Curiosidades

Exoesqueleto que fez a senadora Mara Gabrilli andar chega ao SUS por US$ 200 mil

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Felizmente a tecnologia avança cada dia mais, e com isso coisas que antes eram inimagináveis ou dignas de filmes estão se tornando realidade. Um exemplo disso são dois exoesqueletos que começarão a ser usados pela Rede Lucy Montoro, ligada ao SUS (Sistema Único de Saúde) e gerida pela Secretaria de Saúde de São Paulo.

Esses exoesqueletos foram comprados por 200 mil dólares, equivalente a um pouco mais de um milhão de reais. Com eles, os pacientes que possuem deficiências motoras severas têm a possibilidade de andar, agachar, se mexer para os lados e até mesmo subir degraus.

Os modelos adquiridos pela Rede Lucy Montoro são do mesmo tipo que viralizou sendo usado pela senadora Mara Gabrilli que, em 1994, ficou tetraplégica depois de um acidente de carro.

Quem desenvolveu a tecnologia para esse exoesqueleto foi a startup francesa Wandercraft, e os modelos encomendados devem chegar no Brasil entre agosto e setembro desse ano e irem direto para a instituição especializada em tratamentos avançados de reabilitação em São Paulo.

Em entrevista dada à Tilt, a senadora contou como foi a experiência de usar o exoesqueleto e disse que reviveu memórias e a levou “de volta ao passado, quando corria maratonas”. “É como se meu corpo reconhecesse o movimento e estivesse pronto para andar novamente depois de 28 anos do acidente que me deixou tetraplégica. A sensação pode ser resumida em uma palavra: liberdade”, disse ela.

Depois de ter tido essa experiência, Mara refletiu sobre sua condição e como ela se conecta com a maneira como nós nos vemos. “A história humana, inclusive do ponto de vista evolutivo, possui relação direta com a possibilidade de ficar de pé. Não por acaso, os seres humanos são bípedes”, pontuou.

E na visão dela, essa iniciativa vista em São Paulo com a implementação dos exoesqueletos pode ser copiada pelos demais governos estaduais do país. “Quando a gente investe em saúde e qualidade de vida entre a população, estamos também cuidando dos cofres públicos. Investir em tecnologia de saúde garante sustentabilidade para o nosso SUS. É olhar para a saúde como um todo. Gestores públicos com essa visão vão trabalhar para ter exoesqueletos em seus centros de reabilitação”, disse Mara.

Exoesqueleto

Os modelos que virão para o Brasil são os chamados Atalante. Eles têm uma vida útil de cinco anos e podem ser usados em pacientes com até 90 quilos.

Para seu funcionamento, o exoesqueleto é acoplado ao corpo da pessoa para que ele reative e ajude na movimentação. Quando a pessoa “veste” o equipamento, ela não precisa mais de andadores e tem um sistema de controle de equilíbrio que lhe dá uma estabilidade maior. E mesmo que a pessoa dê uma inclinada, ela não irá cair porque o exoesqueleto mantém o equilíbrio.

Ele pode ser programado para funcionar de acordo com os objetivos de cada paciente. E para que o paciente consiga andar, o exoesqueleto usa a força do próprio corpo.

Esses exoesqueletos não funcionam através de captação de impulsos cerebrais, pois não existem eletrodos conectados ao cérebro da pessoa. E eles podem ser usados em pacientes com lesão medular, Parkinson, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, traumatismo cranioencefálico e demais doenças que limitaram o movimento das pessoas.

“É uma estrutura mutável personalizada para o paciente com base na altura e no comprimento da perna, com 12 graus de liberdade e movimento motorizado de assistência variável. Os algoritmos de firmware e software são uma tecnologia inteligente que cria uma marcha cinemática ou fisiológica correta para pacientes com base em suas medições”, explicou Gary Viles, vice-presidente de operações comerciais da Wandercraft nas Américas.

Pode ser de uso pessoal?

O Globo

Claro que uma tecnologia revolucionária como essa muda o mundo. E se ela pode ser usada em vários pacientes nos centros de reabilitação, logo vem a dúvida se ela também pode ser uma tecnologia de uso pessoal.

“Demorou mais de dez anos para chegar onde estamos e seis anos para chegar ao ponto de conseguir levantar o primeiro paciente da posição sentada com segurança. A versão de hoje levou uma quantidade enorme de engenharia, testes, validação e estudos clínicos para provar a viabilidade e usabilidade”, explicou Viles

Além disso, a tecnologia usada pela startup não está disponível em larga escala. Contudo, conforme pontua Linamara Rizzo Battistella, professora da USP e idealizadora da Rede Lucy Montoro, o desejado para o futuro é que os pacientes possam levar o exoesqueleto para casa assim como eles fazem com a cadeira de rodas.

“Por enquanto, é uma tecnologia de treinamento para desenvolvimento da melhora clínica. Mas no futuro será um equipamento de uso pessoal”, disse Battistella.

Fonte: Tilt

Imagens: YouTube, O Globo

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