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Estudo mostra que neandertais usavam uma ferramenta bem familiar para sua higiene dentária

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Estamos sempre muito preocupados em estar arrumados e limpos. A preocupação em se manter limpo não é algo recente. Há centenas de anos, o ser humano busca formas de fazer isso. Claro que nem sempre existiu a tecnologia e as facilidades atuais, por isso, as formas de se higienizar eram diferentes.

Contudo, uma coisa se manteve até os dias de hoje. O palito de madeira está entre os mais simples de todos os objetos manufaturados. E ele é considerado o instrumento de limpeza dental mais antigo. Tanto que não só abrange a espécie humana.

Vários primatas superiores usam objetos parecidos para esfregar ou palitar os dentes. E evidências arqueológicas aparecendo por toda Europa sugerem que os neandertais também tinham esse hábito de raspar os dentes. Se sabe disso por conta da impressão que eles deixaram em seus molares.

Dente

Um dente descoberto em uma caverna polonesa em 2010 foi recém analisado. Ele foi encontrado com uma ranhura no formato de um fuso lateral. Isso indica o movimento para dentro e para fora de um palito.

Conforme sugerem as medições dentárias do pré-molar superior e a datação por radiocarbono, ele pertenceu a um homem neandertal na casa dos 30 anos que escovava os dentes da mesma forma que nós há 46 mil anos.

“Parece que o dono do dente fazia higiene bucal. Provavelmente, entre os dois últimos dentes havia resíduos de comida que precisavam ser removidos. Não sabemos do que ele fez um palito, se foi um pedaço de galho, um pedaço de osso ou espinha de peixe. Tinha que ser um objeto cilíndrico bastante rígido, que o indivíduo usava com frequência suficiente para deixar um rastro claro”, disse a arqueóloga Wioletta Nowaczewska, da Universidade de Wroclaw.

Vários outros dentes foram encontrados na caverna Stajnia, perto da Cracóvia. É acreditado que eles também pertenciam aos neandertais. Alguns deles até mostraram tentativas parecidas de higiene bucal pré-histórica. Mas a sua deterioração faz com que eles sejam mais difíceis de estudar.

Contudo, o molar que foi recém analisado estava em uma condição notável que permitiu que os cientistas fizessem análises 2D e 3D do seu esmalte. Geralmente, esse esmalte do dente é mais fino nos neandertais quando comparado ao Homo sapiens.

Análises

Através de análises do DNA mitocondrial feitas depois foi confirmado que o dente, provavelmente, era de um neandertal. Segundo os autores, o sulco principal do dente foi provavelmente causado por abrasão mecânica.

O lugar, a forma, orientação e ocorrência do arranhão correspondem a outros sinais de neandertais mexendo nos seus dentes também vistos em outras partes da Europa.

Em 2017, os arqueólogos anunciaram sua descoberta de um único dente de neandertal que foi encontrado na atual Croácia. O dente mostrava vestígios de palhetas e escarificações de 130 mil anos atrás, que possivelmente era uma maneira de aliviar a dor.

Em 2013, foram descobertos dentes de neandertal ainda mais antigos na atual Espanha. Eles também tinham impressões parecidas. Além disso, um fragmento de madeira foi encontrado preso entre dois molares.

Além da madeira, outros materiais que os neandertais podem ter usado para limpar seus dentes são  ossos, tendões e grama. Mas nenhum deles foi confirmado pelos registros arqueológicos.

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