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Fenômeno do funk, Deize Tigrona concilia carreira musical com a profissão de gari

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Deize Tigrona ficou conhecida nacionalmente no começo dos anos 2000 com o hit “Injeção”. A funkeira se afastou dos palcos depois de passar por uma grave depressão, mas o retorno aconteceu em 2021, com o viral Sadomasoquista.

Em entrevista ao EXTRA, Deize Tigrona disse que não entendia o que era depressão, pois ouvia que era doença de rico, e ela não era rica.

“Eu tinha acabado de voltar de uma viagem de três meses na Europa. Lá eu já me sentia perdida. Estava no processo de adoção do meu filho (que é, na verdade, seu sobrinho). Depois foi caindo a ficha que já tinha as questões conturbadas com minha família. No mesmo período, conheci meu pai. Era muita coisa. Por isso, com o passar do tempo, decidi falar sobre a doença. Muita gente acha que o artista vive na felicidade o tempo todo. Depressão dói e muita gente precisa de ajuda também. Foi uma forma de ajudar as pessoas a se abrirem.”

Retorno aos palcos

Foto: Divulgação/ Rômulo Juracy

Atualmente, concilia o trabalho como servidora pública com shows lotados e afirma que a fama ainda não foi o suficiente para que ela saísse da Cidade de Deus, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, que abriga uma das maiores favelas do estado.

“Não pago aluguel, tenho minha casa na Cidade de Deus, mas o meu intuito é sair. Ainda tenho um trabalho paralelo. Estou na Comlurb há nove anos. Decidi fazer o concurso nessa época que não sabia se o funk seria para mim. Me inscrevi e passei. Tenho pensado também em conciliar minha arte com a prefeitura”, disse Deize, para o O Globo.

Apesar da rotina de Deize Tigrona ser cansativa, ela afirma que está confiante de que conseguirá retomar a carreira. 

“Já trabalhei virada (risos). Moro perto da sede, dá cinco minutos aqui da Cidade de Deus. E vou tocando a arte em paralelo. Conciliar as carreiras e o álbum está corrido. Está tudo certo, mas, às vezes, ainda não acredito que esta retomada esteja acontecendo.”

Deize Tigrona retoma seu lado artístico no novo álbum “Foi Eu Que Fiz”

Foto: Pedro Pinho/ Divulgação

Recentemente, no dia 23 de setembro, Deize Tigrona lançou seu primeiro álbum de estúdio depois de 10 anos. Intitulado “Foi Eu Que Fiz”, conta com diversos ritmos além do funk, como o o pop, o rock, o trap e a música eletrônica.

Para conseguir contemplar essa diversidade de estilos, ela contou com a colaboração de vários produtores de áreas distintas. Com isso, o objetivo é que o ouvinte tenha uma experiência eclética, mas que converse entre si. 

Os colaboradores do álbum são JLZ, produtor musical do afrobeat, Teto Preto, banda que também faz produção musical e é forte no eletrônico, jazz, techno, house e darkwave.

Além disso, DJ Chernobyl faz uma ponte entre o baile funk e a cena do rock eletrônico brasileiro. Francês Beats, produtor musical do mundo do Trap, também participa da produção.

Por fim, o disco conta com Badsista, produtora musical que já trabalhou com Deize Tigrona anteriormente no single “Vagabundo”.

“Todos os produtores são especiais para mim e todos são de um gênero musical diferente. E isso ajudou bastante na minha escrita para o álbum, a sintonia deu tão certo que o disco está em várias estações para ninguém pôr defeito. Eu consegui ir do funk às artes plásticas com esses produtores que já conheciam meu trampo. E quando a sintonia bate, tudo sai do jeito previsto por todos”, disse Deize Tigrona.

Bagagem no funk

Foto: Pedro Pinho/ Divulgação

Deize Tigrona ficou um tempo afastada da carreira por causa da grave depressão. Atualmente, ela voltou com a carreira musical aliando sua bagagem com o funk das antigas junto com o que tem de mais novo.

“Desde a pré-adolescência eu cismei que ia ser artista e por muitas das vezes as pessoas riam. E hoje conquistar esse feito, sendo uma mulher preta e periférica, para mim é surreal, ainda mais nesses altos e baixos que eu vivi. Então, lançar este álbum é surreal e só hoje a ficha caiu e eu já chorei muito porque eu ainda estou caindo em si que esse álbum está na pista”, disse Deize Tigrona, conforme o portal Popline.

Fonte: Metrópoles, Popline

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