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Estelionatos no Brasil mais que triplicam em cinco anos, e golpes virtuais disparam

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Mesmo que sempre saiam notícias sobre golpes na mídia, as pessoas ainda caem e são extremamente prejudicadas por eles, ainda mais quando a promessa é de ganhar dinheiro fácil e de forma rápida. Isso pode ser visto no aumento do número de estelionatos no país. Nos últimos cinco anos, ele mais do que triplicou.

Para se ter uma noção, em 2022 foram registrados 1.819.409 casos do crime. Isso foi 326% a mais do que o visto em 2018 quando tiveram 426.799 registros de crime desse tipo.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, uma pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), ano passado tiveram 151,6 mil casos por mês, o que são quase cinco mil casos por dia e 208 golpes por hora. Além disso, por minuto foram 3,5 registros de casos de estelionato.

“Imaginávamos que iria crescer porque, desde 2018, o crescimento tem sido sempre com incremento exponencial, quase dobrando a cada ano. Num intervalo de cinco anos, você tem uma mudança importante. Essa mudança se dá por um conjunto de fatores e que é internacional. Não é exclusividade do Brasil”, explicou Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do FBSP e professor da FGV-EAESP.

O estelionato comum não foi o único tipo de crime que aumentou no Brasil. Um aumento ainda maior foi visto em crimes feitos por meio eletrônico por conta da pandemia do covid-19. Para se ter uma ideia, em 2021, foram 120.470 registros; em 2022, foram 200.322 casos. Esse aumento foi de 66,2%.

“É uma tendência que começa muito pela pandemia, período em que as pessoas ficaram em casa e a integração das pessoas era online. Sem carro na rua, não tinha roubo num farol ou em frente a escolas. Se antes havia 100 estelionatos com golpe na esquina, agora são [muitos mais]. É difícil para a polícia investigar tantos casos”, disse Lima.

Golpes em números

G1

Estelionato comum

Em 2021, a taxa desse crime a cada 100 mil habitantes era de 649,9. Em 2022, esse número cresceu para 896, ou seja, teve um aumento de 37,9%. Dentre os estados do país, São Paulo é o que tem o maior número de casos, 638 mil. Isso mostra que mais de um terço de todos os casos do Brasil são no estado.

O ranking dos estados que tem mais esse tipo de crime são:

  1. SP: passou de 382.110 em 2021 para 638.629 em 2022 (+67%)
  2. PR: passou de 114.951 em 2021 para 134.154 em 2022 (+16,7%)
  3. MG: passou de 105.476 em 2021 para 130.755 em 2022 (+23,9%)
  4. RJ: passou de 71.145 em 2021 para 123.841 em 2022 (+74%)

Como visto, em São Paulo e no Rio de Janeiro aconteceram as maiores variações de um ano para o outro. Mas isso não quer dizer que nos outros estados também não houve um aumento. Por isso que nessa quinta-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, publicou uma lista de ações planejadas pelo governo para lidar com o aumento de crimes violentos, como o estupro, e de casos de estelionato e racismo.

Estelionato eletrônico

Esse tipo de crime era de 115 a cada 100 mil habitantes, em 2021. No ano passado, o número cresceu para 189,9, um aumento de 65,1%. Nesse tipo, segundo o levantamento do FBSP, o estado com mais casos é Santa Catarina, tendo 64.230 registros em 2022. Esse número é equivalente a 32% dos casos desses golpes no país.

O ranking dos estados que mais têm esse tipo de crime são:

  1. SC: passou de 42.976 em 2021 para 64.230 em 2022 (+49,4%)
  2. MG: passou de 25.574 em 2021 para 35.749 em 2022 (+39.7%)
  3. DF: passou de 10.049 em 2021 para 15.580 em 2022 (+55%)
  4. ES: passou de 10.545 em 2021 para 15.277 em 2022 (+44,8%)

Até o fim do levantamento, os estados da Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo não tinham disponibilizado os dados sobre esse tipo de estelionato em seus territórios.

Por que aumentou?

G1

Claro que vendo como a quantidade de golpes e crimes aumentaram no país é normal querer entender como isso aconteceu. Segundo Renato Sérgio de Lima, o crime organizado não tem mais interesse em planejar crimes com violência, já que as penas estão maiores e esse tipo chama atenção da polícia.

Além disso, ele também disse que o setor de inteligência da polícia do país não está preparado para lidar com essa grande quantidade de casos de estelionato no país. “O golpe vai na sorte; de 100 casos, um ou dois são investigados. Quando vamos olhar para a investigação, agrega-se ao problema o perfil dos policiais civis no Brasil. São muitas polícias sem concurso há vários anos, os agentes não têm formação tecnológica de última geração. Os profissionais não são necessariamente formados em ambiente virtual, isso dificulta investigar crimes virtuais”, afirmou.

“O golpe pode estar sendo feito em outro estado ou país, por aparelho roteado. Como a polícia de São Paulo investiga um caso cujo IP do crime é do Rio Grande do Norte, por exemplo? Hoje, a política nacional do Sistema Único de Segurança Pública não tem necessariamente força de integração interestadual institucional”, concluiu.

Fonte: G1

Imagens: G1

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