História

Como o k-pop pode ajudar o Brasil?

K-pop
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O assunto k-pop é um tema delicado no nosso país. Por mais que muitos admitam que o gênero se tornou um fenômeno, muitos ainda rebaixam o conteúdo como “sendo para crianças”. Porém, o que essas pessoas não sabem é como o k-pop e a indústria cinematográfica coreana são potências dentro de seu país.

Sendo assim, sabe-se que a Coreia do Sul é um exemplo de sucesso da “indústria da criatividade”. Ou seja, é um exemplo para a cultura mundial e, além disso, gera resultados significativos para a economia local. Segundo um levantamento da Kofice (Fundação Coreana para o Intercâmbio Cultural Internacional), as exportações de conteúdos produzidos no país atingiram US$ 11,69 bilhões no ano passado.

Outros efeitos da cultura

Certamente, o aumento da economia local é um dado importante a ser considerado. Contudo, ainda mais que os números, há de se considerar o efeito cascata dessa exportação de cultura. Já que o interesse geral pelo país aumentou, é de se esperar que o turismo no país tenha um salto considerável.

Além disso, a demanda por outros aspectos da cultura local também aumentou. Além da música e da indústria cinematográfica, as pessoas buscam consumir a gastronomia e outros produtos alimentícios locais. Isso é visto aqui mesmo no Brasil, com pessoas indo a São Paulo, que tem uma comunidade coreana, à procura do biscoito dalgona de Round 6.

O uso de ‘soft power’

O que é possível observar com a “hallyu wave”, ou seja, a onda coreana, é como a Coreia do Sul está se colocando como um dos pilares da cultura mundial. Além disso, estão ascendendo como um exportador cultural sem o uso da força, ou seja, com um soft power.

A Coreia do Sul serve de exemplo para os outros países. Isso porque, até a década de 1960, o país era pobre e subdesenvolvido. Contudo, o governo passou a investir na cultura, o que ajudou o país a chegar onde está hoje.

O Brasil também já teve seu momento ao sol no passado, com a exportação da bossa nova na década de 1960 e com as novelas na década de 1980. Contudo, o país poderia hoje usar desse soft power para elevar o nível de sua imagem para o mundo? Será que a indústria criativa do Brasil pode aprender algo com a política sul-coreana?

Como surgiu o k-pop?

2NE1 kpop

Reprodução/Kperfil

Um dos pilares da hallyu wave é o k-pop. O gênero musical explodiu nos últimos anos e é um dos grandes responsáveis pelo crescimento da Coreia do Sul. Apesar de exportar cultura sul-coreana para o mundo, o k-pop não segue bem a música tradicional.

Inclusive, a música tradicional sul coreana não é nada parecida com o gênero, sendo feita com instrumentos e temas próprios. Mas na virada do século 19 para o século 20, ela começou a mudar e ser influenciada pela música dos Estados Unidos por meio dos missionários cristãos.

Depois da Segunda Guerra Mundial, muitos artistas iam para a Coreia do Sul fazer shows para os soldados que estavam na ocupação do território, como a própria Marilyn Monroe. Com a criação de rádio para os militares ocidentais e o consumo de discos importados, a música na Coreia recebeu fortes influências dos Estados Unidos.

A partir da década de 80, os gêneros de eletrônica, europop, hip hop e R&B surgiram na península, criando o terreno para o k-pop. Ou seja, o pop coreano não é tão recente quanto parece. O gênero musical surgiu em 1992, claramente no país asiático, como uma tática para modernizar o país. O gênero é uma mistura de várias influências como rap, rock, eletrônica e pop americano.

Primeiro grupo de k-pop

No dia 11 de abril de 1992, quando ninguém prestava atenção na produção cultural da Coreia do Sul, um grupo chamado Seo Taiji and Boys foi a um show de talentos apresentar uma música que falava das angústias de adolescentes e a cobrança de terem sucesso em suas carreiras, mudando o mundo para sempre, por mais que não soubessem naquele momento.

Incrivelmente, os jurados os classificaram como a pior banda da noite, mas o público foi fervoroso em discordar. Como a massa movimenta os números, a música foi para o topo das paradas de sucesso e permaneceu por 17 semanas. Esse grupo acabou se aposentando pouco tempo depois, em 1996, mas a semente foi plantada.

Nos anos 2010, o gênero realmente virou uma febre por lá, com a estreia do Black Pink em 2016 e do grupo BTS em 2013. Hoje, existem cerca de 370 grupos do gênero, variando entre grupos femininos, masculinos, mistos, grandes e pequenos. Mas o k-pop tem um modelo próprio de produção que vai muito além do que conhecemos para outros gêneros. Com isso, nós podemos ter uma certeza: o k-pop veio para ficar.

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