Curiosidades

‘Mão de Deus’ parece tentar capturar uma galáxia em imagem impressionante

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O universo sempre foi um tema de grande interesse para nós. Sua imensidão e todo o desconhecido que o circunda atiçam a curiosidade de todos os cientistas e até mesmo de pessoas que são intrigadas para saber o que tem nesse universo além de nós. A chamada “Mão de Deus”, cientificamente conhecida como CG 4, é um fenômeno celeste visto na constelação de Puppis, dentro da galáxia Via Láctea.

Ele está a aproximadamente 1.300 anos-luz de distância do nosso planeta e faz parte da classe dos glóbulos cometários, que é uma categoria bem difícil de ser detectada entre os  glóbulos de Bok, nuvens densas de gás e poeira cercadas por material ionizado e quente.

Mesmo que o nome dê a entender que exista uma conexão direta com os cometas, na realidade, os glóbulos cometários como o CG 4 não têm uma relação com esses corpos celestes. Esse nome vem do fato de que eles têm uma estrutura parecida com a cauda de um cometa. Isso acontece por conta do arrastamento de material.

Registro

Olhar digital

A origem desses glóbulos cometários ainda é uma coisa misteriosa para os cientistas. De acordo com algumas teorias, essa origem pode vir dos ventos estelares vindos de estrelas massivas próximas ou até mesmo por supernovas, sendo resultado do fim explosivo dessas estrelas.

No caso da Mão de Deus, ela se destaca por conta da sua característica cauda, que é uma extensão tênue de gás e poeira com oito anos-luz de comprimento e uma ponta de 1,5 ano-luz de largura. Isso pode ser visto nas imagens feitas pela Câmera de Energia Escura (DECam). Ela é um instrumento colocado no  Telescópio Victor M. Blanco no Observatório Interamericano Cerro Tololo.

Agora, as imagens obtidas lançam uma luz no mistério dos glóbulos cometários e ajudam os pesquisadores a entenderem mais sobre a formação das nebulosas de Bok. Elas, assim como a Mão de Deus, ficaram ocultas até a década de 1970 por conta da sua luminosidade fraca e cobertura de poeira estelar que deixava suas caudas obscurecidas.

Então, para que os registros desses objetos seja nítido, a DECam usa um filtro de hidrogênio-alfa que mostra o gás ionizado. Isso faz com que as imagens sejam obtidas de onde o brilho vermelho do hidrogênio dentro do CG 4 é visível.

O formato de garra da Mão de Deus  em direção à galáxia espiral ESO 257-19, mesmo que pareça um movimento de captura, é somente uma ilusão de perspectiva. Até porque, essa galáxia está a cerca de 100 milhões de anos-luz de distância da CG 4.

E mesmo que essa galáxia estivesse mais perto, ainda assim ela iria estar fora do alcance das garras da Mão de Deus por conta da radiação que faz com que ela tenha sua aparência fora do comum.

O fato é que a complexidade desses fenômenos celestes intriga os pesquisadores que estão sempre explorando teorias para explicar sua origem e evolução.

Galáxia

Science alert

Outra dúvida sobre o espaço é o motivo de existirem galáxias mortas flutuando por ele. As chamadas galáxias ultra-difusas (UDGs) são um mistério para os astrônomos. Em termo de números de estrelas, elas são galáxias menores. Mas mesmo assim ainda estão espalhadas por grandes distâncias. Isso as torna fracas e difíceis de serem detectadas.

Além disso, ainda não está claro como elas são formadas. Ou então se existe alguma coisa especial em seus aros de matéria escura que os ajuda a se formarem.

No entanto, pesquisas feitas recentemente podem conseguir responder algumas dúvidas a respeito das UDGs. Mais especificamente, as UDGs “apagadas”, ou seja, aquelas que não estão formando nenhuma estrela nova.

Os astrônomos fizeram uma série de simulações e foram capazes de localizar e analisar algumas novas galáxias que correspondem a essa descrição. Então, as observações e modelagem revelaram que essas UDGs extintas nasceram no que se conhece como órbita backsplash. Ela está bem além das bordas de uma galáxia hospedeira, mas ainda está conectada de uma forma bem vaga.

Tudo isso quer dizer que elas faziam parte de um sistema maior antes de se isolarem e compartilharem algumas características com o sistema original.

“O que se detectou está em desacordo com as teorias da formação de galáxias. Uma vez que anãs extintas precisam estar em aglomerados ou ambientes de grupo para que se remova seu gás e pare de formar estrelas. Mas as UDGs extintas que detectamos estão isoladas. Fomos capazes de identificar algumas dessas UDGs extintas no campo e rastrear sua evolução para trás no tempo para mostrar que se originaram em órbitas backsplash”, explicou a astrônoma Laura Sales,  da Universidade da Califórnia, em Riverside.

A simulação que a equipe usou se chama TNG50 e conseguiu prever com sucesso sistemas UDG parecidos aos que foram observados. Além disso, a simulação conseguiu atuar como uma máquina do tempo. Ela reverteu essas galáxias para ver de onde elas vieram bilhões de anos atrás.

Como se isso não fosse o bastante, ela também sugeriu que a porcentagem de UDGs extintas em uma população ultra difusa de galáxias poderia chegar a 25%. Ou seja, bem mais alto do que se pensava quando se baseava nas observações de campo.

Isso quer dizer que ainda existem várias dessas galáxias que não foram detectadas pelos telescópios.

Fonte: Olhar digital, Science alert

Imagens: Olhar digital, Science alert

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