Curiosidades

Mais de 50 exoplanetas foram descobertos a até 60 anos-luz da Terra

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Na década de 1990, o primeiro exoplaneta (corpo celeste que não orbita em torno do sol e não faz parte do nosso sistema solar) foi descoberto. Desde então, milhares de outros parecidos já foram descobertos além do nosso sistema solar. Foi por isso que com o passar do tempo as descobertas de exoplanetas não foi uma notícia tão espetacular assim. No entanto, isso não quer dizer que elas não sejam importantes.

Um exemplo disso foi a descoberta feita pelos membros do projeto CARMENES. Depois de cinco anos coletando medidas da luz de mais de 300 estrelas, os astrônomos falaram sobre a descoberta de 59 exoplanetas. Dentre eles, 33 são planetas novos que agora se unem a 26 que foram confirmados em estudos anteriores.

Além da descoberta, esse projeto também fez novas análises de 17 exoplanetas que já eram conhecidos. Todos eles estão a até 65 anos-luz do nosso planeta, o que é uma distância relativamente próxima. Eles estão orbitando estrelas anãs vermelhas. Os astrônomos também descreveram seis deles como sendo “potencialmente habitáveis”, ou seja, eles são rochosos e podem ter água líquida em sua superfície.

Observações

Canaltech

O foco do projeto CARMENES é justamente a procura de exoplanetas que sejam rochosos e parecidos com a Terra. E para fazer essa busca, eles usam o instrumento que dá nome ao projeto que fica no observatório Calar Alto, na Espanha. Ele é equipado com dois espectrógrafos que conseguem captar dados da luz visível e também comprimentos de onda do infravermelho.

As observações que foram feitas entre 2016 e 2020 resultaram em exoplanetas bem variados. Por exemplo, existem seis parecidos com Júpiter, ou seja, com mais de 50 vezes a massa do nosso planeta, e 10 parecidos com Netuno.

Além desses, existem outros 43 que têm uma massa parecida com a da Terra e são chamados de “Super Terras”. O “super” é pelo fato de esses exoplanetas terem 10 vezes a massa do nosso planeta. E de acordo com os pesquisadores, pelo menos oito deles estão nas zonas habitáveis das suas estrelas.

Exoplanetas

Canaltech

Na imagem é possível ter uma ideia das descobertas. Os pontos cinzas são os exoplanetas descobertos por outros instrumentos, mas que também usaram o mesmo método que o CARMENES. No eixo vertical é mostrado o tipo de estrelas que são orbitadas, enquanto o eixo horizontal mostra a distância que esses exoplanetas estão da sua estrela. Aqueles que estão na zona habitável das suas estrelas são os que estão na zona azulada.

Através desses novos dados, os pesquisadores conseguiram calcular a frequência com que essas estrelas estão acompanhadas de planetas. “Descobrimos uma taxa de ocorrência de 1,4 planeta por estrela, que nunca foi determinada antes com precisão tão alta para estrelas de baixa massa, com a técnica da velocidade radial”, disse Ignasi Ribas, cientista do projeto.

E para que os exoplanetas sejam confirmados com a maior precisão possível, o CARMENES faz, pelo menos, 50 observações de cada uma das estrelas. “Desde quando entrou em operação, o CARMENES analisou novamente 17 exoplanetas conhecidos, e descobriu e confirmou 59 novos exoplanetas nas proximidades do Sistema Solar”, disse ele.

Mesmo que os pesquisadores já tenham anunciado a descoberta, ainda existem dados sendo processados. Por conta disso, eles farão outro anúncio com os resultados da luz infravermelha.

Importância

Galileu

Assim como foi dito, não é porque vários são descobertos que eles não são importantes, como por exemplo, a descoberta feita por astrônomos da Universidade de Montreal, no Canadá. Eles encontraram evidências de dois mundos aquáticos. Esses exoplanetas têm uma grande porção de água em vapor no seu volume e estão em órbita de uma anã vermelha em um sistema que fica a 218 anos-luz de nós.

Os pesquisadores que fizeram essa descoberta foram liderados por Caroline Piaulet, estudante de doutorado do Trottier Institute for Research on Exoplanets (iREx). Em 2014, através dos dados do Telescópio Espacial Kepler da NASA, os astrônomos conseguiram detectar três planetas que estavam orbitando a estrela Kepler-138. Eles observaram isso depois de verem uma queda na luz estelar durante um trânsito planetário.

Entre 2014 e 2016, eles também observaram esse sistema através dos telescópios Hubble e Spitzer. O sistema era feito dos planetas Kepler-138b, Kepler-138c e Kepler-138d.

Em um estudo, os pesquisadores fizeram a comparação entre os tamanhos e as massas dos exoplanetas Kepler-138c e Kepler-138d. Com isso, eles estimaram que até metade do volume dos dois deve ser composta por materiais mais leves do que a rocha, contudo, mais pesados do que o hidrogênio ou hélio. Nesse ponto, o material mais comum é a água.

Sabendo disso, os cientistas viram que estavam em frente a dois possíveis oásis. Eles descobriram que ambos os exoplanetas, que têm 1,5 vez o tamanho da Terra, podem ter a mesma massa. Essa descoberta pode ser a primeira vez que exoplanetas são descobertos com a mesma fração de água.

“Antes pensávamos que planetas um pouco maiores que a Terra eram grandes bolas de metal e rocha, como versões ampliadas da Terra, e é por isso que os chamamos de superterras. No entanto, agora mostramos que esses dois planetas, Kepler-138c e d, são bastante diferentes em natureza: uma grande fração de todo seu volume é provavelmente composta de água”, explicou Björn Benneke, coautor do estudo.

Fonte: Canaltech, Galileu

Imagens: Canaltech, Galileu

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