De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 20 milhões de brasileiros sofre com asma. Alguns casos são mais fáceis de lidar, enquanto outros são mais graves. Giovana Cipriano, de 9 anos, sofre com sérios sintomas da doença desde que era um bebê. A garotinha passou por momentos complicados em decorrência da asma.
Segundo sua mãe Raíssa, as duas viviam em hospitais. Ela inclusive precisou largar o emprego para cuidar da filha, dando total atenção à sua condição. Graças à negligência dos médicos, a pequena Giovana precisou ficar internada por diversas vezes até finalmente receber o diagnóstico preciso da doença, começando então o tratamento adequado. Raíssa relatou bem o que as duas viveram ao longo da vida.
A história de Giovana e sua asma
“Desde o nascimento, minha filha já apresentava sintomas. Até os dois anos, ela era um bebê chiador, mas nunca foi diagnosticada como um bebê asmático. Os médicos nunca davam um parecer sobre a doença. Começava com um chiado, se agravava e evoluía para um desconforto respiratório. Quando estava com quase 3 anos, ela teve uma crise grave provocada por um adenovírus que depois evoluiu para pneumonia”, disse a mãe.
“Foi só nessa internação que tivemos acesso a uma pneumologista especializada em doenças respiratórias graves. E foi então que a médica constatou que ela tinha asma grave. Como tinha evoluído para algo mais sério, acabou ocasionando um processo inflamatório, provocando cicatrizes e uma bronquite”, relatou.
Ainda de acordo com Raíssa, a menina precisou usar o aparelho de oxigênio por um ano e ficou com um homecare por três anos. As crises não puderam ser controladas por muito tempo. Giovana não tinha total funcionalidade do pulmão por causa da asma.
Mofo, ácaro e cheiro forte faziam com que a criança ficasse muito mal, de acordo com a mãe. E por esse motivo elas tiveram que se mudar para o interior, visto que o ar era mais limpo do que na capital.
O diagnóstico demorado
“Até ela ser diagnosticada demorou muito. Esse atraso fez com que ela tivesse muitos problemas. Eram inúmeros corticoides que fizeram com que ela ficasse hipertensa e provocaram um atraso no crescimento ósseo”, contou a mãe.
Giovana, em decorrência dos remédios para asma, sofreu com quebra de cabelo e diversos problemas relacionados ao tratamento inadequado. Segundo sua mãe, se tivessem descoberto a asma no começo, a pequena não teria passado por todas as coisas ruins que passou.
Levou ainda um ano para que a paciente se adaptasse aos medicamentos e foi somente aos 5 anos que ela parou de visitar o pronto-socorro com frequência. Da primeira até a última crise, foram 32 internações. A mãe disse que em todas elas, pensou que a filha não fosse sobreviver, principalmente quando ela era enviada para a UTI.
“Hoje a UTI não me assusta mais, mas no passado já me assustou muito, pois ela já precisou de intubação e ficava na ventilação”, lembrou. Hoje a menina faz tratamento com corticoide inalatório, broncodilatador de uso contínuo e possivelmente, no futuro, imunobiológicos.
Controle das crises de asma
“O que aconteceu foi um marco na vida da Giovana. Por volta dos cinco anos, quando finalmente teve um controle das crises, ela começou a correr, brincar no playgound e pequenas coisas fazem toda a diferença. Antes ela não tinha qualidade de vida”, contou a mãe.
Segundo Raíssa, não existe coisa mais difícil do que ver a filha não poder fazer nada. Ela conta que se sentia totalmente incapaz, e foi por isso que ela procurou por fisioterapia respiratória e reabilitação pulmonar para a menina. Com três meses, a vida da garota mudou completamente.
O sonho dela desde criança era pular, correr, brincar. Mas foi somente depois do tratamento certo que elas entenderam que a asma e outros fatores que prejudicavam a saúde da filha. Hoje tudo está controlado e Giovana já não tem mais crises.
Fonte: UOL