Existe diferença entre as próteses? Saiba quais Vinícius levou para o BBB 24

Os avanços da tecnologia mudaram vários aspectos do nosso dia a dia e deram às pessoas que, por alguma razão, perderam algum membro, a possibilidade de “tê-lo” de novo através das próteses. No entanto, o que muitas pessoas não sabem é que existem diferentes tipos de próteses.

Elas não dão somente uma maior acessibilidade para as pessoas com deficiência, mas também podem ser resistentes à água e até ter algoritmos de programação, como as que Vinícius Rodrigues levou para o BBB 24.

“Cada modelo é respectivo ao nível de amputação. Por exemplo, uma pessoa amputada no nível da coxa utilizará uma prótese transfemoral, uma amputação abaixo do cotovelo utilizará uma prótese transradial”, explicou Thomas Pfleghar, diretor da Ottobock, empresa que fabrica e fornece as próteses usadas pelo atleta paraolímpico no reality.

“Existem equipamentos específicos para o esporte. O joelho que o Vinicius usa para correr, por exemplo, foi projetado para refletir em um ângulo maior e dar velocidade na corrida”, continuou.

Tipos de próteses usadas por Vinícius

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Para o BBB, o atleta levou três tipos de próteses que têm utilidades diferentes. Foram elas:

Para o dia a dia: uma prótese com um joelho protético eletrônico que é resistente à água, além de ter algoritmos e programação que reagem de forma imediata quando um movimento é detectado.

Para água: essa prótese tem um joelho protético mecânico que é à prova d’água.

Para corrida: já essa tem um joelho protético projetado de forma especial, com alinhamento à biomecânica da corrida e com uma lâmina de corrida.

Funcionam diferente?

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A prótese feita para ser usada no dia a dia é a mais antiga do mundo que tem a tecnologia do joelho protético eletrônico. “Esse joelho possui controle tanto na fase de balanço (flexão e extensão quando a prótese está no ar sem contato com o solo) quanto na fase de apoio (quando a prótese está em contato com o solo)”, explicou o diretor da Ottobock.

Ainda de acordo com ele, as situações são diferentes porque na fase de apoio, o primordial é que a segurança seja garantida. “O corpo humano é extremamente complexo, e nossa musculatura nos permite contrair a qualquer momento para sustentar um tropeço ou prevenir uma queda, através de bloqueios articulares em diversos ângulos de flexão”, disse.

Prótese com algoritmos de programação

Essa prótese ajuda o atleta a prever instabilidade, por isso que ela é equipada com sistema de algoritmo.

“A parte eletrônica do joelho protético é dotada de algoritmos e programação que reagem imediatamente à detecção de movimentos indefinidos. Por exemplo, durante a flexão ou extensão, se o sistema identifica um obstáculo no solo e o pé tropeça, o sistema eletrônico aumenta a resistência do sistema hidráulico (um cilindro com óleo para gerar resistência), para evitar que o paciente caia, proporcionando tempo hábil para que ele se apoie na prótese”, explicou Pfleghar.

E se acontecer alguma mudança na velocidade da marcha, o sistema eletrônico consegue ajustar e mudar a resistência para que o movimento continue constante, seja qual for a velocidade da marcha.

Contudo, para fazer essas adaptações os sensores têm que receber informações como peso, apoio, inclinação, ângulo de flexão, extensão do joelho e aceleração em uma direção específica. Só que quando uma pessoa está deitada ou se arrastando, não existem leituras precisas desses fatores.

O mais impressionante é que todo o controle acontece em tempo real. Isso mostra o quão rápido o sistema eletrônico é e consegue fazer todas as adaptações.

Prótese mecânica resistente à água

Mesmo sendo mais simples, a prótese mecânica tem a vantagem de ser resistente à água e ser capaz de controlar a fase de balanço e a de apoio. Ela funciona com um sistema hidráulico em que as resistências são fixas e ajustadas individualmente para cada pessoa. E por ela não ter partes eletrônicas e bateria, ela é resistente à água.

“Com essa prótese, o Vinicius é capaz de descer rampas e escadas com passos alternados, assim como ocorre com a prótese equipada com o joelho eletrônico. Este modelo possui dois botões em cada lado do joelho: um para ajustar a resistência, proporcionando movimentos mais livres, o que é útil para atividades como andar de bicicleta; o outro botão é utilizado para bloquear a flexão do joelho”, disse Pfleghar.

“Isso é especialmente útil quando o utilizador entra na água, necessitando manter o joelho fixo em extensão para evitar que a resistência da água cause flexão no joelho e resulte na perda de contato com o solo”, continuou.

Contudo, mesmo que as próteses de Vinícius sejam resistentes à água, em uma prova do BBB ele teve que tirá-la. Isso aconteceu porque, conforme explicou Pfleghar, a substância que tinha na prova poderia danificar a prótese do brother.

“Esse equipamento que era usado pelo participante no início da prova possui resistência de até 30 minutos imerso na água. Ainda assim, é necessária a limpeza do produto logo após o contato com o líquido. Porém, o contato do componente naquela prova seria com um gel verde, que precisaria ser removido imediatamente após o contato com o joelho eletrônico, o que gerava certo temor, porque o líquido poderia causar danos ao equipamento”, pontuou ele.

Prótese para corrida

A terceira das próteses que Vinícius levou é específica para corrida e foi a que ele usou quando bateu o recorde mundial de 100 metros e conquistou medalhas de prata.

“O joelho dessa prótese foi projetado com um desenho especial, alinhado à biomecânica da corrida. Destaca-se por ser mais leve e apresentar um sistema hidráulico especialmente adaptado para o ato de correr”, explicou Pfleghar.

Esse joelho faz uma flexão mais acentuada, o que possibilita uma extensão rápida no momento da corrida. E ao contrário das próteses de caminhada, essa tem uma lâmina no formato da letra C ao invés de um pé.

“Na corrida, apenas a ponta da lâmina é utilizada para o apoio ao solo. O formato curvado permite que, no momento do apoio durante a corrida, ela se comprima em reação ao solo para acumular energia e devolver essa energia de forma eficiente”, disse o diretor da Ottobock.

Fonte: VivaBem

Imagens: VivaBem