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Motivo pelo qual jovem foi enterrada com prego no crânio há 2 mil anos foi revelado

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A arqueologia é a ciência responsável por estudar culturas e civilizações do passado. É através das descobertas arqueológicas que vestígios de antigas sociedades e culturas são descobertos e que mistérios podem ser revelados, como por exemplo, por qual motivo uma jovem foi enterrada com um prego em seu crânio há dois mil anos.

O enterro dessa jovem aconteceu há mais de dois mil anos, na antiga Sardenha, ilha no Mar Mediterrâneo. Nele, ela foi enterrada de bruços e teve o crânio perfurado por um prego. O que se sabia era que, por conta da posição que ela foi enterrada, a jovem sofria com epilepsia.

Atualmente, sabe-se que essa não é uma condição contagiosa. Contudo, na antiguidade, o buraco feito no crânio da jovem fazia parte de uma crença médica da época que tinha o objetivo de “evitar que seu quadro epiléptico se espalhasse” para as demais pessoas.

Descoberta

Galileu

A descoberta dos restos mortais da jovem foi feita dentro de uma tumba na Necrópole de Monte Luna, que é uma colina a aproximadamente 30 quilômetros ao norte de Cagliari, na parte sul da Sardenha. Agora, foi feita uma análise nova no esqueleto se baseando na pélvis, dentes e ossos. Por conta dela se confirmou a estimativa anterior de que a jovem tinha entre 18 e 22 nos no momento da sua morte.

Além do furo em seu crânio, o enterro também teve o uso de cerâmica. Isso sugere que ela foi enterrada na última década do século 3 a.C. ou nas primeiras décadas do século 2 a.C. Junto com a sua tumba, que era a 27, foram descobertas um total de 120.

Foi o povo púnico que usou primeiro o cemitério onde a jovem foi encontrada. Eles o usaram depois do século 6 a.C. e ele continuou sendo usado até o século 2 a.C. E foi na década de 1970 que a necrópole foi escavada. O estudo mais recente é baseado nas fotografias da tumba e em um novo exame do esqueleto da jovem.

Furo no crânio

Galileu

Como resultado dessa análise foi revelado que ela tinha sofrido um trauma no crânio um pouco antes ou na época em que ela morreu. Na realidade, existiam dois traumas. O primeiro era um lesão contundente, ou seja, ela pode ter sido feita em uma queda por acidente. Já a outra era uma lesão por força, ela tinha o formato de um buraco quadrado no crânio da mulher, resultado de um prego romano.

De acordo com Dario D’Orlando, coautor do estudo, na época em que essa jovem morreu, “a ideia era que a doença que matou a pessoa na sepultura poderia ser um problema para toda a comunidade”.

Por isso que esse buraco no crânio pode ter sido feito com base na crença grega de que determinadas doenças poderiam ser causadas por miasma, ou seja, por conta do ar contaminado. Conforme explica D’Orlando, na época da morte da jovem, essa crença era conhecida por todo mediterrâneo.

Para esses casos, Gaius Plinius Secundus, conhecido como Plínio, o Velho, era general romano e historiador natural, e prescreveu um “remédio”. De acordo com ele, depois que uma pessoa morresse por conta de ataque epilético era recomendado pregar as partes do corpo para que a doença não se propagasse.

Observações

Galileu

Segundo D’Orlando, a prática de pregar o crânio e o enterro um tanto incomum dessa jovem pode ser explicado pela vinda de novas ideias romanas que foram influenciadas fortemente pelas antigas ideias gregas na Sardenha rural.

Contudo, na visão de Peter van Dommelen, um arqueólogo da Brown University que não participou do estudo, mesmo com o domínio romano, a cultura da Sardenha continuou púnica.

“Não há razão para olhar para o mundo romano em busca de afinidades – o que as pessoas faziam era inteiramente guiado pelas tradições púnicas”, disse ele defendendo a descoberta como interessante por não ter enterros parecidos com o da jovem na Sardenha.

“Ele se encaixa em um padrão mais amplo que você pode ver em todo o mundo e em todas as culturas”, concluiu ele.

Fonte: Galileu

Imagens: Galileu

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