Geólogos querem descobrir o que tem dentro de pedra de 830 milhões de anos

Geólogos da Sociedade Geológica da América querem abrir um cristal de sal-gema com uma idade aproximada de 830 milhões de anos. Isso porque acreditam que a pedra pode conter microorganismos antigos e que ainda estão vivos.

Segundo os pesquisadores, eles encontraram indícios de vida procariótica e de algas dentro do cristal de halita no início de maio. Assim, encontraram esses organismos dentro de bolhas microscópicas de líquido no cristal, chamadas de inclusões fluidas. Esses ambientes servem de microhabitats para uma pequena colônia.

Claramente, existem riscos envolvidos em abrir uma pedra de 830 milhões de anos, visto que pode haver formas de vida que afetariam o mundo moderno. Porém, os geólogos insistem que a pesquisa seria realizada com a máxima cautela.

“Parece um filme B muito ruim, mas há muito trabalho detalhado que vem acontecendo há anos para tentar descobrir como fazer isso da maneira mais segura possível”, disse à NPR a autora do estudo Kathy Benison, geóloga da West Virginia University.

A descoberta, relatada inicialmente à revista científica Geology em 11 de maio, foi feita por meio de uma série de técnicas de imagem que analisam essas inclusões fluidas em uma amostra de halita da Formação Browne, localizada na Austrália central.

Assim, os geólogos descobriram tanto sólidos quanto líquidos orgânicos que eram consistentes em tamanho, forma e resposta fluorescentes com as de células de procariontes e algas. Caso confirmada, a descoberta indica que esses microorganismos são capazes de permanecer em um bom estado de preservação na halita por centenas de milhões de anos.

Além disso, a descoberta pode impactar outras áreas da ciência, ajudando a identificar vida em Marte. Isso porque é possível que geólogos encontrem bioassinaturas semelhantes em sedimentos químicos do planeta vermelho, onde já identificaram grandes depósitos de sal, considerados antigos reservatórios de água líquida.

Dia do Geólogo

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Na última terça-feira (30), comemorou-se o Dia Nacional do Geólogo. Dessa forma, a geologia estuda a Terra como um todo, desde sua origem, composição e estrutura, até os processos que deram origem ao estado atual. Além disso, a geologia estuda a vida registrada em fósseis, restos ou vestígios de animais e plantas preservados em rochas.

Logo, no Dia do Geólogo, celebra-se uma das profissões mais importantes para a compreensão da vida humana. Vale destacar que a geologia se divide em diversas áreas, tais como mapeamento geológico, hidrogeologia, geotécnica e geoquímica. Também em geologia de petróleo, geologia ambiental, geologia econômica, paleontologia, dentre várias outras.

De acordo com o diretor de Geologia da empresa Geologia Engenharia de Mineração e Meio Ambiente (GEMMA), Silas Gonçalves, o trabalho do geólogo se divide entre escritório e campo. “No campo, o geólogo executa diversos serviços dentro de uma escala de interesse econômico, com o objetivo de finalizar o projeto.”

O diretor também explica que a geologia é aplicável em diversas áreas. “Na profissão de geólogo, é importante o profissional conhecer, identificar, observar nas rochas a constituição da terra, a estrutura, a ocorrência e história das rochas.”

Geologia no cotidiano

Essa área de estudo está presente muito mais do que se imagina, como nos aparelhos eletrônicos que usamos que possuem recursos minerais como ferro, alumínio e cobre. Assim como nas descobertas de grandes riquezas naturais, como a camada pré-sal. A geologia também é essencial no estudo de terremotos, podendo identificar os riscos e a intensidade dos abalos.

Assim, por conta de tantas áreas de atuação, Silas explica que o cotidiano do geólogo é dinâmico. “A atuação em projetos de pesquisas com algum objetivo específico pode ser mineral, envolvendo metais, gemas e minerais, além de estudar e desenvolver projetos. Já no escritório, têm diferentes etapas, como preparo dos trabalhos de campo e envio das amostras a laboratórios.”

“Mas recentemente, o papel das geociências visa atender as demandas por soluções aos problemas ambientais, aplicado em áreas de risco, no planejamento urbano, no uso e ocupação do meio físico, nas avaliações de impacto ambiental e recuperação de áreas degradadas, na desertificação e nas mudanças globais”, afirma o geólogo.

Fonte: Yahoo