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Telejogo: O primeiro videogame do Brasil

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Para muitos fãs de videogame acostumados com grandes lançamentos adaptados para o português brasileiro, com legendas e dublagens, é difícil relembrar o período que o país era estranho ao mercado de videogames. Durante o período de regime militar, a inflação e a política de reserva de mercado impediam que o país participasse de forma ativa do início dessa indústria.

Devido a isso, com improviso, as lojas locais receberam as versões brasileiras dos videogames, conhecido na  época como “telejogo”. Entre as opções, a mais lembrada era o Telejogo, lançado no Brasil graças à Ford.

Criação do Telejogo

Guia Play

Apesar de ser associada à fabricação de automóveis, a Ford foi uma das pioneiras no mercado de videogames nacional devido à sua divisão Ford-Philco. Comprada pela montadora em 1961, a Philco (Philadelphia Storage Battery Company) começou suas atividades com a produção de bateria para automóveis e em seguida com os sistemas de som automotivos, toca-fitas, rádios portáteis, televisores, aparelhos de ar-condicionado, e outros.

Em 1977, foi lançada a primeira versão do Telejogo por 1,6 mil Cruzeiros (cerca de R$ 1.150 em valores atualizados). Esse vídeo game era simples para os padrões atuais, além de ser inspirado nas máquinas de Pong fabricadas pela Atari e oferecer três jogos (Paredão, Tênis e Futebol) que eram na verdade a variação de um único jogo.

O aparelho possui dois controles focados em seu corpo, por isso, os usuários deveriam deixá-lo sobre uma mesa se quiserem fazer partidas multiplayer. Ele tinha botões que permitiam escolher sessões de treino ou de jogo, além de um pequeno mecanismo que poderia associá-lo ao canal 3 ou 4 da televisão. Apesar disso ser comum na época, é impensável para quem cresceu com videogames que usam cabo HDMI para funcionar.

Mesmo com os gráficos simples e mecânicas que parecem limitadas comparados aos aparelhos atuais, o Telejogo foi um sucesso para a época. No período em que muitas pessoas não tinham acesso aos fliperamas, jogar um clone de Pong era algo incrível.

O sucessor do Telejogo

Cesar Casa de leilões

Devido ao sucesso do Telejogo, a Ford-Philco lançou em 1979 o sucessor nomeado como Telejogo II. O aparelho tinha um acabamento que misturava madeira e metal, além de controles individuais destacados do corpo do console, que possuíam um manche analógico.

Outra novidade era a quantidade de jogos, que chegou a 10. Os compradores poderiam optar entre Hockey, Paredão I, Paredão II, Basquete I, Basquete II, Futebol, Barreira, Tiro Alvo I e Tiro Alvo II. Eles eram variações de um mesmo conceito básico introduzido no modelo original.

Após o sucesso da Ford-Philco, outras empresas apostaram em modelos semelhantes. O exemplo mais conhecido é o da Superkit, que criou os TV-Jogo 3, TV-Jogo 4, TV-Jogo Fórmula 1 e o TV-Jogo Motocross. Eles tinham em comum oferecer uma quantidade de jogos que não podia aumentar, apenas se fosse comprado outro console.

Apesar da era dos videogames sem cartucho ter sido breve, ela serviu para criar memórias naqueles que os jogaram. Serviram também para provar que mesmo longe dos centros mundiais, os brasileiros conseguiram dar um jeito de acompanhar de perto o mundo dos jogos.

Legado do Telejogo

New Game Plus

Mesmo após décadas do lançamento do Telejogo no Brasil, ainda existem colecionadores dedicados a manter sua afetividade. Além disso, existe uma grande quantidade de unidades vendidas que permite que as pessoas possam ter acesso, no entanto, o investimento pode ser alto.

Os valores variam entre R$ 100 e R$ 600, dependendo do estado de conservação. Os produtos mais baratos costumam não estar mais funcionando, configurando-se apenas um objeto de decoração. Já os mais caros são aqueles que estão funcionando e possuem um ótimo estado de conservação.

Fonte: Tec Mundo

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