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Exoplaneta descoberto pode mudar maneira de busca de vida fora da Terra

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O questionamento se há ou não vida fora da Terra paira a humanidade há tempos. Mesmo que não sejam todas as pessoas que acreditem que, de fato, possa existir vida em outros planetas, a ciência e a física vêm nos revelando que essa probabilidade pode realmente ser verdadeira.

Contudo, encontrar qualquer tipo de vida em outros planetas ainda é o santo graal da astronomia. Até porque, buscar planetas hospedeiros que tenham condições ideais para sustentar a vida é uma coisa que exige muito recurso. Por exemplo, para buscar exoplanetas, que são os que estão fora do sistema solar, é preciso utilizar os maiores telescópios da Terra. E mesmo assim, a taxa de acerto dessa busca pode ser bastante baixa.

Contudo, um novo estudo feito por cientistas do mundo todo combinou várias técnicas de busca para tentar descobrir um novo planeta gigante. E o que eles fizeram pode mudar a forma como se imagina planetas no futuro.

Até o momento, várias técnicas já foram desenvolvidas para procurar planetas que orbitem outras estrelas. A mais simples é a chamada imagem direta. No entanto, mesmo sendo a mais simples, ela não é fácil de ser produzida.

Isso porque para que uma imagem direta seja gerada é preciso uma conexão poderosa entre a câmera e um grande telescópio, além da tentativa em detectar a luz que é emitida ou refletida de um planeta. E como os planetas são escuros, usar essa técnica é parecido com procurar vagalumes ao redor de um holofote.

Não é à toa que através dessa técnica somente 20 planetas foram encontrados. Mesmo assim, ela tem um grande valor porque ajuda na compreensão das propriedades atmosféricas de determinado planeta, como por exemplo, sua composição e temperatura, coisas que outras técnicas não são capazes de fazer.

Descoberta

Folha

Agora, o planeta que os cientistas descobriram, o chamado HIP99770b, é massivo, quente e moderadamente nublado. Ele está orbitando sua estrela a uma distância como se estivesse entre Saturno e Urano.

Esse planeta tem 15 vezes a massa de Júpiter e tem temperaturas maiores do que mil graus Celsius, o que não é um bom indício para um local habitável. Mas o que HIP99770b dá aos cientistas é uma analogia com o nosso sistema solar. Até porque, ele tem um disco de detritos, de gelo e rocha, frio e longe da sua estrela. Essa configuração se parece com o Cinturão de Kuiper no nosso sistema solar.

Os cientistas fizeram essa descoberta fazendo a detecção de indícios de um planeta através de detecção indireta. Eles viram que a estrela oscilava no espaço, o que mostrava que ali existia um planeta por perto. Visto isso, eles partiram para a detecção direta com imagem, já que não estavam procurando no escuro.

Além da detecção direta, a espaçonave Gaia, da Agência Espacial Europeia, forneceu dados extras. E os cientistas também usaram medições feitas pelo antecessor de Gaia, Hipparcos. Com isso, eles tiveram 25 anos de dados para analisar.

Detecção de planeta

Engadget

Antigamente, os pesquisadores usavam métodos indiretos para guiar imagens. Com isso, eles descobriram estrelas companheiras, mas não planetas. “Nossa detecção, que usou imagens diretas e astrometria, demonstra uma maneira mais eficiente de procurar planetas. É a primeira vez que a detecção direta de um exoplaneta é guiada por métodos iniciais de detecção indireta”, disse o cientista Simon J. Murphy, líder do estudo.

De acordo com as descobertas, é sugerido que HIP99770b faz parte da associação de estrelas Argus, que é um grupo de estrelas que se locomove junto através do espaço. Isso por sua vez sugere que todo sistema é bem jovem, tendo aproximadamente 40 milhões de anos, o que faria com que ele tivesse quase a mesma idade do nosso sistema solar.

Contudo, a análise de pulsações da estrela e os modelos de brilho do planeta feito pelos cientistas sugeriram que ele tenha entre 120 a 200 milhões de anos. Se isso for verdade, o HIP99770b pode estar de intruso em Argus.

Mas como agora se sabe que ele abriga um planeta, os cientistas querem entender ainda mais todos os seus mistérios.

Fonte: Galileu

Imagens: Folha, Engadget

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