Curiosidades

Nova espécie de tubarão-fantasma é descoberta

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Tubarão ou cação é o nome dado vulgarmente aos peixes de esqueleto cartilaginoso e um corpo hidrodinâmico, pertencentes à superordem Selachimorpha. Sabe-se que os tubarões estão vivos no planeta Terra há muitos anos, mais ou menos há 400 milhões de anos.

Mesmo que esses animais não sejam os mais queridos das pessoas, eles são vistos em todas as regiões do planeta. E surpreendentemente, novas espécies ainda são descobertas hoje em dia, como foi o caso dessa nova espécie de tubarão-fantasma encontrada nas profundezas do Mar de Andaman, na costa da Tailândia. Esse animal tem uma cabeça gigante, olhos enormes e iridescentes e nadadeiras parecidas com penas.

O turbarão é pertencente à ordem dos Chimaeriformes, que é um dos mais antigos tipos de peixes vivos hoje em dia e são parentes de tubarões e raias. A nova espécie foi chamada de Chimaera supapae. Esse nome tem um motivo. O Chimaera é por conta de uma criatura da mitologia grega. Ela tem três cabeças, uma de leão, uma de cabra saindo das costas e uma cauda de serpente terminando em uma cabeça de cobra, e cospe fogo.

Enquanto isso, o supapae foi escolhido como uma homenagem para Supap Monkolprasit, falecido cientista tailandês que estudou durante sua vida toda os peixes cartilaginosos.

Descoberta

Olhar digital

Curiosamente, mesmo que a espécie se chame tubarão-fantasma, o animal é na realidade uma quimera. E esse não é o único nome que designa esse tipo de animal. Eles também são chamados de peixe-rato por conta do seu corpo cônico e seus olhos grandes e reflexivos.

Até o momento eram conhecidas 53 espécies desses animais, mas com essa nova descoberta, esse número aumentou mais um.

A descoberta foi feita durante pesquisas feitas pelos cientistas em alto mar em 2018. Quando eles lançaram uma rede de arrasto no fundo do Mar de Andaman, entre 772 a 775 metros de profundidade, eles encontraram um espécime morto e imaturo desse tubarão-fantasma.

Depois disso, os pesquisadores viram que se tratava de uma nova espécie por conta da cabeça enorme, focinho curto e olhos grandes e ovais ocupando 32% da cabeça do animal. O que os pesquisadores acreditam é que essas características deem à quimera a possibilidade de enxergar na escuridão das águas profundas.

Novo tubarão-fantasma

Olhar digital

Essa nova espécie é uma quimera do tipo nariz curto, tem 51 centímetros de comprimento e suas nadadeiras peitorais são largas. Na visão dos pesquisadores, as barbatanas serem parecidas com penas dão ao tubarão-fantasma a possibilidade de manobrar nos fundos rochosos de alto-relevo.

O animal também tem uma cor marrom escura, sem linhas ou padrões perceptíveis e um espinho dorsal no topo da cabeça.

Normalmente, as quimeras vivem em lugares escuros, abaixo de 500 metros de profundidade, perto das encostas continentais e dorsais oceânicas. Elas se alimentam de animais que vivem nas profundezas, como crustáceos, moluscos e vermes.

No lugar que ele foi encontrado, as quimeras são consideradas raras. Até porque o Mar de Andaman tem áreas maiores que 4.400 metros de profundidade.

“Evolutivamente, essas quimeras estão entre algumas das mais antigas linhagens de peixes, com uma linhagem que remonta a 300-400 milhões de anos. A descoberta de novas espécies como esta quimera diz-nos quão pouco sabemos sobre o ambiente marinho e quanto ainda há a ser explorado”, disse David Ebert, principal autor da descoberta.

Excêntrico

Náutica

Algumas espécies têm características que as fazem únicas, e isso também é visto com os tubarões. Por exemplo, o tubarão-chifre-pintado, uma espécie recém-descoberta e que faz parte da ordem Heterodontiformes.

Os animais dessa ordem, que têm somente um gênero e nove espécies diferentes, têm a característica de terem os molares parecidos com os dos humanos. No entanto, no estudo foi feita uma análise genética em duas espécies que, na mente dos pesquisadores, eram da zebra Heterodontus. Entretanto, o resultado mostrou que o animal era diferente geneticamente. Isso fez com que o número de espécies aumentasse para 10.

Essa nova espécie tem uma diferença pequena e pouco perceptível em relação às outras. O tubarão não tem uma barra escura atrás das fendas das brânquias como é visto nas outras zebra Heterodontus. Como essa diferença é quase imperceptível, foi por isso que a espécie demorou a ser descoberta.

“Ambas as espécies são pálidas, com 22 faixas e selas castanho-escuras. Mas eles têm pequenas diferenças nas marcas em seus focinhos e abaixo de suas fendas branquiais. Seus ovos também são diferentes”, disse Will White, pesquisador da Australian National Fish Collection (ANFC).

Logo no começo, a nova espécie foi descrita usando uma comparação de espécies de museus. Contudo, isso mudou depois que um navio de pesquisa que estava estudando os habitats do fundo do oceano da Austrália encontrou uma espécie viva.

“Temos um espécime fêmea em nossa coleção, mas o que coletamos durante a viagem é um macho. Preferimos usar machos para holótipos de tubarão porque eles têm claspers, que são órgãos reprodutivos externos que podem variar entre as espécies e nos ajudam a diferenciá-los”, contou Helen O’Neill, bióloga de peixes da ANFC.

Esse tubarão que tem os dentes parecidos com os humanos vive em uma profundidade entre 125 e 229 metros. Mesmo tendo dentes parecidos com os nossos, eles ainda têm os típicos de tubarão, que estão em fileiras na frente da sua boca. No entanto, a morfologia dos molares atrás dessas fileiras é mais  humana na espécie. Com essa diferença eles conseguem esmagar algumas presas, como moluscos e crustáceos.

Outra diferença deles são seus ovos incomuns no formato espiral. Além disso, esse tubarão é uma das espécies mais antigas e menos conhecidas do mundo. Ele foi descoberto pela primeira vez no século XVIII na Austrália. Até então, somente nove espécies pertenciam à ordem Heterodontiformes até que o Heterodontus marshallae foi descoberto.

“Eles tendem a se sentar no fundo do mar e se alimentar principalmente de criaturas como moluscos e crustáceos. Eles têm uma boca pequena, mas mandíbulas esmagadoras que são enormes em relação ao tamanho do crânio e poderosas o suficiente para esmagar conchas de búzios”, concluiu Helen.

Fonte: Olhar digital, Náutica

Imagens: Olhar digital, Náutica

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