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Nadador checo quebra recorde mundial de nado sob o gelo

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David Vencl, nadador checo de nado livre, quebrou o recorde mundial do Guinness, após nadar cerca de 80 metros sob o gelo de um lago congelado em Lahost. Para atingir o feito, Vencl, enquanto nadava, teve que prender a respiração por 1 minuto e 35 segundos.

Devido às regras impostas pelo Guinness, o nadador não utilizou nadadeiras e nem roupa de mergulho. A equipe, que deu suporte a Vencl, teve que verificar também se o gelo que cobria o lago tinha ao menos 30 centímetros de espessura – outro requisito do Guinness.

O recorde anterior havia sido estabelecido em 2013, pelo nadador dinamarquês Stig Avall Severinsen.

Nadador em águas geladas

À primeira vista, nadar em águas geladas parece loucura, não é verdade? Mas não é. Tem muita gente por aí que se aventura em águas congelantes – e sem medo algum. O britânico Lewis Gordon Pugh é um deles. “Eu pensei que poderia ser o primeiro homem do mundo a nadar em lugares tão remotos, que os meus ídolos descobriram. Só que o meu foco foram os oceanos”, revelou o nadador ao Globo Esporte.

Sem a ajuda de roupas ou qualquer outro tipo de aparelho, Pugh consegue realizar longas travessias porque possui a incrível habilidade de aumentar a temperatura do próprio corpo. Sim, acredite ou não, é uma habilidade incrível, afinal, conforme explica José Eduardo Bicudo, fisiologista e biólogo da USP, a temperatura média do nosso corpo pode variar entre 36 e 37 graus, mas, devido à exposição ao frio, a temperatura pode, em quatro ou cinco minutos, desabar rapidamente.

“Quando a temperatura do centro do corpo atingir 32 graus, começa a acontecer a falência dos órgãos internos e o indivíduo acaba morrendo”, destacou o especialista. Por isso, para não ser vítima de tal eventualidade, o nadador, antes de enfrentar as gélidas águas dos oceanos, treinou em piscinas de gelo, cuja temperatura da água atingia cerca de seis graus.

Após treinos e mais treinos, Pugh, em 2005, decidiu ser o primeiro a nadar um quilômetro nas águas da Ilha Petermann, na Antártica. Assim que completou o desafio, os profissionais que o acompanhavam se surpreenderam ao perceber que a temperatura corporal do nadador ultrapassava 38 graus – o que está muito acima do esperado.

“Muito disso me parece algo mental, como se seu corpo estivesse se antecipando a dor. Eu coloco a minha mão em água quase congelando e em 30 segundos a dor é insuportável. Ele fez isso com o corpo todo e durante 20 minutos”, revelou Tim Toyne-Swell, coordenador das travessias de Pugh.

Novos desafios

Para superar o primeiro desafio, Pugh decidiu nadar cerca de 204 km, em Sognefjord, no mar da Noruega. Por exatos 18 dias, Pugh desbravou as águas locais – as quais possuem uma temperatura de três graus. Foi exatamente neste que os profissionais que acompanhavam seus feitos perceberam como o nadador é capaz de suportar águas extremamente geladas.

“Um dos meus amigos saltou de para-quedas do avião e ficou preso pelo cabo da aeronave. Tive que resgatá-lo puxando o cabo e foi agoniante. Depois disso, todo e qualquer salto era um pesadelo para mim. O único modo de saltar era juntar toda a raiva que eu tinha e me atirar para fora. Quando comecei a treinar, não conseguia entrar na água gelada e um amigo me disse para eu pensar que era um salto e me concentrar. Segui esse conselho, me imaginei no avião e deu certo”, disse.

Obviamente, criar situações imaginárias não é o único caminho que o nadador utiliza para suportar as águas frias. Geralmente, antes de entrar na água, Pugh ouve música. “Esse ritual faz com que meus hormônios circulem mais rápido pelo corpo, acelera meu coração, e ventila o pulmão, o que, no fim, faz meu corpo aumentar a temperatura corporal em dois graus, retardando a hipotermia”, pontuou.

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