Curiosidades

Mofo e até cogumelos tomam conta de apartamento em Mogi

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Todos, ou se não a maioria das pessoas, sonham em ter uma casa própria. Seja ela do tamanho que for, ter um cantinho para chamar de seu é muito bom. Contudo, às vezes esse sonho pode se tornar um verdadeiro pesadelo, como aconteceu com o apartamento dessa família de Mogi das Cruzes.

Primeiro, infiltrações começaram a aparecer em várias partes do apartamento. Elas eram visíveis na sala, no corredor e nos dois quartos. A infiltração ficou tão grave que cogumelos começaram a nascer nas paredes.

“Está na casa inteira. No quarto é pior, porque além das paredes, tem o chão também, que é uma água fedida. É uma mistura de mofo com esgoto. Fico preocupada com a saúde. Todo dia acordo com dor de cabeça”, disse a manicure Sônia Regina Barbosa de Jesus.

Apartamento

G1

O problema já passou das paredes da casa e já atingiu o piso, batente de porta, rodapé e até o guarda-roupas planejado. Essa situação toda já tem mais de um ano e até hoje não foi resolvida.

Em determinados pontos do apartamento, a infiltração chega a quase um metro de altura. Em um dos quartos, pelos menos duas paredes já começaram a ter cogumelos surgindo nelas.

Por conta disso, os moradores não conseguiam dormir no cômodo. Então eles tiveram que mudar para o outro quarto, onde a situação ainda não está tão complicada. De acordo com Sônia, todo esse problema começou dois meses depois de ela ter se mudado para o apartamento.

“No começo não desconfiei. Só achei que estava estranho. Inclusive, até achei que era alguma coisa do banheiro. Meu filho veio aqui e viu que não era nada do banheiro. Aí foi aumentando. Foi quando chamei a síndica e ela falou para mim que o problema era o banheiro. Mas como era o banheiro, se dentro do banheiro não tem? Foi quando falei com o subsíndico, e ele falou para mim para não colocar a mão, que, se eu colocasse a mão, perderia todo o direito”, lembrou.

A manicure não ficou satisfeita em falar com a síndica e o subsíndico, então resolveu procurar a construtora e até conseguiu um advogado para o seu caso. Mesmo assim, ela ainda continua sem respostas.

“É horrível. Não tenho vontade de ficar dentro de casa, não dá vontade de limpar, de colocar uma colcha na cama. Tudo fica feio. Você acaba de limpar a casa e parece que a casa está suja, porque estão muito feias as paredes. Comprei para ter sossego, para ter paz. Vendi minha casa para vir para cá, e meu sonho virou um pesadelo”, disse ela.

Posicionamento da construtora

Quadra imob

A construtora responsável pelo apartamento de Sônia é a MRV, em nota ela informou que a entrega do empreendimento foi feita em janeiro de 2017 e que a manicure comprou a unidade de terceiros em setembro de 2020.

Segundo o manual do proprietário, o prazo de garantia para infiltrações de paredes e tetos internos é de um ano. Por conta disso, de acordo com a construtora, o apartamento já estaria fora do prazo de garantia mesmo se a data considerada for a partir de quando Sônia adquiriu o imóvel.

Mesmo assim, a MRV se mantém à disposição para uma visita de consulta para orientar, de forma técnica, a moradora.

Riscos

Casa antiga

Claro que estar em um ambiente como o que está o apartamento de Sônia traz riscos à saúde. A médica otorrinolaringologista Nathalia Tenório explicou quais são os principais prejuízos:

“O grande problema que acontece quando a gente tem uma exposição em um ambiente assim, com mofo e bolor, que são fungos, mas eles têm diferença, é que, quando você passa a barreira nasal protetora, você pode ter as doenças, tanto nasais quanto as doenças pulmonares. Pode desencadear quadros de asma, rinite, micose pulmonar”, explicou ela.

Direitos do consumidor

Jus

Segundo o especialista em direito do consumidor Dori Boucault, cada caso é um caso. No entanto, o Artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor diz que “o construtor responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação e construção”.

Ainda de acordo com ele, é preciso saber a origem do problema no apartamento. Por isso é importante contratar um profissional especializado para que se saiba com certeza de onde o problema está surgindo.

Questionado se caso seja identificado que houve um problema na estrutura ou na construção, mesmo com o prazo de garantia ultrapassado, a construtora seria responsável, o especialista respondeu dizendo: “Tem também, na lei, o chamado vício oculto. O vício oculto é aquele que ninguém sabia. Aí apareceu. Quando aparece, começa a contar a situação. Mas precisa do laudo técnico para a gente saber que caminho que vai seguir”.

As orientações finais de Boucault são registrar o problema, solicitar o reparo à construtora e verificar a garantia do vício aparente ou do vício oculto.

Fonte: G1

Imagens: G1, Quadra imob, Casa antiga, Jus

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