Saúde

Jejum intermitente pode provocar mudanças no cérebro, sugere estudo

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O método de jejum intermitente, uma abordagem dietética que se popularizou na internet, tem sido amplamente utilizado no combate à obesidade, embora sua eficácia seja uma controvérsia entre os pesquisadores.

E agora, um estudo recente realizado na China sugere que esse regime pode trazer alterações significativas tanto no cérebro quanto no intestino.

Ao conduzir um experimento de 62 dias com 25 voluntários obesos, os pesquisadores chineses identificaram diversos efeitos resultantes da restrição energética, que é o princípio fundamental do jejum intermitente.

O que é jejum intermitente?

Via Freepik

O jejum intermitente é uma prática alimentar que envolve alternar entre períodos de ingestão de alimentos e períodos de jejum.

Em vez de se concentrar apenas nos tipos de alimentos consumidos, o jejum intermitente se concentra em quando comer. Existem várias abordagens de jejum intermitente, mas algumas das mais comuns incluem:

  • Jejum de 16/8: Também conhecido como “protocolo Leangains”, envolve um período diário de jejum de 16 horas, seguido por uma janela de alimentação de 8 horas. Durante a janela de alimentação, as pessoas consomem todas as suas refeições.
  • Jejum de 5:2: Neste método, as pessoas consomem uma quantidade normal de calorias por cinco dias da semana. Em seguida, reduzem drasticamente a ingestão calórica (cerca de 500-600 calorias) nos outros dois dias, geralmente não consecutivos.
  • Jejum por 24 horas: Algumas pessoas optam por jejuar por um dia inteiro, uma ou duas vezes por semana. Durante esse período, geralmente consomem apenas água, chá e outras bebidas sem calorias.

Os defensores do jejum intermitente afirmam que pode ajudar na perda de peso, melhorar a saúde metabólica, reduzir o risco de doenças crônicas e promover a longevidade.

Os resultados do experimento

Os cientistas observaram que os participantes do estudo apresentaram uma média de perda de peso de aproximadamente 7,6 kg. Isso equivale a 7,8% de seu peso corporal.

Além disso, identificaram evidências de alterações nas atividades cerebrais associadas à obesidade e na composição das bactérias intestinais.

Qiang Zeng, pesquisador de saúde do Centro Nacional de Pesquisa Clínica para Doenças Geriátricas na China, comentou que as mudanças no microbioma intestinal e na atividade nas regiões cerebrais relacionadas ao organismo durante e após a perda de peso são altamente dinâmicas ao longo do tempo.

No entanto, ainda não está claro o que desencadeou essas mudanças: se o intestino influenciou o cérebro ou vice-versa.

Seja como for, a estreita interconexão entre ambos os órgãos sugere a necessidade de compreender certas regiões cerebrais como uma possível abordagem para um melhor controle da ingestão de alimentos.

Resposta cerebral durante o jejum

Via Freepik

Através de exames de ressonância magnética, os pesquisadores identificaram alterações na atividade cerebral dos participantes do estudo. Elas se concentraram em áreas relacionadas à regulação do apetite e à compulsão por comida.

Além disso, as mudanças no microbioma intestinal, analisadas por meio de amostras de fezes e medições sanguíneas, foram associadas a regiões específicas do cérebro.

Notou-se uma mudança, por exemplo, nas bactérias Coprococcus vem e Eubacterium hallii. O cientista médico Xiaoning Wang, do Centro Clínico Estatal de Geriatria da China, enfatiza que a equipe acredita que o microbioma intestinal se comunica de maneira complexa e bidirecional com o cérebro.

O médico também esclarece a relação entre esse microbioma e as atividades cerebrais. Ele afirma que o microbioma produz neurotransmissores e neurotoxinas que acessam o cérebro através dos nervos e da circulação sanguínea.

Enquanto isso, o cérebro controla o comportamento alimentar, enquanto os nutrientes de nossa dieta alteram a composição do microbioma intestinal.

Relevância

A pesquisa se tornou relevante para os estudos voltados à redução da obesidade. Isso porque mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo se classificam como obesas, o que contribui para problemas de saúde como câncer e doenças cardíacas.

Nesse contexto, ter uma compreensão mais profunda das conexões entre o cérebro e o intestino é vista como um passo crucial.

Dessa forma, segundo os pesquisadores, a próxima questão a se tornar alvo do estudo é o mecanismo pelo qual o microbioma intestinal e o cérebro se comunicam em pessoas obesas, inclusive durante a perda de peso.

 

Fonte: Mega Curioso

Imagens: Freepik, Freepik

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