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Há tempos Daniel Alves tem sido muito comentado, não por sua habilidade no futebol, e sim por conta do caso de um suposto estupro cometido por ele a uma jovem em uma boate no final de 2022. Por conta disso, desde o dia 20 de janeiro de 2023 ele ficou preso na Espanha aguardando o julgamento do seu caso.
Em agosto, a Justiça da Espanha acusou o jogador formalmente pelo crime de agressão sexual cometido contra uma mulher em uma boate em Barcelona. Por conta da formalização da acusação, Daniel Alves se tornou réu no caso.
Ele foi a julgamento e sua sentença saiu no fim de fevereiro. Daniel Alves foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão por estupro, de acordo com o anunciado pelo tribunal de Barcelona.
Contudo, depois de uma avaliação de que o risco de fuga dele é reduzido, a Justiça de Barcelona decidiu por dar liberdade provisória ao ex-jogador desde que uma fiança de um milhão de euros, equivalente a 5,4 milhões de reais, fosse paga.
Liberdade de Daniel Alves
G1
Ao todo, três juízes votaram para decidir sobre a liberdade de Daniel Alves. Dois votaram a favor da liberdade e um foi contra a soltura e apontou um risco de fuga. Contudo, o placar final ficou 2 a 1.
Depois de ter recebido sua sentença, a defesa do ex-jogador pediu que ela fosse revisada. A Justiça espanhola o fez e Daniel Alves teve sua pena atenuada depois de pagar 150 mil euros, 801 mil reais, para a vítima antes do julgamento. Com isso a pena foi de quatro anos e meio, bem menor que os nove anos pedidos pelo Ministério Público Espanhol e do que os 12 pedidos pela defesa da vítima.
Os juízes que votaram a favor da liberdade provisória entenderam que a pena menor e o fato de Daniel Alves já ter cumprido 14 meses diminuíam o risco de fuga dele. Mesmo assim, medidas foram tomadas para que o ex-jogador não fuja da Espanha. Foram elas:
- Retirada dos passaportes espanhol e brasileiro.
- Proibição de sair do território nacional da Espanha.
- Imposição de comparecer ao tribunal semanalmente ou quantas vezes for chamado
- Fiança
Outro ponto favorável à decisão tomada foi que Daniel Alves disse firmemente que tinha intenção de permanecer à disposição do tribunal a todo momento. Na terça-feira dessa semana, ele disse em audiência: “Não vou fugir, acredito na Justiça”.
Em uma sentença publicada na manhã dessa quarta-feira, os juízes da Audiência Provincial de Barcelona, que é a instância mais alta da Justiça da cidade, aceitaram deixar Daniel Alves em liberdade provisória sob o pagamento de um milhão de euros de fiança.
Voto vencido
O único voto contrário à liberdade provisória foi do juiz Luis Balestá Segura. Ele disse achar a quantia de um milhão de euros baixa para o ex-jogador. Ele também falou a respeito do risco de fuga para o Brasil ser aumentado e sobre as “amizades com alto poder aquisitivo” para pagar a fiança.
De acordo com o que acredita Segura, agora “existe o risco mais que fundamentado de que o acusado possa decidir abandonar nosso país”. Ele também escreveu que “seu entorno familiar e de amizades, estas últimas de alto poder aquisitivo, fazem viável a possibilidade de considerar que poderiam facilitar que ele (Daniel Alves) possa abandonar o território nacional para evadir-se da ação da justiça, inclusive renunciando ao milhão de euros que ele possa depositar (o jogador teria direito a essa quantia de volta caso volte à prisão)”.
Ainda conforme Segura, a sentença inicial tinha deixado claro que Daniel Alves tinha cometido o crime de estupro. “O horizonte punitivo que o Alves tinha no início do instrução não mudou”, argumentou o magistrado.
Caso
G1
Por mais que esse caso esteja sendo bastante falado, muitas pessoas acabam se perdendo em toda a história. Então relembre o que aconteceu na noite, segundo o depoimento da vítima.
A jovem, de 23 anos, estava na boate com suas amigas.
Daniel Alves estava junto com amigos no camarote da boate em uma área VIP. Então ele convidou a jovem para ficar no camarote junto com ele.
Mais ou menos às 4h30, o jogador pediu para que ela o levasse até uma porta. Quando eles entraram, ela viu que a porta era para um banheiro. A jovem então tentou sair do banheiro, mas Daniel Alves a impediu.
Foi então que o jogador a teria penetrado de forma violenta até ejacular. Depois disso, ele saiu do banheiro e deixou a jovem no banheiro. Então, ela saiu do banheiro e contou o que tinha acontecido para sua amiga.
As duas contaram o que tinha acontecido para a segurança da boate, mas nesse momento o jogador já tinha ido embora. A vítima então foi imediatamente fazer exames em um hospital. Depois de dois dias ela denunciou o ocorrido na polícia.
Já em agosto, quando ele foi formalmente acusado, Cristóbal Martell, advogado do jogador, disse que eles não iriam recorrer para economizar tempo. De acordo com ele, a estratégia era chegar ao julgamento o mais rápido possível.
Até a formalização, todos os recursos dos advogados para tirar Daniel Alves da prisão foram negados. Mesmo apresentando vários recursos para garantir que ele não fugiria para o Brasil, a juíza do caso não foi convencida e o manteve preso.
Nas conclusões, a juíza entendeu que as contradições ditas pelo jogador sobre o ocorrido dão “indícios racionais suficientes” de suspeitas.
Fonte: G1
Imagens: G1
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