A sétima arte sempre foi um jeito que nós criamos para escapar da realidade e entrar em outro mundo. Os filmes servem para que possamos ver outras realidades além da nossa, e nos transmitem emoções, seja alegria, tristeza, medo ou qualquer outra. Mas aqueles que são baseados em fatos reais parecem nos pegar mais por sabermos que parte, ou tudo aquilo, realmente aconteceu. Esse é o caso do novo filme da Netflix.
Trailer
A Netflix lançou o trailer da sua mais nova produção chamada “Pai Nosso”. E apenas por ele os espectadores já ficam totalmente impressionados. A sinopse do filme é: “Jacoba Ballard era filha única, concebida através de esperma de doador, que sempre sonhou em ter um irmão ou irmã. Um teste de DNA em casa a levou à descoberta de não um, mas sete meio-irmãos – um número que desafiava as melhores práticas em medicina de fertilidade. Quando o grupo partiu para aprender mais sobre sua curiosa árvore genealógica, eles logo descobriram a verdade doentia: o médico de fertilidade de seus pais estava inseminando seus pacientes com seu próprio esperma – sem seu conhecimento ou consentimento. Como Ballard e seus irmãos recém-descobertos perceberam que mal começaram a desembaraçar sua teia sombria de enganos, sua busca por justiça está no centro desta história profundamente perturbadora sobre uma quebra de confiança inimaginável”.
A trama parece totalmente inventada, mas infelizmente esse não é o caso. Por mais que as cenas no trailer pareçam dramatizadas para o filme da Netflix, a verdade é que a história em si é totalmente verdadeira.
História
O médico em questão desse filme da Netflix é Donald Cline. Ele abriu sua clínica de fertilidade em Indiana, nos EUA, em 1979. E como uma pessoa diz no trailer, “Dr. Cline era o melhor médico de infertilidade de Indianápolis”. Contudo, a imagem dele foi destruída depois da investigação.
O mais revoltante e bizarro é que ele usou seu próprio esperma nas doações que resultaram em, pelo menos, 50 crianças nascidas nas décadas de 1970 e 1980.
Segundo o “The Atlantic”, Ballard foi uma das primeiras a juntar os detalhes. De acordo com a mulher, ela encontrou sua primeira meio-irmã em um fórum online de crianças concebidas por doadores. Elas se conectaram mais pelo fato de seus pais terem feito a fertilização com Cline.
Quando Ballard foi procurar a meio-irmã no Facebook, ela ficou impressionada com a semelhança das duas. Foi então que elas resolveram fazer um teste de DNA em casa. Com isso, elas não somente descobriram que eram parentes, mas também que existiam mais irmãos delas espalhados.
Não foram apenas Ballard e sua meia-irmã que descobriram seu parentesco pelos testes de DNA em casa. A mesma coisa aconteceu com outros filhos de Cline. “Quando abri o Ancestry, tinha mais de 3.000 acessos”, lembrou um deles. “Todos esses nomes aleatórios estavam aparecendo, e dizia ‘Close Family’”, disse outro.
Médico
Depois de descobrirem os meio-irmãos espalhados através dos testes de DNA feitos em casa, seis deles resolveram ir confrontar Cline pessoalmente em um restaurante. Quem organizou esse encontro foi o filho do médico quando ele já estava com quase 70 anos.
Quando o médico tinha 79 anos, em dezembro de 2017, ele se declarou culpado de duas acusações criminais de obstrução da justiça, mentindo para investigadores estaduais a respeito de usar o seu esperma para fazer as fertilizações em sua clínica. Com isso, Cline foi sentenciado a um ano de prisão. Contudo, a sentença foi suspensa e o médico acabou não cumprindo pena nenhuma.
Toda essa história retratada na produção da Netflix aconteceu porque, na época, não existia nenhuma lei estadual que criminalizasse os atos feitos pelo médico. A lei veio a ser promulgada no estado de Indiana depois desse caso de Cline.
O médico se aposentou em 2009 e entregou sua licença médica para Indiana em 2018.
Se você ficou curioso para assistir esse filme, ele será lançado na Netflix no dia 11 de maio.
Fonte: Netflix
Imagens: YouTube, Netflix, Web News observer