Todos nós aprendemos desde cedo na escola que a Terra gira. Basicamente, nosso planeta realiza dois movimentos. Em volta de si mesmo e ao redor do sol. Também conhecidos como rotação e translação. A duração desses movimentos influencia diretamente em nossas vidas. Isso porque esses movimentos estão ligados diretamente à duração dos nossos dias e anos.
O tempo que a Terra leva para dar a volta em seu próprio eixo define as horas do nosso dia, que são 24 horas. O tempo que leva para dar a volta completa no sol define a duração de um ano. Ou seja, 365 dias, seis horas, nove minutos e 13 segundos. Bom, mas isso é o que todos nós sabemos a respeito do assunto.
Mas em 2020 as coisas foram um pouco diferentes. O mundo mudou e parece que não só para nós por conta da pandemia. O tempo também não escapou das loucuras do ano passado.
Mais rápido
A Terra teve os 28 dias mais rápidos que já foram registrados desde 1960. Nosso planeta completou suas voltas em torno do seu eixo milissegundos mais rápido do que a média.
Essa diferença não é particularmente alarmante. Até porque, a rotação da Terra varia ligeiramente o tempo todo. Já que é impulsionada por variações na pressão atmosférica, ventos, correntes oceânicas e o movimento do seu núcleo.
No entanto, isso é inconveniente para os cronometristas internacionais que usam relógios atômicos ultra precisos para medir o Tempo Universal Coordenado (UTC). Esse é o tempo pelo qual todos acertam os seus relógios. E quando o tempo astronômico, que é o tanto de tempo que a Terra leva para fazer uma rotação completa, se desvia do UTC por mais de 0,4 segundos, o UTC também tem que ser ajustado.
Até o momento, os ajustes foram adicionar um “segundo bissexto” no final de junho ou dezembro. Isso fez com que o tempo astronômico e o tempo atômico voltassem a ficar alinhados.
Os segundos bissextos foram adicionados porque a tendência geral de rotação do nosso planeta vem diminuindo com o tempo, desde o começo da medição precisa, feita por satélite no fim dos anos 1960 e começo dos 1970.
Rotação
E desde 1972, os cientistas adicionam segundos bissextos, em média, a cada ano e meio. A última adição tinha sido feita em 2016, quando, na véspera do ano novo, um segundo bissexto extra foi adicionado.
Entretanto, de acordo com a Data e Hora, a alteração recente na rotação da Terra fez os cientistas falarem, pela primeira vez, a respeito de um segundo bissexto negativo. Então, ao invés de adicionar um segundo, eles podem precisar tirar um.
Isso porque, a duração média de um dia é de 86.400 segundos. No entanto, um dia astronômico, em 2021, será 0,05 milissegundos mais curto, em média. E ao longo do ano, isso irá representar um atraso de 19 milissegundos no tempo atômico.
“É bem possível que um segundo salto negativo seja necessário se a taxa de rotação da Terra aumentar ainda mais. Mas é muito cedo para dizer se isso é provável que aconteça. Também há discussões internacionais ocorrendo sobre o futuro dos segundos bissextos. E também é possível que a necessidade de um segundo bissexto negativo impulsione a decisão de encerrar os segundos bissextos para sempre”, disse o físico Peter Whibberley, do Laboratório Nacional de Física do Reino Unido.
2020
Astronomicamente falando, 2020 foi mais rápido do que o normal. Segundo a Data e Hora, a Terra quebrou o seu recorde anterior de menor dia astronômico, feito em 2005, 28 vezes.
Em 2005, o dia mais curto foi cinco de julho. Nele, a Terra completou uma rotação 1,0516 milissegundos mais rápido do que os habituais 86.400 segundos. Já em 2020, o dia mais curto foi 19 de julho. Nosso planeta fez sua rotação em 1,4602 milissegundos.
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