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Sopa de barbatanas de tubarão é uma iguaria perigosa

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Cada país tem sua cultura, seus costumes e suas iguarias culinárias. Uma delas é a sopa de barbatana de tubarão, na China. Normalmente, a cartilagem nas barbatanas é triturada e usada principalmente para dar textura e espessamento à sopa de barbatana de tubarão, uma sopa ou caldo tradicional chinês que remonta à Dinastia Song. Esse prato é considerado de luxo e é associado com hospitalidade, status e boa sorte.

A origem dessa sopa data do Imperador Taizu da Canção do Norte, que reinou de 960-976. É dito que ele preparou a sopa de barbatana de tubarão para mostrar seu poder, riqueza e generosidade. Na Dinastia Ming, de 1368 a 1644, a popularidade do prato aumentou. Isso aconteceu graças a Zheng He, um almirante da marinha imperial, que fez expedições pela Ásia e África Oriental trazendo de volta nadadeiras que os pescadores tinham descartado.

Desde então, a sopa de barbatana de tubarão se tornou um prato corriqueiro e na Dinastia Qing, de 1644 a 1912, ele já tinha uma alta demanda. Contudo, em 1949, quando o Partido Comunista Chinês chegou ao poder, esse prato que representava uma aristocracia e elitismo viu sua popularidade cair.

Sopa de barbatana de tubarão

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Entretanto, no fim dos anos 1980, a China tinha passado por reformas de economia de mercado de longo alcance. Isso fez com que a classe média tivesse um crescimento rápido e com isso, eles estavam loucos para mostrar sua riqueza recém-adquirida. E comer sopa de barbatana de tubarão foi uma das formas de se mostrar isso. Isso porque o preço da tigela é bem alto dependendo do tipo, estilo e preparo da barbatana servida.

Com a popularidade do prato aumentando, o tubarões ficaram mais visados. Além disso, os pescadores viram nessa pesca um grande ganho a curto prazo. Contudo, na África Ocidental, por exemplo, os pescadores de tubarões ficam rapidamente presos em um ciclo de dívidas com os comerciantes de barbatanas do Sudeste Asiático.

Além disso, com uma pesca frenética, logo os tubarões da região acabam. Então, os pescadores têm que ir mais longe em busca desse animal. Isso exige embarcações maiores e mais combustível. Por conta disso, os pescadores pegam dinheiro com os comerciantes de barbatanas, que então deduzem uma parte dele de quaisquer capturas. Por isso eles acabam em dívidas.

Riscos

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Com relação aos tubarões, a pesca predatória diminui o número de indivíduos de uma espécie em uma velocidade impressionante. E a identificação das espécies é possível, mesmo depois da retirada das barbatanas, por testes diagnósticos de sequências de DNA com primers de PCR espécie-específicos. Através delas é possível dizer quais espécies são mais comercializadas.

Esse é um ponto importante porque, normalmente, os comerciantes classificam as nadadeiras usando categorias de nomes chineses com base no valor de mercado, o que deixa a relação entre a categoria de mercado e as espécies obscura.

Com as espécies descobertas fica claro que o comércio de barbatanas é uma ameaça para várias espécies de tubarão. Felizmente, nos últimos tempos aconteceu uma crescente na conscientização pública sobre o comércio de barbatanas de tubarão e a necessidade de conservação de elasmobrânquios no mundo todo.

Mudanças

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Como resultado, mudanças legislativas foram feitas em vários países. Alguns deles declararam ilegal toda a pesca de tubarão, já outros afirmaram que por mais que a prática de finning seja ilegal, a importação e o comércio de outras regiões não são.

No entanto, mesmo que grupos de campanha, cientistas conservacionistas e órgãos governamentais se esforcem para acabar com essa prática, o poder está realmente com os consumidores. Em Hong Kong, por exemplo, segundo Lauren Smith, jornalista do The Guardian, essa privação do consumo ainda é mista. Algumas pessoas disseram que pararam de comer a sopa de barbatana de tubarão, enquanto outras disseram que ainda comem a iguaria, mas apenas em casamentos e banquetes de Ano Novo. E também há as pessoas que ainda a comem regularmente.

Fonte: The Guardian

Imagens: The Guardian

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