Curiosidades

Múmia infantil é encontrada com ferida e curativo

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Arqueólogos estavam estudando os restos mumificados de 21 crianças e pré-adolescentes egípcios quando descobriram algo surpreendente na múmia de uma menina. Em sua perna direita, eles encontraram uma ferida cheia de pus coberta com um curativo.

Essa novidade foi descrita em uma pesquisa publicada no dia 30 de dezembro de 2021 no International Journal of Paleopathology. Os estudiosos usaram tomografia computadorizada (TC) para visualizar as múmias dos jovens sem desembrulhá-las. De acordo com eles, as crianças tinham idades de 1 a 14 anos quando morreram.

Os restos encontrados eram do último estágio da antiga civilização egípcia, sendo assim, datavam os períodos Ptolomaico (332 a 30 a.C) e Romano (30 a.C a 395 d.C). Três crianças apresentavam sinais de infecção com pus.

Uma das meninas, de quatro anos, provavelmente morreu por causa da infecção. A múmia dessa menina foi encontrada junto com a de outras sete na Tumba de Aline, aberta em 1892 pelo arqueólogo Richard von Kaufmann, no sudoeste do Cairo.

Conforme o site Ancient Origins, a tumba tem o nome de uma das ocupantes, visto que a mulher é citada nas inscrições do local. Ela estava ao lado de duas meninas mumificadas, provavelmente suas filhas, e entre elas, estava a criança com a ferida de pus.

A múmia

Ägyptisches Museum und Papyrussammlung

A criança que morreu há 2 mil anos é o primeiro exemplo já registrado de um curativo em um corpo mumificado. A novidade traz novas visões sobre como eram as práticas médicas utilizadas no Antigo Egito. “Isso nos dá pistas sobre como eles trataram essas infecções ou abscessos durante a vida”, explicou Albert Zink, coautor do estudo, em entrevista para o site Business Insider.

Os indícios encontrados na tumba apontam que as crianças morreram separadas e foram mumificadas em momentos diferentes. Porém, elas podem ser todas da mesma família. Além disso, estima-se que independente do motivo da morte da criança, o tratamento que ela recebeu não salvou sua vida.

O objetivo de Zink é examinar com detalhes a criança para descobrir qual foi o procedimento médico utilizado. “É muito provável que tenham aplicado algumas ervas ou pomadas específicas para tratar a inflamação dessa área”, apontou.

O pesquisador explica que precisa de amostras, mas para isso teria que desembrulhar a múmia. Relutante a esse método, Znik apresenta como alternativa o uso de uma agulha de biópsia, o que evita a danificação do corpo mumificado.

Vale lembrar que curativos raramente sobrevivem à mumificação, por isso é possível que os cientistas já os tenham confundido com bandagens de linho, utilizadas para conservar o corpo. Existe uma possibilidade de que os  embalsamadores tenham estancado a ferida depois da morte da criança.

“Talvez eles tenham tentado de alguma forma continuar o processo de cura para a vida após a morte”, destaca Zink.

Fonte: Revista Galileu

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