Curiosidades

Estátua de Buda encontrada no Egito Antigo pode mudar tudo o que sabemos

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A história esconde muitas coisas fascinantes, e é por isso que diversos arqueólogos dedicam suas vidas em busca de informações que nos fazem conhecer um pouco mais sobre os nossos antepassados. E em alguns casos, elas podem mudar completamente a visão que se tinha sobre determinado povo, como por exemplo, uma estátua de Buda descoberta no Egito antigo.

Essa estátua foi encontrada em um sítio arqueológico perto do Mar Vermelho, sendo a primeira vez que algo desse tipo é encontrado no Egito. O que os pesquisadores acreditam é que esse Buda tenha sido esculpido no país na época do Império Romano por causa dos negócios comerciais feitos entre os indianos e os egípcios.

Segundo o Ministério das Antiguidades do Egito, a estátua foi encontrada na antiga cidade portuária de Berenice. Ela mostra Buda vestido com um manto e com uma auréola na cabeça, tendo ao todo 71 centímetros. A estátua foi encontrada sem os braços e as pernas do lado direito.

Buda no Egito

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“A estátua de Buda foi feita de pedra provavelmente extraída da região ao sul da atual Istambul (Turquia) e deve ter sido esculpida localmente em Berenice e dedicada ao templo por um ou mais ricos mercadores da Índia”, disse Mariusz Gwiazda, arqueóloga que participou do achado.

Por mais que uma estátua de Buda no Egito antigo pareça uma coisa estranha, essa descoberta mostra que até mesmo nos tempos antigos existia uma integração global.

A descoberta é a maior evidência já encontrada no Egito antigo sobre o budismo. Agora, depois disso, mais investigações podem ser feitas para que se saiba mais a respeito da prática da religião na época do Império Romano na  região.

Mudança de entendimento

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Assim como essa estátua de Buda fará com que os pesquisadores mudem seu entendimento sobre o Egito antigo, uma outra coisa bastante conhecida desse povo, mas que foi entendida por muito tempo de forma errada é a mumificação.

Até então se pensava que a mumificação era usada como uma forma de preservar o corpo depois da morte. Contudo, uma exibição de um museu mostra que esse não era o real motivo. Ao invés disso, essa técnica de enterro era uma forma de guiar a pessoa morta em direção à divindade.

Os pesquisadores do Museu de Manchester da Universidade de Manchester, na Inglaterra, notaram esse conceito errado que se tinha sobre a mumificação conforme eles se prepararam para a exposição chamada “Golden Mummies of Egypt”, inaugurada no começo desse ano.

Com esse novo entendimento sobre o propósito da mumificação, ele coloca por água abaixo aquilo que é ensinado a respeito das múmias aos alunos nas escolas. E como esse equívoco ficou vigente por tanto tempo?

Na visão de Campbell Price, o curador do museu do Egito e do Sudão, essa ideia liderada pelo ocidente começou com pesquisadores vitorianos que determinaram, de forma errada, que os antigos egípcios preservavam seus mortos de uma forma parecida com a preservação de peixes. O que eles pensaram na época foi que os dois processos tinham um ingrediente em comum: o sal.

“A ideia era preservar o peixe para comer no futuro. Então, eles presumiram que o que estava sendo feito no corpo humano era o mesmo que o tratamento para os peixes”, pontuou Price.

Entretanto, o que os antigos egípcios usavam era diferente do sal usado para preservar os peixes. O que eles usavam era um mineral conhecido como natrão, uma mistura de carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, cloreto de sódio e sulfato de sódio, que era natural e abundante nos leitos dos lagos do Nilo. Esse mineral era o ingrediente chave para a mumificação.

“Também sabemos que o natrão era usado em rituais de templos e aplicado a estátuas de deuses. Foi usado para limpeza”, disse Price.

Observações

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Ainda de acordo com o curador do museu, outro material comumente relacionado às múmias é o incenso, que também servia como um presente aos deuses. “Veja o incenso e a mirra, eles estão na história cristã de Jesus e foram presentes dos três reis magos. Na história egípcia antiga, descobrimos que eles também eram presentes apropriados para um deus”, explicou.

“Mesmo a palavra para incenso no egípcio antigo era ‘senetjer’ e significa literalmente ‘tornar divino’. Quando você está queimando incenso em um templo, isso é apropriado porque é a casa de um deus e torna o espaço divino. Mas então, quando você está usando resinas de incenso no corpo, você está tornando o corpo divino e um ser divino. Você não está necessariamente preservando isso”, continuou.

Assim como os egípcios, os egiptólogos vitorianos também acreditavam que os mortos precisariam de seus corpos na vida após a morte. Esse fato deu ainda mais credibilidade para a ideia errada sobre a mumificação.

“Não ajudou que houvesse uma obsessão biomédica nascida das ideias vitorianas sobre a necessidade de seu corpo completo na vida após a morte. Isso incluiu a remoção dos órgãos internos. Acho que na verdade tem um significado um pouco mais profundo, e é basicamente transformar o corpo em uma estátua divina porque a pessoa morta foi transformada”, disse Price.

Fonte: Olhar digital, Live Science

Imagens: Olhar digital, História do mundo

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