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Geisy Arruda e o vestido rosa: relembre o caso

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Você se lembra do dia 22 de outubro de 2009? Para Geisy Arruda, esse dia mudou sua vida. Assim, natural de Diadema, São Paulo, Geisy hoje é uma empresária, atriz e influencer que ficou conhecida pela cena de ter sido hostilizada pela sua escolha de roupa em outubro desse ano. Relembre o caso.

Era 2009 e Geisy Vila Nova Arruda, nascida em 5 de julho de 1989, tinha apenas 20 anos. Assim, ela havia ingressado no curso de turismo da Universidade Bandeirante de São Paulo. Então, num dia normal, a jovem decidiu usar um vestido rosa curto, o que acabaria mudando sua vida. Em 2019, ela relembrou o ocorrido.

“Dez anos que eu passei pelo episódio mais triste da minha vida. Fui julgada e quase violentada por apenas usar um vestido. Consigo lembrar com detalhes do dia 22 de outubro de 2009. Os gritos, os palavrões e as ofensas estão até hoje frescos na minha memória. Sempre tive uma ótima estrutura familiar e emocional, do contrário, não teria aguentado”, escreveu Geisy.

Inicialmente, a jovem se culpou pelo que aconteceu com ela. “Nas primeiras semanas eu me cobrava: ‘e se eu tivesse ido com uma roupa comportada ou com uma calcinha não tão pequena?’ Eu me torturava como se fosse uma vilã. Mas descobri que não teria feito nada diferente, eram roupas das quais eu gostava”, explicou.

Geisy Arruda hoje

Cauê Garcia/Divulgação

Nos dias atuais, Geisy Arruda diz não se culpar mais pelo que sofreu. “Vivemos em uma sociedade em que ser sexy é uma afronta, um abuso, quase um desrespeito e eu gostaria de poder ajudar a mudar isso com a minha história. Então, eu me considero uma feminista, e tenho o dever de usar minha história de vida para defender o direito das mulheres de vestirem o que desejam. Mulheres são livres! A liberdade das mulheres sobre o seu corpo e sua sexualidade, precisam ser respeitadas”.

Além disso, Geisy defende que a roupa de uma pessoa não justifica a forma que ela é tratada pelos demais. “É um problema mundial, nós ouvimos muito sobre as roupas das mulheres, quando usam uma roupa sensual, estão dando a entender que querem sexo e por isso não merecem respeito, estão pedindo para serem assediadas e até estupradas. E isso é um absurdo”, disse Geisy.

Assédio no Brasil

Pesquisa divulgada pela organização de combate à pobreza ActionAid traz o dado que 86% das mulheres brasileiras consultadas já sofreram assédio sexual em público em suas respectivas cidades. Ainda de acordo com a pesquisa, 68% das mulheres temem serem assediadas no transporte público.

Sendo assim, em relação às formas de assédio, o assobio é o mais comum, contabilizado em 77% dos relatos. Em seguida, olhadas insistentes (74%), comentários com teor sexual (57%) e xingamentos (39%).

Dessa forma, metade das mulheres entrevistadas foi seguida nas ruas, 44% já tiveram seus corpos tocados, 37% disseram que homens já se exibiram para elas e 8% foram estupradas em local público.

“É quase uma exceção raríssima que uma mulher não tenha sofrido assédio em um espaço público. É muito preocupante. A experiência de medo, de ser assediada, de sofrer xingamento, olhares, serem seguidas, até estupro e assassinato. Os dados são impressionantes se pensarmos que a metade das mulheres diz que foi seguida nas ruas, metade diz que teve o corpo tocado”, diz a representante da ONU Mulheres, Nadine Gasman.

Fonte: Agência Brasil, Revista Quem

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