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O assassino que inspirou o filme “Enfermeiro da Meia Noite” da Netflix

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O filme “O Enfermeiro da Noite” (The Good Nurse), que estreou na Netflix, narra uma assustadora história real. O personagem vivido na tela por Eddie Redmayne matou mais de 300 pessoas e conseguiu ficar impune por muito tempo, mesmo tendo sido flagrado pelos hospitais que trabalhava.

Baseado no livro de Charles Graeber, “O Enfermeiro da Noite” foi escrito por Krysty Wilson-Cairns e dirigido por Tobias Lindholm.

O Enfermeiro da Noite

Foto: Divulgação/ Netflix

A obra conta a história de Charles Cullen, enfermeiro que era considerado um bom amigo e profissional. No entanto, ele usava seu trabalho hospitalar para matar impunemente, tornando-se um serial killer bem-sucedido.

Jessica Chastain interpreta a enfermeira Amy Loughren. Ela trabalha com o assassino e, após ser confrontada com a verdade pela polícia, decide procurar provas e incriminá-lo.

O filme mostra que ela começou a suspeitar do colega de trabalho após mortes misteriosas de pacientes desencadearem uma investigação. Ela é quem descobre que Charles Cullen estava injetando soro fisiológico misturado com insulina ou digoxina para matar pacientes por overdose.

Vida real

Foto: JC NE 10

Na vida real, Cullen começou sua carreira na enfermagem em 1987, no hospital Saint Barnabas Medical Center de Nova Jersey. Um ano depois ele matou o primeiro paciente e como se sentiu impune, continuou matando pessoas até deixar o hospital após quatro anos, quando as autoridades decidiram investigar as bolsas intravenosas contaminadas. 

No entanto, ele não foi acusado de nenhum crime e no mês seguinte conseguiu emprego no Hospital Warren, onde seguiu fazendo vítimas.

Cullen continuou cometendo crimes por mais uma década e meia, trabalhando em diversos hospitais. Sempre que suas ações eram investigadas ou descobertas, ele era demitido, mas não denunciado, para evitar que as instituições fossem processadas por homicídio culposo.

De acordo com o portal Terra, pelo menos cinco hospitais sabiam sobre os crimes, mas não denunciaram. Essa decisão fez com que Cullen seguisse trabalhando como enfermeiro e matando mais pacientes.

Essa realidade só mudou após ele trabalhar com Loughren, no hospital Somerset Medical Center, e ela decidir investigar os atos do colega.

“Assistir ao filme me deu permissão para ter orgulho de mim mesma”, disse a verdadeira Loughren à revista People. “Eu apareci como mãe. Apareci como enfermeira. Apareci como amiga. A única razão pela qual Charles parou de matar foi por causa da minha amizade com ele.”

Mudança no nome das vítimas

Foto: JC NE 10

A obra manteve os nomes reais de Loughren e Cullen e dos detetives envolvidos na investigação, mas preservou a identidade das vítimas. Em entrevista à Vanity Fair, a roteirista Krysty Wilson-Cairns explicou por que decidiu mudar o nome das vítimas e de suas famílias.

“Eu não conheci as famílias das vítimas para realmente entender quem eram essas pessoas. Então, francamente, eu me sentiria um pouco suja [se usasse as suas identidades]. E a maioria das pessoas não podia dar consentimento porque estava morta. Ou às vezes as famílias não sabiam. No caso de muitas vítimas de Charles, as famílias ainda não sabem [que os parentes foram assassinados]”, disse.

Além disso, a roteirista afirmou que “não há como fazer de um filme a verdade absoluta porque ele é composto de várias perspectivas”. “Nunca pode ser um documento verdadeiro; nunca deve ser apresentado em tribunal”, apontou.

No entanto, assim como mostra no filme, Loughren é a informante da polícia que ajudou na investigação que conseguiu provas suficientes para prender Cullen em 2003. Mesmo após a prisão, a enfermeira foi importante para conseguir uma confissão dele, já que as evidências não eram suficientes para condená-lo.

Confissão

Foto: AP/ The Express-Times, Joe Gill

Loughren, que só teve a identidade revelada em 2014, com a publicação do livro de Charles Graeber, no qual o filme se baseia, convenceu Cullen a admitir que ele cometeu 29 assassinatos. Em seguida, ele disse aos investigadores que matou 40 pessoas.

No entanto, durante a pesquisa do seu livro, Graeber descobriu que Cullen disse aos investigadores que ele “dosava” de três a quatro pessoas por semana. Caso esse número seja real, especialistas afirmam que ao longo dos 16 anos nos quais matou pessoas, Cullen pode ter assassinado mais de 400 pessoas.

Em 2013, durante entrevista ao programa investigativo “60 Minutes”, Cullen admitiu que sabia que os assassinatos eram errados, mas afirmou que não pretendia parar caso não fosse pego.

“Achei que as pessoas não estavam mais sofrendo. Então, em certo sentido, eu pensei que estava ajudando”, disse.

Também no programa, ele afirmou que não existe justificativa para ter começado a matar. “A única coisa que posso dizer é que me senti sobrecarregado na época. Parecia que precisava fazer alguma coisa, e fiz. E isso não é resposta para nada.”

Atualmente o enfermeiro está cumprindo pena de prisão perpétua, 11 consecutivas, que, de acordo com o portal Terra, ainda podem aumentar. 

Veja abaixo o trailer do filme:

Fonte: Terra

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