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IA ajudou a produzir música inédita dos Beatles, diz Paul McCartney

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A inteligência artificial (IA) é uma tecnologia que possibilita que máquinas adquiram conhecimentos, por meio de experiências, adaptem-se às condições e consigam desempenhar tarefas como os seres humanos. Existem pesquisas práticas que querem empregar essas técnicas para benefício da sociedade. Mas também tem aquelas que priorizam outras necessidades humanas, como a criatividade e a arte.

Com relação ao uso da IA nas artes, muito se debate a respeito tanto da criatividade como de direitos autorais. No entanto, é inegável que as coisas que ela pode fazer são realmente surpreendentes. Por exemplo, Paul McCartney contou durante uma entrevista ao programa Today, da BBC Radio 4, que existe uma música inédita dos Beatles que foi possível graças à ajuda da IA.

De acordo com o músico, eles usaram a tecnologia para conseguir recompor a voz de John Lennon feita em uma gravação antiga em fita cassete que era inaudível. Ainda de acordo com McCartney, esse resultado é a “música final” dos Beatles e que pode ter seu lançamento ainda esse ano.

Mesmo que o nome da música não tenha sido revelado, ao que tudo indica é “Now and Then”, uma música que McCartney ganhou de Yoko Ono, viúva de Lennon, em 1994. A música tinha sido registrada em 1980 por Lennon um pouco antes de ele ser assassinado.

Música final

RSN

Em 1995, McCartney, Ringo Starr e George Harrison se reuniram para tentar recuperar a fita, mas não tiveram sucesso por conta dos problemas que a gravação tinha. “A música tinha um refrão, mas falta quase totalmente os versos. Fizemos a faixa de fundo, um trabalho bruto que realmente não terminamos”, explicou McCartney.

Na época, Harrison não tinha gostado da música e disse que era “um lixo”. Contudo, McCartney disse que a faixa tinha um trecho bem bonito com Lennon cantando e que ela precisava de somente alguns ajustes para que ficasse boa.

Nesse mesmo ano, os integrantes dos Beatles conseguiram recuperar “Free as a Bird” e “Real Love” e as colocaram depois no documentário “Anthology”, que tratava da carreira da banda, e no álbum de mesmo nome.

Interesse de volta

Veja SP

A faixa foi deixada de lado desde que não pôde ser recuperada em 1995. Mas em 2021, o interesse por essa música “perdida” voltou depois que o documentário “Get Back” foi lançado. Nele, o editor Emile de la Rey conseguiu extrair e classificar a voz de cada integrante dos Beatles através de um computador. Além disso, ele também conseguiu identificar, de forma separada, o som dos instrumentos que foram usados.

Vendo isso, McCartney disse que então seria possível fazer o resgate da música de Lennon usando a IA. “Tínhamos a voz de John e um piano e ele [computador] poderia separá-los com IA. Eles [produtores] dizem à máquina: ‘Essa é a voz. Isso é uma guitarra. Tire a guitarra'”, explicou ele.

Sobre todo o processo, o ex-Beatle disse que o acha “meio assustador, mas empolgante, porque é o futuro”. Ele também disse que as pessoas têm que ver aonde isso irá levá-las.

Se a música for realmente lançada esse ano, será o primeiro lançamento dos Beatles em 28 anos.

IA e música

No caso dos Beatles, a IA foi capaz de recuperar a voz de um membro já falecido. No entanto, ela também consegue fazer com que pessoas que já não estão entre nós cantem canções da nossa época. Um exemplo disso foi a Jukebox desenvolvida pela OpenAI, empresa de desenvolvimento de inteligência artificial. Essa rede neural consegue criar mashups e músicas originais no estilo de mais de nove mil bandas e músicos.

A OpenAI chegou até a divulgar uma lista com faixas de amostras, que foram feitas com um algoritmo que transforma música em novos gêneros ou então reinterpreta a música de um artista no estilo musical de outro. E mesmo com as faixas liberadas pela OpenAI, as pessoas queriam ver mais do que essa IA podia fazer.

Foi pedido então aos músicos e especialistas em ciências da computação que estão por trás do grupo musical DADABOTS, CJ Carr e Zack Zukowski, criar uma faixa nova. O pedido foi para que se ouvisse Frank Sinatra cantando a música “Toxic” de Britney Spears.

O impressionante é que eles conseguiram entregar esse pedido totalmente louco. E com isso, algumas questões surgem, como por exemplo, de que se um algoritmo pode criar músicas originais no estilo de bandas já existentes, como ficam as questões legais e criativas?

Fonte: Canaltech

Imagens: RSN, Veja SP

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