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Mulheres já escrevem metade dos artigos científicos do Brasil

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O Brasil foi notícia nas últimas semanas por conta de uma coisa surpreendente: o número de artigos escritos por mulheres. Essa estimativa veio em um relatório do Gender in the Global Research Landscape. Essa organização calcula a participação feminina em matérias e artigos científicos.

Sendo assim, a organização destacou o Brasil como um dos maiores exemplos mundiais de igualdade de gênero. Isso porque aqui se obteve sucesso em promover a igualdade entre homens e mulheres no ambiente acadêmico. Dessa forma, a participação de mulher em artigos é equivalente à dos homens!

Como a pesquisa foi feita?

O relatório emitido pela Gender in the Global Research Landscape, foi feito pela editora Elsevier, e levou em conta artigos científicos datados do final do século passado até a metade da década anterior. Ou seja, analisou dados entre 1995 e 2015. Sendo assim, analisou-se vinte anos de conteúdo.

Durante esse período, as mulheres brasileiras assinaram de maneira proporcional a mesma quantidade de artigos que os homens. Ou seja, 50%-50%. Esse é um crescimento importante para o mundo acadêmico. Isso porque uma análise feita entre 1996 e 2000 mostrava que apenas 38% dos artigos haviam sido escritos por mulheres.

E os outros países?

De todo o relatório, o Brasil se destaca com honras. Os níveis de participação feminina foram altíssimos. Além disso, empatou com Portugal na quantidade de artigos que foram proporcionalmente escritos por mulheres. Ambos os países contam com ao menos 49% do conteúdo vindos de uma cientista. Dessa forma, se formos comparar por população, o Brasil exportou muito mais conteúdo escrito por mulheres que o país europeu.

Além disso, países como EUA e Reino Unido, conhecidos por seu progressismo, ficaram com um índice menor que o Brasil. Ambas as potências mundiais contam com 40% de participações femininas em artigos acadêmicos. Entre os países analisados, o último colocado foi o Japão, que conta com apenas 20% de seus artigos assinados por mulheres cientistas.

Outros pontos do estudo

Além de mostrar a quantidade massiva de artigos escritos por mulheres no Brasil, o estudo também entregou outras estatísticas sobre o país. Muitas dessas estatísticas são positivas! No relatório, foi possível observar que o número de brasileiras que participaram ativamente de invenções aumentou. Desde 2000, o número de patentes criadas por mulheres é de 17%. Em relação aos Estados Unidos, onde mais de 86% das invenções são assinadas por homens, o Brasil ainda está em vantagem

Uma das notícias ruins do relatório é o fato de que mulheres são menos citadas que homens. Ou seja, ao escrever um novo artigo científico, preferem reforçar seus argumentos com artigos escritos por homens ao invés de artigos escritos por mulheres. Além disso, esse mal não ocorre apenas no Brasil, mas também em outros países latinos como México e Chile.

Por que essa desigualdade existe?

Uma situação importante, que deveria ter sido levada em consideração pelos autores do relatório, é o “leaking pipe”. Esse termo em inglês se refere a um importante fator para o desequilíbrio de gêneros no ambiente acadêmico: a queda da participação feminina em ambientes acadêmicos.

O leaking pipe, ou “o cano que vaza”, no bom e velho português, refere-se ao fato de que, no início do ensino superior, as turmas estão cheias de mulheres. Mais que isso, muitas turmas contam com mais mulheres que homens. Isso acontece principalmente nas áreas de humanas e biológicas.

Contudo, essa vantagem numérica não se mantém até o fim do curso. Além disso, a vantagem diminui ainda mais no mestrado e no doutorado. Sendo assim, por não estarem presentes no mesmo lugar de forma equivalente, os índices de textos escritos por mulheres caem de maneira drástica. Além disso, as posições sêniores da academia se ocupam em quase 90% por homens.

Sendo assim, de acordo com o Relatório de Monitoramento Global da Educação da Unesco, existem alguns passos a serem seguidos. Além de tentar atrair mais mulheres para as demais etapas da academia, é preciso garantir a participação efetiva delas. Ademais, é preciso identificar os principais pontos de vazamento, ou seja, descobrir como não perdê-las no meio do caminho.

Fonte: Superinteressante

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