Com o passar dos anos, o planeta vem sofrendo com o aumento da poluição e mudanças em ecossistemas causadas pelo ser humano. E, tanto os animais, quanto os homens, estão enfrentando as consequências. As estatísticas da poluição são alarmantes. O ser humano é por si só um animal cheio de manias nojentas e que polui o habitat de outros seres vivos, sem pensar nos danos que isso pode gerar e como a poluição é capaz de prejudicá-lo.
E as pegadas, deixadas por nós, não desaparecem facilmente. Seja transformando florestas em áreas agrícolas ou savanas em pastagens, a humanidade reaproveitou várias terras nos últimos 60 anos. De acordo com os pesquisadores, a área usada foi o equivalente à África e Europa juntas.
Estudo
Segundo o estudo, se todas as transições desde 1960 forem contadas, somam aproximadamente 43 milhões de quilômetros quadrados. Isso é quatro vezes mais do que as estimativas anteriores previam.
“Uma vez que o uso da terra desempenha um papel central para a mitigação do clima, biodiversidade e produção de alimentos, entender sua dinâmica total é essencial para estratégias de uso sustentável da terra”, afirmou a autora principal Karina Winkler, geógrafa física da Wageningen University & Research na Holanda.
Visto que as plantas e o solo, principalmente as florestas tropicais, conseguem absorver aproximadamente 30% da poluição de carbono que o ser humano produz, estas mudanças na paisagem podem significar o sucesso ou o fracasso no cumprimento das metas do Acordo de Paris.
O tratado climático de 2015 ordenava que os países parassem o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius, e 1,5° se possível. Contudo, a Terra já se aqueceu 1,2° Celsius acima da temperatura pré-industrial, o que já é suficiente para desencadear uma crescente de temperaturas mortais, aumento do nível do mar e outros impactos significativos.
Transformação
De acordo com o estudo, desde a década de 1960, a cobertura florestal total do planeta diminuiu em quase um milhão de quilômetros quadrados. Em contrapartida, as áreas de terras agrícolas e pastagens aumentaram aproximadamente na mesma proporção.
O levantamento mostrou também que existem diferenças regionais importantes. As áreas florestais no norte do globo, como por exemplo na Europa, Rússia, Leste Asiático e América do Norte, avançaram nos últimos 60 anos. Enquanto que no sul do globo a perda de florestas foi assustadoramente alta.
“Ocorreu desmatamento tropical para a produção de carne bovina, cana-de-açúcar e soja na Amazônia brasileira, dendê no sudeste da Ásia e cacau na Nigéria e Camarões”, observou Winkler.
Além disso, os preços altos do petróleo também aumentaram essa conversão de florestas em plantações de bioenergia.
Situação
Outro ponto que o estudo mostrou foi que as mudanças rápidas no uso da terra foram primeiramente impulsionadas nos anos 1960 e 1970 pela Revolução Verde e depois pela expansão dos mercados globalizados até 2005.
“Cálculos anteriores de mudanças no uso da terra desde meados do século XX ficaram aquém por uma série de razões”, explicou Winkler.
A nova pesquisa então se baseou em estatísticas de longo prazo do uso da terra, que foram compiladas pela Organização para Agricultura e Alimentação (FAO). Foram identificadas áreas urbanas, plantações, florestas, pastagens e regiões com pouca ou nenhuma vegetação como, por exemplo, desertos. Além disso, os cientistas também usaram imagens de satélite com uma resolução mais alta.
Aproximadamente 17% da superfície da Terra mudou de categoria pelo menos uma vez desde 1960. E se todas as transições fossem levadas em consideração, a superfície total da terra afetada seria 32%.
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