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Novas evidências sugerem que “Catch Me If You Can” foi uma farsa

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Até hoje, Frank Abagnale Jr. é considerado um dos maiores vigaristas da América. Como todos sabem, o indivíduo, por um longo período, fingiu ser um médico, piloto da Pan American Airlines, advogado e professor da Universidade Brigham Young. Abagnale, nesse ínterim, já até passou adiante mais de $ 2 milhões de cheques sem fundos.

E por que estamos colocando em pauta um dos maiores vigaristas da história? Porque, primeiro, a história do sujeito, quando virou filme, cativou milhões de pessoas e, segundo, porque uma nova pesquisa sobre o famoso livro Catch Me If You Can, uma compilação de memórias de Abagnale, sugere que toda sua vida foi uma grande invenção. Ou seja, acredita-se que todas as histórias que norteiam Abagnale foram inventadas, o que faz cair por terra todos os feitos que, até então, haviam sido cometidos.

A maior farsa de Abagnale

O livro Catch Me If You Can foi adaptado para o cinema em 2002, pelo aclamado diretor Steven Spielberg. A produção cinematográfica, basicamente, focou todos os eventos que ilustraram a curiosa vida de Abagnale, mas a veracidade do material, até hoje, nunca havia sido questionada.

Tudo isso mudou quando o jornalista Alan C. Logan resolveu entrar em cena. De acordo com uma reportagem publicada pelo portal de notícias All That is Interesting, Logan, desde que assistiu o filme, ficou remoendo uma sensação que lhe dizia que os fatos apresentados na produção não eram coerentes. Para o jornalista, parecia impossível um homem conseguir usar diversas roupagens, navegar pelo mundo ganhando milhões de dólares e ainda conseguir fugir do FBI.

De acordo com o veículo de imprensa WHYY, o premiado jornalista, cansado de viver com o avassalador sentimento, decidiu investigar toda a história e, curiosamente, percebeu que seus instintos estavam corretos.

Os contras do vigarista

Segundo a narrativa explorada no filme, Frank Abagnale Jr. iniciou sua carreira em meados dos anos 1960. À data, começou, primeiro, falsificando cheques. Seguindo a história exposta pela produção cinematográfica, foi exatamente a falsificação de cheques que permitiu Abagnale viajar pelo mundo usufruindo um estilo de vida luxuoso, marcado por uma série de aventuras: fingir ser piloto da Pan American Airways, atuar como médico na Geórgia, lecionar na Universidade Brigham Young e, claro, fugir do FBI enquanto se tornava assessor de políticos do alto escalão.

Em 1969, Abagnale foi preso e, após julgamento, foi condenado a 12 anos de prisão. Não obstante, conforme rege a história, o governo federal diminuiu a sentença, alegando que o vigarista iria ajudar o FBI a capturar outros vigaristas que agiam da mesma forma. É aqui que o caso começa a ganhar novas vertentes. Logan, o jornalista, revelou que nenhum funcionário do governo federal declarou publicamente a parceria. Após investigar ainda mais os fatos, o profissional descobriu também que Abagnale nunca realizou nenhum exame da ordem.

A verdadeira história

Para Logan, Abagnale conseguiu excluir quaisquer tipos de suspeitas ministrando palestras, fazendo aparições na televisão e criando o livro de memórias – o qual tornou-se best-seller. Mas, segundo o jornalista, o que questionou a veracidade de todas as narrativas de Abagnale foi a adaptação do livro para o cinema Hollywood.

“Lembro-me de que fui invadido por uma sensação incômoda. Essa sensação surgiu logo depois que vi o filme. Na hora senti que algo não estava certo”, disse Logan em entrevista ao portal All That is Interesting. “E foi isso. Esse pensamento, você sabe, ficou no fundo da minha mente por quase duas décadas”.

O novo livro de Logan, The Greatest Hoax on Earth: Catching Truth, While We Can foi forjado a partir de registros públicos e novas entrevistas. Foi por meio dessa abrangente produção que o jornalista descobriu que as trapaças mais atraentes de Abagnale eram, na verdade, casos inventados.

“No filme, quando o vemos fingindo ser piloto da TWA (Trans World Airlines), chegamos a pensar que o cara realmente conseguiu enganar a todos. Mas essa não é a verdade. Esse caso em questão aconteceu de outra forma. Abagnale tentou ser amigo de uma comissária de bordo chamada Paula Parks, descobriu os horários da moça e começou a persegui-la. Ele disse somente a ela que era piloto, mas não chegou a enganar a companhia, como aponta a história”.

“A história dos cheques veio exatamente daí também. Ele, ao que parece, conseguiu estabelecer uma amizade com a comissária, que o apresentou a seus pais e amigos da família. Em um dos encontros com os parentes da moça, Abagnale roubou US 1.200 em cheques”.

O legado de um vigarista

Logan acredita que todas as histórias contadas por Abagnale começaram a nascer por volta de 1977. À data, Abagnale havia acabado de sair da cadeia. Para sobreviver, começou a ministrar palestras. Conseguiu, nesse meio tempo, conquistar a fama e, em seguida, uma participação no show To Tell The Truth.

A partir daí, o vigarista começou a conquistar cada vez mais espaço e, consequentemente, fama. “A narrativa de Abagnale é completamente fictícia”, disse Logan. “Registros públicos obtidos por mim mostram que ele passou mais tempo na prisão que sendo vigarista”.

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