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Experimento revela triste realidade sobre pessoas em situação de rua

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Uma nova pesquisa social realizada nas ruas movimentadas de Nova York e Chicago, nos Estados Unidos, revelou algo preocupante no ato de doar para aqueles que precisam. Isso porque o estudo apontou que pedestres têm mais chance de doar dinheiro às pessoas em situação de rua vestidas de terno em comparação com aquelas vestidas com roupas casuais.

Assim sendo, se a pessoa estivesse usando jeans e uma camiseta, por exemplo, ela poderia receber até metade da quantidade que a pessoa vestida de terno. Então, mesmo quando uma pessoa está doando, ocorre um ato que os pesquisadores chamam de “um comportamento ostensivamente altruísta”, argumentam que os pedestres podem estar contribuindo para a desigualdade econômica, sem nem mesmo ter ciência. Isso porque a maior parte das doações vão para aqueles que têm mais e não para aqueles que têm menos.

“À medida que a desigualdade econômica aumenta em muitas partes do mundo, e países como os Estados Unidos revertem programas de redes de segurança social, a responsabilidade de lidar com os impactos deletérios da desigualdade recai cada vez mais sobre os próprios indivíduos economicamente precários ou para cidadãos privados que exercem compaixão”, escreve a equipe, liderada pelo primeiro autor e psicólogo social Bennett Callaghan da City University of New York.

O estudo

Estudo com pessoa em situação de rua

(Stone Center on Socio-Economic Inequality/City University of New York)

Com isso, pesquisadores estão tentando descobrir uma forma de melhorar o sistema de doação. No entanto, um dos principais problemas na pesquisa é que a pessoa que ficou na rua pedindo dinheiro, sendo ela o primeiro autor do estudo, não declarou que estava em situação de rua pessoalmente. Isso para não enganar os pedestres.

Então, ele segurou um pedaço de papelão que dizia: “Pelo menos 1.700 habitantes de Chicago dormiram nas ruas em janeiro de 2011. Ainda não está frio, mas o inverno está chegando. Qualquer doação ajudará. Obrigado.” Uma frase diferente foi usada em Nova York.

Sendo assim, se alguém parasse e perguntasse o que ele estava fazendo, ele diria que estava coletando dinheiro para caridade. Vale destacar que os fundos foram doados ao final do estudo. As únicas variáveis do estudo eram se o homem estava pedindo dinheiro nas ruas de Chicago ou Nova York e se ele estava vestido de terno ou roupa casual. Além disso, quando estava com roupa casual, seu cabelo estava despenteado e, com terno, estava arrumado.

Os resultados dessa pesquisa sugerem que pedestres em ruas movimentadas julgam a classe social das pessoas que pedem dinheiro tendo como base sua aparência. Dessa forma, doam dinheiro de acordo com esse julgamento.

Classe e alienação

Estudos anteriores mostraram que nossas percepções de classe social podem influenciar a forma como vemos estranhos. Por exemplo, sinais de pobreza podem realmente provocar níveis mais baixos de empatia em relação aos outros, contribuindo ainda mais para a alienação e a desumanização.

Alguns experimentos na década de 1970 descobriram que aqueles com status mais alto geralmente recebem mais ajuda, financeira ou não, do que aqueles com status mais baixo.

“Assim”, escrevem os autores do presente estudo, “a capacidade de perceber a classe social nos outros não apenas permite que os humanos identifiquem hierarquias sociais – e seu próprio lugar dentro delas – mas também permite padrões de percepção social que justificam implicitamente essas hierarquias sociais, retratando os que estão na base como incompetentes ou indignos.”

Resultados da pesquisa sobre pessoas em situação de rua

As pesquisas atuais em Nova York e Chicago não podem nos dizer o que os pedestres pensaram quando deixaram troco nos copos de doação, mas sugerem como um julgamento rápido pode influenciar as ações. Isso porque, quando o homem, posando como uma pessoa em situação de rua, estava vestido de terno, ele recebia mais doações tanto em número quanto em quantidade por doação.

Em 3,5 horas, o colecionador de caridade recebeu pouco mais de US$ 54 em um terno. Ao longo de quatro horas, ele arrecadou pouco mais de US$ 21 em uma camiseta. Além disso, uma pesquisa online acompanhou esses resultados pedindo a 486 participantes que olhassem imagens do experimento anterior e relatassem sua percepção do homem.

Tanto o traje de terno quanto o de camiseta foram julgados como de menor status, mas o último traje foi mais. Quando o colecionador de caridade vestiu uma camiseta, os participantes da pesquisa o classificaram comparativamente mais baixo em simpatia, competência, humanidade e capacidade de relacionamento.

Então, entende-se que, vestido casualmente e apresentando ter uma condição social vulnerável, o homem era visto como menos merecedor e confiável.

Fonte: Science Alert

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