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Loira do banheiro: saiba a história real por trás da lenda urbana

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As lendas urbanas são uma parte inevitável de qualquer cultura, sejam elas um mistério não resolvido ou apenas uma história popular. Contam-se essas lendas em festas de amigos, conversas e até em acampamentos quando se quer passar medo nos outros. Elas vão passando de geração para geração.

Por mais que tenhamos evoluído em todos os sentidos e que algumas dessas lendas tenham se provado falsas, algumas delas sobrevivem ao tempo e se recusam a serem eliminadas. Quer você acredite ou não nelas, uma coisa é certa: ouvir as histórias pode fazer com que você comece a duvidar, nem que seja um pouco, do seu próprio ceticismo.

Uma das mais lembradas quando o assunto é lenda urbana é a famosa “loira do banheiro”. É quase impossível encontrar uma pessoa que nunca tenha ouvido falar dessa história, ou que não tenha ficado com medo de encontrá-la no banheiro da escola. No entanto, muitas pessoas podem não saber qual é a origem dessa lenda urbana.

Origem

Mistérios do mundo

Algumas lendas são versões distorcidas de uma história que pode ser real. Esse é o caso da loira do banheiro. Isso porque ela se baseou na história verdadeira de Maria Augusta de Oliveira, uma jovem de Guaratinguetá, em São Paulo.

A história da filha do Visconde de Guaratinguetá é cheia de rebeldia e determinação, o que a faz ser cativante e inspiradora. De acordo com a história, Maria Augusta foi obrigada a se casar aos 14 anos. E mesmo que na época esses casamentos arranjados e ainda na adolescência fossem “normais”, ela não era muito a favor dessa tradição.

Tanto é que Maria Augusta vendeu suas joias e fugiu para Paris quando tinha 18 anos. Ela ficou por lá até 1891. Até que sua vida terminou, de forma trágica, aos 26 anos.

Sabendo da morte dela, a família trouxe o corpo de volta para o Brasil e seu corpo foi colocado em uma urna de vidro na mansão da família. Mesmo que a princípio esse ato tenha sido de amor e pelo luto da filha, a mãe de Maria Augusta começou a ser assolada por vários pesadelos. Foi então que ela decidiu enterrar sua filha.

Lenda urbana

Mix FM

Em 1902, já algum tempo depois, a mansão que era da família acabou se tornando a escola estadual Conselheiro Rodrigues Alves. E como as lendas surgem, várias histórias começaram a surgir a respeito do espírito inquieto de Maria Augusta assombrando os banheiros da escola.

Contudo, conforme o tempo foi passando, a história de rebelião de Maria Augusta acabou perdendo espaço para servir como um desencorajamento para que os alunos faltassem às aulas. Tanto é que uma versão bem popular da lenda urbana é que a loira do banheiro era na verdade uma aluna que estava matando aula e morreu de forma trágica.

Medo

Eu sem fronteiras

As lendas urbanas podem tirar o sono de muitas pessoas. E parece que quando alguém ouve uma dessas histórias ou vê um filme de terror, uma coisa quase sempre acontece: ele acorda às três horas da manhã. Isso se chama “pensamento de arame farpado”. O nome vem porque a pessoa pode ficar presa nele.

Geralmente, esses pensamentos costumam ser angustiantes e punitivos. E felizmente eles parecem se esvanecer com a luz do dia. o que prova mais ainda que o pensamento das três da manhã é completamente irracional e improdutivo. Isso levantou uma pergunta: por que isso acontece? Então Greg Murray, pesquisador de psicologia com experiência em humor, sono e sistema circadiano, resolveu pesquisar sobre o assunto para responder essa pergunta.

Por volta das três ou quatro da manhã, em uma noite normal de sono, a neurobiologia das pessoas atinge o seu ponto de inflexão. Então, a temperatura corporal central começa a subir, o impulso de sono está diminuindo, a secreção de melatonina chegou ao seu pico e os níveis de cortisol estão aumentando conforme o corpo se prepara para acordar a pessoa para o novo dia.

Toda essa atividade acontece independentemente dos sinais do ambiente, como por exemplo a luz do amanhecer do dia. Isso porque há tempos a evolução decidiu que o nascer e o pôr do sol são importantes e devem ser previstos, para isso temos o sistema circadiano.

A realidade é que todas as noites as pessoas acordam várias vezes. E ter um sono mais leve é mais comum na segunda metade da noite. No entanto, quando o sono está indo bem, geralmente as pessoas não têm consciência dessas acordadas. Mas se existe um pouco de estresse, a chance de que o despertar aconteça é bem maior.

Não é à toa que a pandemia é um fator de estresse que perturba o sono, o que fez com que mais pessoas acordassem às três da manhã com uma frequência maior. Além disso, o estresse também afeta o sono na insônia, quando as pessoas ficam hiper vigilantes por estarem acordadas.

Essa preocupação de estar acordado quando deveria estar dormindo pode acabar fazendo com que a pessoa pule para uma vigília ansiosa sempre que ela passar por uma fase de sono leve.

“Como terapeuta cognitivo, às vezes brinco que a única coisa boa em acordar às três da manhã é que nos dá um exemplo vívido de catastrofização. Por volta dessa época do ciclo do sono, estamos em nosso ponto mais baixo, física e cognitivamente. Do ponto de vista da natureza, este é um momento de recuperação física e emocional, então é compreensível que nossos recursos internos estejam baixos. Sem nenhuma de nossas habilidades humanas e capital, somos deixados sozinhos no escuro com nossos pensamentos. Portanto, a mente está parcialmente certa quando conclui que os problemas que gerou são insolúveis. Até porque, às três da manhã, a maioria deles realmente é”, explicou Murray.

“A verdade é que nossa mente não está realmente procurando uma solução às três da manhã. Podemos pensar que estamos resolvendo problemas trabalhando mentalmente sobre os problemas a esta hora, mas isso não é realmente uma solução de problemas. É o gêmeo do mal da solução de problemas: a preocupação”, ressaltou.

Fonte: Mistérios do mundo, Science alert

Imagens: Mistérios do mundo, Mix FM, Eu sem fronteiras

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