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Cientistas extraem material genético de vítimas da erupção do Vesúvio

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No ano de 79 d.C, a cidade de Pompeia registrou um dos eventos mais marcantes da história da relação entre humanos e vulcões: a erupção do Vesúvio. Como consequência, inúmeras vidas foram ceifadas dentro dessa comunidade italiana.

Por conta das condições de morte, pesquisadores tinham dificuldades em obter informações genéticas de quem presenciou a catástrofe. No entanto, novas pesquisas conseguiram extrair DNA de dois corpos que estavam em conservação graças às cinzas da erupção. Assim, foi possível obter o primeiro  genoma humano de Pompeia.

Fonte: BBC

Os segredos de Pompeia

A princípio, os historiadores sempre se intrigaram com o que aconteceu na cidade de Pompeia. Afinal, centenas de corpos viraram pedras em questão de segundos. No entanto, esse enredo também trazia instigações nos estudiosos de genética, os quais queriam obter informações de DNA das vítimas da erupção.

Nesse sentido, o sucesso nessa missão só ocorreu agora, em 2022, estando os dados publicados na revista Scientific Reports. Os materiais que ampararam esse êxito são de um casal que ficou preso na sala de jantar durante a chuva de sedimentos.

A humanidade encontrou essa dupla de corpos em 1933, em um ponto que os arqueólogos chamam de A Casa do Artesão. De acordo com a pesquisadora Serena Viva, da Universidade de Salento, o casal parecia estar em um status de rendição, ou seja, não tentaram escapar do desastre.

“Pela posição parece que eles não estavam fugindo. A resposta de por que eles não fugiram pode estar em suas condições de saúde”, explica a arqueóloga em entrevista para a BBC. E mesmo que quisessem fugir, as chances de sucesso eram pequenas, já que estudos recentes mostram que a erupção matou os moradores em menos de 20 minutos.

Fonte: Pixabay

Agora, por baixo dos corpos petrificados, os cientistas conseguiram extrair o genoma do casal, descolando assim um verdadeiro mapa das instruções genéticas dessas pessoas.

Isso foi possível graças a uma nova tecnologia do Centro Lundbeck GeoGenetics, que fica em Copenhague, capital da Dinamarca. Além disso, as cinzas da erupção ajudaram na preservação dos corpos.

O que foi a erupção do Vesúvio?

No ano de 79 d.C, a humanidade entendeu de vez o poder de um vulcão. Isso porque o Monte Vesúvio, que parecia ser apenas um monte, resolveu revelar a sua verdadeira identidade: um vulcão.

Sendo assim, ele entrou em erupção e dizimou todos os dois mil habitantes da cidade de Pompeia, no sul da Itália. Toda essa tragédia levou cerca de 17 minutos para acabar com as vidas de centenas de famílias, conforme aponta um estudo também publicado em 2021 na Scientific Reports.

Basicamente, essa pesquisa fez a reconstrução dos efeitos piroclásticos dessa explosão. Tais impactos se referem às rochas de lavas em estado sólido, aos gases em altas temperaturas e às nuvens de cinzas.

Fonte: Pixabay

Nesse sentido, a erupção do Monte Vesúvio matou a população de Pompeia em duas frentes. Primeiro, expeliu cinzas que asfixiaram as pessoas independente do lugar em que elas estavam, seja em casa, seja na praça. Em segundo lugar, tiveram as mortes por conta da chuva de fragmentos que caíam em altas velocidades sobre casas e pessoas.

Ainda segundo o estudo, a tragédia poderia ter sido evitada se houvesse planejamento urbano na construção de Pompeia. Afinal, a apenas 10 km do vulcão, os efeitos da erupção já foram menores do que os sentidos pelas vítimas do ano de 79 d.C.

“O planejamento de emergência para erupções explosivas deve se concentrar nas partes distais dos PDCs (correntes de densidade piroclástica, em tradução livre), onde a sobrevivência é mais provável e o principal risco à vida é a asfixia por inalação de cinzas, em vez de lesão térmica ou mecânica”, explicam os escritores do artigo.

Fonte: G1, Galileu.

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