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Golpistas usam fotos de crianças com atrofia muscular espinhal em falsas campanhas para arrecadar dinheiro

Criança com atrofia muscular
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Pessoas ao redor do mundo têm o costume de doar dinheiro para ajudar aqueles que não possuem os meios financeiros para lidar com os problemas, sejam eles uma conta de luz atrasada ou uma questão de saúde que afeta sua vida, por exemplo. A doação, por menor que seja, aos poucos, pode mudar a vida daquele que a recebe, mas e quando a campanha é falsa? Essa questão assombra todos que necessitam de ajuda, com golpistas se aproveitando da benevolência dos outros.

Um exemplo disso é a ação de golpistas que usam imagens de crianças com Atrofia Muscular Espinhal (AME). A Polícia Civil investiga essa ocorrência no Paraná, sendo que o grupo cria grupos falsos com as imagens e desvia o dinheiro que seria doado às supostas crianças.

Sendo assim, pelo menos quatro famílias de pacientes que haviam criado perfis na internet para pedir ajuda com o objetivo de comprar remédios fizeram denúncias relatando que foram vítimas desse tipo de crime. Tudo isso no estado do Paraná.

O golpe

De acordo com os relatos, os golpistas se passam por familiares das crianças e fazem campanhas nas redes sociais para arrecadar dinheiro de doações. Usam até os nomes, além das imagens. Uma das famílias afetadas é a de Leonardo, de um ano e quatro meses.

Reprodução

A família conta que todos na casa enfrentam uma “luta contra o tempo” pela saúde dele. O menino é diagnosticado com AME, e o remédio para o tratamento tem urgência em sua aplicação. No entanto, o remédio possui um valor milionário: entre R$ 6,5 milhões e R$ 7 milhões.

“É desesperador. A gente está correndo contra o tempo para salvar a vida do meu filho, porque ele só tem até os dois anos para tomar o medicamento. Então, esse dinheiro para a gente faz falta, por que o valor do medicamento é muito alto”, disse a mãe, Mayara da Cruz.

Porém, vários perfis falsos foram criados, usando o nome do menino, para aplicar golpes. “A gente foi procurar e tinha muito mais do que um perfil. A gente entrava em um por um e tinha o link com o PIX de uma mulher”, comentou Mayara.

Uma vez que descobriu o crime, a família divulgou na rede social. Como resposta, os pais do menino receberam mensagens de pessoas que relataram terem caído no golpe. Pelo menos R$ 2 mil foram enviados aos golpistas.

Atenção

O delegado José Barreto alerta para que as pessoas tomem cuidado para não cair no golpe de doações falsas. Para isso, é necessário se atentar a alguns detalhes antes de finalizar a doação.

“Todo cuidado é pouco. A gente pede que as pessoas, antes de doar, vejam se o CPF do beneficiário que consta ali realmente é do genitor ou da genitora. Até para verificar se realmente é a campanha que está recebendo o dinheiro”, comentou. Desse modo, autores deste tipo de crime podem responder por estelionato e falsa identidade, de acordo com José Barreto.

Marmitagate

marmitagate

Reprodução/Redes sociais

Outro caso de golpe de falsa arrecadação está sendo chamado de “Marmitagate”, tendo alcançado grande repercussão. Isso porque, nos últimos meses, postagens de um suposto projeto social que distribui marmitas e cestas básicas para pessoas em situação de vulnerabilidade social vêm levantando suspeitas.

As suspeitas se intensificaram quando internautas começaram a duvidar da existência de uma das coordenadoras do projeto de Blumenau, chamado Alimentando Necessidades. Até o momento, não há confirmação de que a Polícia Civil de Santa Catarina esteja investigando o caso, mas já existem relatos de registro de BO. “BO registrado e aconselho a todos que doaram ao projeto @alimentando_n façam o mesmo. Independente do seu estado, a ocorrência deve ser registrada em SC”, diz um post que mostra o print do boletim de ocorrência feito junto à Delegacia Virtual.

A ação teria como liderança duas jovens, Duda Poleza e Taynara Motta. Elas deviam alimentar cerca de 26 pessoas, pedindo doações via PIX nas redes sociais para a compra de alimentos e insumos. No mês de setembro, três postagens das meninas relatando problemas viralizaram, ao mesmo tempo que, segundo os comentários, elas não respondiam a ofertas de ajuda e mesmo a tentativas de contato de um jornal local, interessado em divulgar o projeto.

Dúvidas

No dia 12 de setembro, Taynara postou um relato de estupro para anunciar que se afastaria das redes sociais do projeto por um tempo. No dia 15, Duda postou um print em que um homem pedia fotos dela nua em troca de doação para o Alimentando Necessidades. Uma semana depois, ela divulgou um print de um diálogo com uma ex-colega que teria a procurado com a oferta de doação de carne vencida. As três publicações passaram dos 100 mil likes e 9 mil retuítes e, em todas elas, a chave Pix do projeto era divulgada no fim.

Dessa forma, considerando que o perfil no Twitter de Taynara não contém informações sobre ela, aparecendo apenas como divulgadora do projeto, isso fez com que a teoria de que ela não existe se fortalecesse. Logo, internautas passaram a acreditar que Duda é, na verdade, uma golpista. Além disso, um grupo de pesquisa em OpenSource averiguou que Taynara não existia em outras redes sociais. Em consulta a uma base de dados estadual, não encontrou ninguém com o mesmo nome na região.

Diante das acusações, um vídeo de Taynara foi postado, carregado de filtros, com a jovem se parecendo muito com Duda. Também percebe-se que, se alterar sua voz, o tom fica semelhante com o de Duda. Então, Poleza anunciou que faria uma live com a amiga, mas esta nunca apareceu.

Vale destacar que a imagem do assédio, postada por Duda, foi tirada do próprio Twitter, em uma ação chamada “Pinto Awards”, em que pessoas enviam fotos de seus órgãos genitais e são classificados, como um concurso de beleza. Portanto, muitos doadores se manifestaram, expressando decepção. “Tira a credibilidade de quem tá realmente fazendo algo bom”, diz um comentário.

Fonte: G1

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