Curiosidades

O impacto das músicas de videogames nas nossas emoções

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Os jogos de videogame são acompanhados de músicas que nos estimulam a acelerar o passo, além de notas para confirmar a nossa vitória ou derrota.

Mark Choi, responsável pelos arranjos do medley de Street Fighter II (trilha sonora dos anos 1990 de Yoko Shimomura), afirma que mesmo que existam muitos paralelos entre trilhas sonoras de videogame e filmes, como sequências de créditos, temas recorrentes de personagens e cenas narrativas, a natureza não linear e participativa dos games significa que a música alcança um acorde potente dentro de nós:

“O poder dos videogames está no fato de que você, na verdade, se torna o protagonista da história. Embora a história em si possa ter sido pré-definida, você controla como e quando ela se desenrola”, aponta ele.

“É precisamente este poder — que você recebeu para interagir diretamente com a experiência — que diferencia os videogames e continua a me entusiasmar como artista.”

A música de videogame toca nossas emoções

Foto: Getty Images/ BBC

O impacto e a sofisticação que a música tem sobre nós inspiram diversos estudos acadêmicos (em um campo às vezes chamado de “ludomusicologia”).

Em um artigo de 2006, intitulado “The Role of Music in Videogames” (“O papel da música nos videogames”, em tradução literal), Sean M Zehnder e Scott D Lipscomb apontaram que a multifuncionalidade das trilhas sonoras de jogos “aumentam a sensação de imersão, oferecem deixas para mudanças de narrativa ou enredo, agem como um significante emocional, aumentam o senso de continuidade estética e cultivam a unidade temática de um videogame”.

Já Karen Collins, acadêmica e cineasta de Ontário, professora associada da Universidade de Waterloo, no Canadá, observa essa relação no livro Game Sound (2008). A escritora aponta que o jogador não é um ouvinte passivo, ele pode acionar ativamente a música no jogo, assim como reagir subconscientemente a ela.

De acordo com a acadêmica “a indução de humor e as respostas fisiológicas são tipicamente experimentadas mais obviamente quando o personagem do jogador está correndo um risco significativo, como uma música caótica e acelerada… o som funciona para controlar ou manipular as emoções do jogador, orientando as respostas ao jogo.”

A pesquisadora também aponta que o silêncio é usado para um efeito poderoso, seja aumentando a tensão ou quando o jogador está inativo.

A música de videogame é uma expressão global, tanto no quesito de suas colaborações internacionais em estúdio quanto no alcance do público.

Amor por videogames

Foto: Limelight

O compositor britânico Gareth Coker, que colaborou para os jogos Ori and the Blind Forest (2015) e Ori and the Will of the Wisps (2020), afirma que seu amor por videogame é desde a infância.

No caso dos jogos Ori, Coker passou anos com a equipe de desenvolvimento, produzindo uma música que parece claramente sintonizada com o personagem-título.

“Quando você está jogando, você é um participante ativo, então seu cérebro tem que lidar com muito mais. Assim, como você escreve a música do jogo é fundamentalmente diferente, e os melhores jogos entendem que você não pode empilhar tudo, a menos que tenha construído até aquele momento. Quando você está se movendo pelo ambiente de Ori, a música não muda o tempo todo, porque isso é demais para o cérebro lidar. Cada deixa musical é colocada por uma razão. Tem uma melodia em Ori, mas é bastante reservada e suave, até que precisa assumir totalmente o controle.”

Este toque pode causar um impacto emocional.

Espectro de emoções

Foto: Getty Images/ BBC

As trilhas sonoras variadas de Coker parecem evocar um espectro de emoções. Inclusive, de acordo com ele, a sua música para a série Minecraft Mythology “é como uma jukebox, projetada para transportar o jogador para aquele tempo e lugar; dá espaço ao cérebro para construir”.

Outra música famosa do artista foi feita para o jogo de videogame Halo Infinite (2021).

“A música de combate é concebida para fazer você se sentir como um soldado muito poderoso; Halo é muito rítmico e baseado em groove, projetado para fazer você se sentir confiante ao caminhar pelo ambiente. Na última fase do jogo, eu tive basicamente carta branca para fazer o que eu queria. Acabamos usando um coro búlgaro e uma tonelada de sintetizadores, superprocessando música folk tradicional para torná-la realmente sobrenatural; isso criou um som bastante distinto para uma nova facção, a Endless.”

Cada jogo tem o seu próprio mundo sonoro. A aventura samurai Trek To Yomi combina visuais monocromáticos com músicas fortemente ambientais, de autoria de Cody Matthew Johnson e Yoko Honda.

“A música de videogame está na vanguarda desde o início. Aqueles primeiros consoles eram muito básicos em comparação com a tecnologia que temos agora, e os compositores estavam realmente dando o máximo. Acho que este espírito ainda faz parte da composição de videogame agora”, afirma o maestro e arranjador Robert Ames.

Fonte: G1

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