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Jovem vê sonho de intercâmbio virar um verdadeiro pesadelo

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Conhecimento nunca é demais, principalmente quando estamos falando de idiomas diferentes. Por esse motivo, muitas pessoas decidem estudar em outros países, onde vão para aprimorar a língua. Mas essas viagens de intercâmbio nem sempre saem como esperamos. O caso de Giovany Freitas, de 18 anos, chamou a atenção e serviu de alerta para quem deseja isso. O jovem viu o seu sonho de intercâmbio se transformar em um verdadeiro pesadelo.

De Osasco, São Paulo, Giovany contou que ganhou uma promoção feita por uma agência, por meio da qual ele poderia estudar na França por três semanas. Ele então saiu de casa para realizar esse sonho. No entanto, ele sequer chegou a pisar no país. Nos últimos dias ele conta como está difícil chegar a Paris. Por meio de algumas escalas improvisadas, ele voou para o Chile, Peru e depois Colômbia. Após todo o sofrimento, seus amigos se juntaram para custear sua passagem de volta ao Brasil, conseguindo retornar no último dia 18 de janeiro.

“Fiquei sem tomar banho quase quatro dias, sem comer dois. Tomei água da torneira do banheiro do aeroporto, porque estava sem dinheiro” disse ele.

Concurso que o fez ganhar o intercâmbio

Via UOL

O concurso que “deu” a Giovany o intercâmbio foi feito pela agência Agnus, de Agudos, interior do estado de São Paulo. Quando procurada pela equipe da UOL para explicar o que aconteceu com o jovem, a empresa ignorou totalmente o contato e não retornou às várias tentativas de contato.

O sorteio em questão exigia a publicação de fotos e vídeos usando a tag da agência nas redes sociais. “Ganhei em primeiro lugar. O prêmio era uma viagem com tudo pago, que foi marcada para o dia 7 de janeiro”, disse a vítima do possível golpe.

De acordo com o post, o prêmio era de três semanas de curso e acomodação, além das passagens de ida e volta. O vencedor é que escolheria o destino. Diante do contrato firmado entre Giovany e a empresa, o curso de francês aconteceria entre os dias 9 e 27 de janeiro, com 20 horas por semana na Accord Paris.

No entanto, a escola afirma não ter havido qualquer troca de e-mail com a agência sobre o jovem. Então, isso prova que a agência sequer o registrou como aluno. De acordo com a Accord Paris, a escola já recebeu três alunos de intercâmbio pela agência entre 2021 e 2022. No entanto, no momento, não existe qualquer solicitação para 2023.

As conexões

Via UOL

De acordo com Giovany, ele recebeu uma ligação da agência de intercâmbio no começo de janeiro para reagendar a viagem para o dia 14. No entanto, ele não poderia, então negociou a viagem no dia 10 e ele ainda teria ganhado dois passeios na França, como uma forma de se desculparem.

“Já tinha entregado minha casa, pedido demissão do meu emprego, não tinha familiar perto e não podia ficar na casa de amigos”, disse. Então ele chegou ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia 9, para enfim embarcar no dia seguinte. Até então ele nem tinha a passagem aérea em mãos, visto que a agência alegou que o sistema de emissão não estava funcionando.

“Entraram em contato comigo na terça, dizendo que estavam felizes por mim e que o ‘grande dia’ tinha chegado. Mas a passagem nunca chegava”, contou. Contudo, no começo daquela noite ele recebeu dois bilhetes. Um deles era para Lima e o outro para Bogotá. Só que na hora de embarcar, descobriu que o voo para Lima ainda faria escala em Santiago.

Sem muita opção, foi para o Chile. Na madrugada seguinte, voou para o Peru. Chegou então à Colômbia às 3h29 do dia 14, ou seja, 4 dias depois de começar sua saga. “Eu estava cansado, exausto. Pedi para cancelar, falei que não estava aguentando. Pediram para eu esperar, porque já estava quase chegando”. Relatou.

No dia 16 a ficha finalmente caiu. Ele não conseguiria chegar a Paris. Mas o pesadelo não acabou ali. Em Bogotá, ele foi para um hotel que a agência indicou, mas precisou sair porque a reserva era para apenas um dia. “Entrei em contato com a Agnus para pagarem a diferença e me enrolaram. Fui chamar o Uber, e o cartão da empresa deu problema. O homem da recepção viu que não tinha o que fazer e disse que eu não precisava pagar. Agora, estava na rua e com o celular descarregado, sem suporte. Fiquei muito assustado e cheguei a ter crise de ansiedade, porque demoravam responder e eu não sabia o que fazer”.

O fim do pesadelo

Giovany disse que nunca foi informado sobre as conexões, por isso não levou moeda local. Mesmo depois disso tudo, a agência não forneceu qualquer suporte, nem mesmo na hora de voltar para casa. Ele só conseguiu embarcar de volta ao Brasil porque outros clientes lesados pela agência de intercâmbio se uniram para ajudá-lo.

Até o momento, o único valor pago pela Agnus, de acordo com ele, foi o transporte dele até o aeroporto. “Quando falei que desisti, me responderam rápido”. Agora ele está em casa e disse que vai correr atrás dos seus direitos.

Fonte: UOL

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