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“James Bond” da filantropia, Charles Feeney, doou R$45 bilhões à caridade

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O empresário Charles “Chuck” Feeney é um dos pioneiros da filosofia chamada de “Giving While Living” (“Dê enquanto vive”, em tradução livre). Essa filosofia atrai cada vez mais filantropos multimilionários que desejam construir um legado para as próximas gerações.

Charles Feeney, de 91 anos, conseguiu completar o seu objetivo depois de quatro décadas. Reservando dois milhões de dólares para sua aposentadoria, Feeney doou aproximadamente 8 bilhões de dólares (cerca de R$45 bilhões).

O começo do império

Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal/ Aventuras na História

Antes de se tornar um dos maiores filantropos do mundo, Charles Feeney teve uma vida difícil. Filho de uma enfermeira e um corretor de seguros, Chuck, como é apelidado, nasceu em pleno período da Grande Depressão dos Estados Unidos, em 1931, em Nova Jersey. 

Mesmo com as dificuldades, Charles Feeney sempre mostrou ter talento para o empreendedorismo. De acordo com o repercutido pela BBC, aos 10 anos ele já vendia cartões de Natal de porta em porta. Já na adolescência, alistou-se no Exército e combateu na Guerra da Coreia. 

Usando o programa do governo para veteranos, se formou na Universidade Cornell, em Nova York. Chuck foi o primeiro membro da sua família a ir para uma faculdade. 

Logo depois, ele abriu o próprio negócio, onde vendia produtos para soldados americanos que estavam em missão na Europa.

Já nos anos de 1960, ao lado de Robert Miller, fundou a Duty Free Shoppers (DFS), uma empresa varejista que vende artigos de luxo para turistas. A marca conta com lojas em aeroportos e portos. Com a companhia, Charles Feeney faturou bilhões de dólares. Atualmente, a DFS emprega mais de 9 mil pessoas.

No entanto, ele aponta que “com a riqueza, vem a responsabilidade”. “As pessoas devem se definir ou sentir a responsabilidade de usar parte de seus recursos para melhorar a vida de seus pares, ou então criarão problemas insolúveis ​​para as gerações futuras.”

O “James Bond” da filantropia

Foto: FT

De acordo com o biógrafo de Charles Feeney, Conor O’Clery, a inspiração para sua filantropia começou após o empresário ler a obra “O Evangelho da Riqueza”, de Andrew Carnegie. Assim, frases do livro como “morrer rico é morrer em desgraça” fizeram com que Chucky repensasse a sua vida.

“Tive uma ideia que nunca me saiu da minha cabeça: a de que você deve usar sua riqueza para ajudar as pessoas”, disse algumas vezes.

Em 1982, ele fundou a Atlantic Philanthropies, uma organização internacional que tinha o objetivo de distribuir sua fortuna para boas causas e projetos em todo o mundo. Vale destacar que nos primeiros 15 anos de doações, Charles fez de maneira anônima, o que lhe rendeu o apelido de ‘James Bond da filantropia’.

Em entrevista ao jornalista Gerardo Lissardy, da BBC News Mundo, em 2017, ele alegou que realizava as doações em segredo “para não ter que explicar às pessoas o motivo”. 

O destino dos 8 bilhões de dólares doados

Foto: Pascal Perch/ BBC

Os 8 bilhões de dólares doados por Feeney foram destinados para diversas iniciativas da área da saúde, ciência, educação e ação social. A maior parte da quantia (3,7 bi) foi destinada para a educação, sendo cerca de 1 bilhão para a Universidade Cornell.

Outra parte da fortuna, 870 milhões, foi enviada para projetos que cuidam dos Direitos Humanos e promovem a mudança social. Charles Feeney também apoiou a abolição da pena de morte nos EUA e a aprovação do Obamacare, uma lei que objetiva aumentar o acesso dos estadunidenses aos planos de saúde.

Já na América Latina, seu instituto enviou mais de 66 milhões para organizações com projetos de saúde em Cuba. “Alguns investimentos também financiaram trabalhos para ajudar a normalizar as relações entre Cuba e os Estados Unidos”, afirma o site da fundação.

Além disso, Chucky contribuiu com a modernização do sistema de saúde do Vietnã e com o fim dos conflitos na Irlanda do Norte.

Em 14 de setembro de 2020, depois de quatro décadas de missão, Charles Feeney assinou os documentos para encerrar as atividades da Atlantic Philanthropies. 

“Nós aprendemos muito. Faríamos algumas coisas de maneira diferente hoje, mas estou muito satisfeito. Sinto-me muito bem por ter, sob o meu comando, concluído essa iniciativa”, declarou à época em entrevista à Forbes. 

“Sou muito grato a todos que se juntaram a nós nesta jornada. E àqueles que estão se perguntando sobre o Giving While Living: experimente, você vai gostar.”

Fonte: Aventuras na História

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