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IA decifra pergaminho antigo enterrado nas cinzas do Monte Vesúvio

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Um dos desastres naturais mais conhecidos da história é a erupção do vulcão Vesúvio. A erupção aconteceu no dia 24 de agosto de 79 d.C., fazendo com que a lava vulcânica, a poeira e uma fumaça tóxica cobrissem toda a cidade de Pompeia. A cidade romana ficava localizada na região de Nápoles, no sul da Itália. Além dela, as cidades vizinhas de Herculano e Stabia também foram atingidas pela erupção.

Depois desse desastre, a cidade foi soterrada e esquecida até o seu redescobrimento, feito por arqueólogos em meados do século XVIII. Por toda sua história, o Monte Vesúvio fascina as pessoas e os estudiosos.

Além disso, as cinzas do Vesúvio escondem vários segredos. Um exemplo disso é esse pergaminho que estava sob as cinzas há quase dois mil anos. Ele é um papiro enrolado que foi descoberto na cidade de Herculano e é extremamente difícil de abrir e ainda mais de ler. No entanto, a inteligência artificial encontrou uma forma.

Pergaminho

Science alert

Em março, os pesquisadores da Universidade de Kentucky lançaram o Desafio Vesúvio. Eles divulgaram milhares de imagens de raios X do pergaminho encontrado e um software de inteligência artificial que não estava treinado e podia ser usado para interpretar as varreduras.

Agora, dois estudantes fizeram sua reivindicação aos prêmios que foram prometidos. Eles são: Luke Farritor, estudante de ciência da computação na Universidade de Nebraska-Lincoln, e Youssef Nader, estudante de graduação em biorrobótica na Universidade Livre de Berlim, na Alemanha.

Os dois conseguiram identificar, de forma independente, a palavra “πορϕυρας”, ou “porphyras”, que quer dizer “roxo”. Isso é um marco porque foi a primeira palavra completa a ser decodificada a partir dos scripts através do software de inteligência artificial.

Como na Roma antiga o roxo era uma cor que, por vezes, representava a riqueza e o status, é pensado que a palavra pode fazer referência a uma posição ou às vestes. No entanto, ainda é preciso um análise mais aprofundada dos pergaminhos para se ter certeza.

No caso de Farritor, ele treinou um modelo de aprendizado de máquina em um padrão de “estalo” que foi identificado no pergaminho em agosto. Conforme a IA foi descobrindo mais estalos e traços de tinta, esses dados novos foram melhorando a detecção de outros padrões e, em determinado momento, a palavra apareceu.

Mesmo que Nader também tenha usado o aprendizado de máquina, ele treinou a IA em formas nas imagens que se pareciam com letras. Com isso, novamente a aprendizagem automática fez com que a IA conseguisse identificar novos padrões e conseguir destacar a palavra porphyras e outras letras em volta.

Essas coisas foram possíveis porque a IA consegue detectar variações pequenas na textura das imagens de raios X. Com isso, ela mostra traços de tinta que não são vistos a olho nu. Por conta disso, os pesquisadores esperam que mais coisas sejam reveladas nesse pergaminho do Vesúvio.

O Desafio Vesúvio lançado por eles tem um prêmio de 700 mil dólares para quem conseguir ler quatro ou mais passagens do pergaminho.

Vesúvio

Insider

O Monte Vesúvio e sua história não fascinam somente os turistas. Até os dias de hoje, pesquisadores não param de analisar e fazer descobertas em toda a região atingida pela tragédia. Tanto é que a região ainda é capaz de revelar coisas inéditas.

Um exemplo disso foi a descoberta dos arqueólogos de restos mortais de um homem que foi morto pela erupção do Vesúvio. Esses restos mortais deram novos insights a respeito dessa, que é uma das erupções vulcânicas mais famosas da história.

Os arqueólogos acreditam que o homem descoberto tinha entre 40 e 45 anos e foi morto a poucos passos do mar, na antiga cidade romana de Herculano, enquanto ele tentava escapar da lava.

“Ele estava carregando uma caixa de madeira contendo um anel, que poderia ser seu bem mais precioso”, disse o Times.

“Os últimos momentos aqui foram instantâneos, mas terríveis. Era uma hora da manhã quando a onda piroclástica produzida pelo vulcão atingiu a cidade pela primeira vez com uma temperatura de 300-400 graus, ou mesmo, segundo alguns estudos, 500-700 graus. Uma nuvem incandescente que correu em direção ao mar a uma velocidade de 100 quilômetros por hora, que era tão densa que não tinha oxigênio”, disse Francesco Sirano, o diretor do site.

Segundo Sirano, os ossos desse homem descoberto estavam manchados de vermelho de sangue por conta da combustão que se causou pelo fluxo de magma, cinzas e gás.

“Eles teriam queimado todas as suas roupas e vaporizado sua carne. A morte teria sido instantânea”, disse Pierpaolo Petrone, um antropólogo e arqueólogo.

Nesse caso em específico, o esqueleto do homem estava olhando para cima. Isso sugere que o homem se virava para ver a nuvem de gás quente e matéria vulcânica que se aproximava dele por conta da erupção do Vesúvio.

“A maioria das pessoas que encontramos aqui em Herculano estava virada para baixo, mas talvez ele estivesse tentando alcançar um barco e se virou porque ouviu o rugido da nuvem correndo em sua direção a 100 quilômetros por hora”, concluiu Sirano.

Fonte: Science alert

Imagens: Science alert, Insider

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