Ciência e Tecnologia

O plano ambicioso de construir um “interceptador interestelar”

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A ciência está se tornando cada vez mais ambiciosa, e o novo plano é a construção de um ‘interceptador interestelar’ para perseguir objetos espaciais que passarem pelo sistema solar.

Nosso universo é vasto e cheio de segredos, mas, agora, um grupo de cientistas acredita que seja possível conhecer mais sobre essa imensidão brincando de ‘pega-pega’ com corpos celestes interespaciais perdidos na nossa galáxia.

Um “interceptador interestelar” é como uma espaçonave, capaz de se aproximar de asteroides ou de cometas que entrarem no sistema solar, mesmo em alta velocidade. Essa ideia surgiu quando uma equipe de astrônomos detectou dois objetos em nossa órbita, o corpo ‘Oumuamua’, visto pela primeira vez em 2017, e o cometa 2I/Borisov, descoberto em agosto de 2019.

Apesar das manchetes sobre alienígenas e invasão espacial, esses corpos são inofensivos para o sistema solar, mas não era possível saber mais sobre eles. Por isso, os planos de construir um interceptador interestelar surgiram como uma solução para esse mistério.

Com uma sonda especial, seria possível investigar esses objetos interestelares e permitir aos cientistas fotografar a sua superfície com mais precisão, coletando amostras e entendendo melhor como esses elementos são compostos.

Inicialmente, quando os telescópios convencionais detectam cometas e asteroides, é tarde demais para lançar uma espaçonave ou robô para persegui-los, considerando a velocidade dos nossos viajantes. Com isso, eles acabam orbitando no espaço e levando embora as respostas que podem existir para as perguntas da ciência.

Para resolver esse problema, os pesquisadores publicaram uma proposta sugerindo que alguma agência especial, como a NASA, construísse um interceptador interestelar. Ele poderia esperar na órbita da Terra para detectar o objeto, e entrar no seu caminho antes que fosse embora.

Como funciona um interceptador interestelar?

Via Esero

Esse equipamento se parece com uma nave espacial, mas posicionada estrategicamente em um ponto da órbita terrestre. Segundo pesquisadores, o melhor local seria um dos pontos da Lagrange da Terra.

Isso porque esse ponto do espaço possui uma atração gravitacional mais concentrada, e faz com que duas grandes massas anulem o repuxo. Na prática, a Terra e o Sol cancelariam suas massas nesse ponto, e os objetos poderiam ficar mais fixos no espaço. Ou seja, seria possível posicionar o equipamento para interceptar os corpos celestes.

A NASA já utiliza o ponto Lagrange para manter seu Telescópio Espacial James Webb. Logo, é o melhor lugar para estacionar a espaçonave que irá roubar os cometas e asteroides quando eles passarem. Sua sonda permite interferir na trajetória por esse pequeno espaço, e as rochas especiais desviam em direção ao aparelho.

No entanto, o interceptador interestelar teria que esperar por várias décadas até encontrar um candidato detectável em potencial. Nas previsões dos pesquisadores que publicaram o estudo, a melhor chance seria em 2030, quando o Oumuamua voltaria a ser identificável na nossa órbita. Ou seja, o projeto teria que ser feito rapidamente para capturar esse intruso.

Missão antiga

Via Revista OESTE

Embora o projeto seja ambicioso, não é a primeira vez que os pesquisadores propõem um plano ambicioso como esse, e falam no interceptador interestelar para rastrear visitantes amigáveis do espaço.

Em fevereiro, um grupo de cientistas especiais propôs que houvesse o lançamento de uma espaçonave ao redor da Terra, Vênus e Júpiter para capturar o Oumuamua ainda em 2017, quando ele apareceu. No entanto, isso seria feito nos limites externos do sistema solar, conhecido como nuvem de Oort. Ela se estende até 100.000 vezes mais longe do sol do que a Terra, de acordo com a NASA.

Por esse motivo, a ideia se tornou inviável, e voltou a ser avaliada em 2022, com novas tecnologias e um projeto mais completo. Mas para que seja possível testar o aparelho, ele deve ser lançado até 2028, ou o objeto mais próximo ficará fora do nosso alcance para sempre.

Por enquanto, parece ser um sonho distante. Só que assim como os corpos especiais que invadem a Terra, talvez possamos alcançá-los e descobrir seus mistérios.

 

Fonte: Livescience

Imagens: Esero, Revista OESTE

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