um organismo antigo em algum lugar entre os animais unicelulares e multicelulares.

Fóssil

Tudo isso faz com que esse fóssil possa ser o mais antigo do seu tipo registrado. Essa descoberta pode dar uma visão a respeito de como e onde a vida animal evoluiu.

“As origens da multicelularidade complexa e a origem dos animais são consideradas dois dos eventos mais importantes na história da vida na Terra. Nossa descoberta lança uma nova luz sobre ambos. Encontramos um organismo esférico primitivo composto de um arranjo de dois tipos distintos de células, o primeiro passo em direção a uma estrutura multicelular complexa, algo que nunca foi descrito antes no registro fóssil”, disse o paleobiólogo Charles Wellman, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido.

Esses fósseis foram encontrados na Formação Diabaig em Loch Torridon contendo microfósseis de um cenário lacustre datado de um bilhão de anos atrás. Os depósitos de pedra do antigo leito do lago conseguiram manter esses fósseis com um estado de preservação bem bom até o nível subcelular.

Análises

O novo organismo descoberto foi chamado de Bicellum brasieri. Ele foi tão bem preservado em vários fósseis que a sua estrutura era claramente visível. Na sua forma madura ele parece ter consistido em um esfera minúscula de células grosseiramente esféricas compactas e que era cercado por uma única camada externa diferenciada de células alongadas no formato de salsicha.

Entretanto, duas populações mostraram uma mistura de tipos de células em todo o estereoblasto. Os pesquisadores viram isso como uma forma mais jovem do organismo durante o processo de diferenciação. Até porque as células no formato de salsicha se desenvolviam em um processo de migração para o  exterior do estereoblasto.

Os pesquisadores encontraram outros organismos multicelulares da mesma época, como fungos e algas. Mas eles disseram que a morfologia do Bicellum é mais consistente com o Holozoa, que é um grupo que contém animais e seus parentes unicelulares mais próximos.

Observações

Isso quer dizer que o Bicellum pode ser uma peça importante no quebra-cabeça evolucionário do planeta. Isso ajuda os pesquisadores não somente entender a transição de holozoários unicelulares para animais multicelulares, como também entender as origens de determinadas características mostradas por animais complexos.

“Os biólogos especularam que a origem dos animais incluía a incorporação e reaproveitamento de genes anteriores que haviam evoluído anteriormente em organismos unicelulares. O que vemos em Bicellum é um exemplo de tal sistema genético, envolvendo adesão célula-célula e diferenciação celular que pode ter sido incorporada ao genoma animal meio bilhão de anos depois”, explicou o paleobotânico Paul Strother, do Boston College.

Essa descoberta também pode ajudar a preencher algumas lacunas a respeito de onde as formas de vida específicas evoluíram. “A descoberta deste novo fóssil nos sugere que a evolução dos animais multicelulares ocorreu há pelo menos um bilhão de anos e que os primeiros eventos anteriores à evolução dos animais podem ter ocorrido em água doce como lagos ao invés do oceano”, concluiu Wellman.

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