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Homem é detido em Arandu suspeito de publicar mensagens falsas e discursos de ódio na internet

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Um homem de 46 anos foi detido em Arandu, São Paulo, suspeito de divulgar notícias falsas assim como discursos de ódio na internet. O caso foi registrado na quarta-feira (13), depois que a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Avaré (SP) recebeu denúncias de que uma página de Facebook estaria divulgando notícias falsas e conteúdos agressivos.

Então, por meio da investigação, o setor de inteligência da Polícia Civil conseguiu identificar o endereço dos aparelhos do criador do portal Eco Arandu. Com isso, chegaram à sua identidade. Assim sendo, com um mandado de busca expedido pela Justiça, equipes policiais abordaram o suspeito, que estava com sua companheira, próximos à saída da cidade. Então, os levaram até a delegacia, onde prestaram depoimentos e foram liberados.

De acordo com a polícia, o homem confessou que produziu as postagens e disse que sua companheira não estava ligada à página. Fabiano Ferreira da Silva, o delegado responsável pelo caso, contou em entrevista ao G1 que já enviou uma solicitação para o Facebook para retirar a página do ar.

O que é discurso de ódio

Reprodução/Internacional da Amazônia

Segundo Samanta Ribeiro Meyer-Pflug, doutora em Direito, o discurso de ódio é a manifestação de “ideias que incitem a discriminação racial, social ou religiosa em determinados grupos, na maioria das vezes, as minorias”.

Daniel Sarmento, doutor em Direito Constitucional, afirma que discurso de ódio pode ser caracterizado por “manifestações de ódio, desprezo ou intolerância contra determinados grupos, motivadas por preconceitos”.

Portanto, podemos concluir que discurso de ódio é um conjunto de ações intolerantes direcionadas a grupos, na maioria das vezes, minorias sociais (como mulheres, LGBTs, pessoas com deficiência, acima do peso, imigrantes e outros).

Discurso de ódio aumentou durante pandemia

O discurso de ódio em plataformas online passou por um aumento de 20% no Reino Unido e nos Estados Unidos durante a pandemia do Covid-19, aponta o levantamento que analisou 263 milhões de conversas nos dois países entre 2019 e o início de 2021.

Dessa forma, o estudo, encomendado pela instituição britânica Ditch the Label, com foco no combate ao bullying, identificou 50,1 milhões de discussões sobre racismo ou que continha discurso racista.

Para Liam Hackett, diretor-executivo da organização, ficar em casa mais tempo influenciou o aumento do discurso de ódio na internet. “Nós já sabemos pelas pesquisas que quem pratica bullying e se comporta como ‘troll’ tem chance de possuir baixa saúde mental, lidar com traumas e viver em uma atmosfera de abuso. Talvez eles mesmos sejam alvo de bullying”, afirma.

Além disso, ele declarou que o tédio e a sensação de não ter controle da própria vida criou o cenário perfeito para o abuso online, junto com “muito tempo à disposição”.

Ataques constantes

Uma pessoa que viveu isso foi Phoebe Jameson, da cidade de Bristol, que postou fotos de corpo positivo nas mídias sociais e recebeu ataques pela maior parte de 2020.

“Chegou ao ponto de eu não ter uma semana inteira sem sofrer algum tipo de abuso na internet de julho em diante”, afirmou ela à época. “Nesses últimos meses, tem sido todos os dias: algum incidente, algum comentário”.

O estudo que revelou esse cenário é importante “porque nós normalizamos (esse comportamento) e isso é parte do problema – isso não pode ser considerado uma parte normal da vida”, diz Hackett.

“Há um papel vital para a educação, mas há também um imenso esforço social de fazer campanhas por mudanças e não aceitar a normalização disso. Porque não é ok. Isso tem uma consequência devastadora sobre as pessoas”, afirma Hackett.

Porém, ele aponta que é cedo demais para avaliar se o discurso de ódio na internet diminuiu após a flexibilização do lockdown. Esses discursos vão de xingamentos, ameaças de morte até perseguição.

Fonte: G1

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